segunda-feira, 16 de julho de 2012

Primeira ação de internet na TV 1998


Estes foram os anos em que começamos a experimentar as novas tecnologias que ainda não faziam a diferença nem estavam assustando as pessoas. No final de 1998 tínhamos pouco mais de nove milhões de celulares, a internet começava a ser importante, mas ainda não fundamental para o dia a dia do trabalho das instituições.

Estávamos no canal 21 e nossa equipe era estupenda, Ricardo Kotscho, Denise Gomes depois Juca Silveira,Cesar de Almeida, José Occhiuso,Rogério Brandão, Luciano Cury,Bia Perreira, Maria Cristina Poli, Renata Falzoni, Salomão Shwartzman, Suely Valente,Marco Damianni entre outros bons profissionais que nos acompanhavam e nós acompanhávamos (rsrsrsrs...).

Havíamos acabado de lançar o “Circular”, um ônibus que andava pela cidade com seus entrevistados, com o patrocínio do recém-lançado cartão de débito da Visa, o Visa Eletron.Que o Luiz Cassio Oliveira gerente de marketing na época aprovou de primeira.

No mesmo período, o Luciano descobre que um laptop da Apple que estava na minha sala há uns quatro meses enviava conteúdo de TV (áudio e vídeo) e permitia que em cinco minutos conseguíssemos colocar no ar quase um link (não o era por cinco minutos). Daí, saiu o projeto “SP Online” do jornalismo.

Mandamos desenhar três ou quatro Paratis com um layout maravilhoso no Mosca, o mesmo cara que fazia os capacetes do Airton Senna, e nossos repórteres saíam com o laptop e enviavam noticias pela internet para a redação.

Como éramos um time, este mesmo projeto virou comercial e fazíamos um cross-mídia, assinando os carros e ônibus com as logos dos clientes, usando desta tecnologia para que os clientes enviassem comerciais diretamente de seus escritórios. E esta é a história de um deles. O outro caso faz parte de outra história envolvendo a Web Motors e o IG, na época do Nizan Guanaes.

Mas esta daqui é sobre o banco Santander, que estava começando a ser uma grande instituição financeira no Brasil, a agência Grey, seu atendimento, o Andreas Wilcken Junior nosso gerente de publicidade, o Márcio Loducca.

Tanto o projeto com o Santander como o com a Web Motors foram os primeiros a transmitir via internet seus conteúdos no Brasil.

Tínhamos ótimas ideias, mas o sistema UHF ainda não dispunha de uma visibilidade de audiência. Um dado exemplifica bem isso: no ano 2000 alcançamos a marca de dez milhões de aparelhos de TV vendidos no Brasil. Foi só então que eles começaram a vir com o sistema UHF de fábrica e com as sintonias automáticas na instalação.

Lembro-me de que fizemos de tudo para difundir o UHF, campanhas e permutas com a SPTV no Ipiranga, a loja que fazia para nós as instalações de UHF nas casas dos mídias, clientes, hospitais e bares e restaurantes.  Em troca, a loja anunciava um karaokê que havia trazido da China.

Mas voltando ao Santander, o Márcio, ótimo vendedor, juntamente com o atendimento da Grey, que tinha vindo da Mccann e era seu amigo, convenceram o cliente, através da Beatriz (que foi a primeira a entender o que era a internet ou o que seria). Ela tinha um belo argumento, seus economistas eram novos e ela queria dar visibilidade a eles (malho do Andreas). Ela comprou, e nada mais apropriado que eles mesmos passassem seus conteúdos diretamente do escritório do Santander, diariamente e praticamente ao vivo.

O Marcelo Cesário, nosso assistente de mkt, foi lá ensinar a equipe do banco e fizemos até uma festa na torre da antena da Band, onde penduramos um dos carros do projeto com um guindaste, como um grande outdoor (a equipe era muito trabalhadora e criativa).

As coisas eram tão difíceis que no dia da festa o Márcio e eu brigamos. Era comum, não tínhamos estrutura, grana, gente e audiência, apesar de produtos de ponta.

No dia em que fomos ao Santander fazer uma entrevista com o VP de MKT, o VP da agência brigou com o atendimento na nossa frente porque achava uma loucura transmitirmos diretamente do banco para a TV, que éramos loucos e que aquilo não seria possível jamais. Quem acreditou fomos a diretora de MKT do banco, o atendimento da agência e nós.

E não é que quando vejo o economista Rappaport dando entrevista na Globo News ou Jornal Nacional me lembro desse projeto? O Rappaport era o chefe dos economistas (“mirins”) do Santander naquela época. Hoje não sai da TV. Parece que deu certo!!!

Desculpe-me por não lembrar seu nome completo: Bia, era assim que chamávamos  a diretora de mkt do banco, você foi a primeira anunciante no Brasil a colocar um produto transmitido pela internet; Andreas  e Marcio, os primeiros que compraram  e venderam essa briga chamada online ou quase online via web.