terça-feira, 26 de outubro de 2021

Televisão, muitos lugares, muitos assitirão.

Comento bastante sobre minhas aventuras nos diversos canais de televisão em que trabalhei, que construí e modifiquei.

Televisão, na minha opinião, hoje é qualquer espaço em que exibimos audiovisuais, na empena de um edifício, no celular, no laptop, no aparelho de televisão, na grade de TV paga, no videogame, em sites e em uma infinidade de opções de lugares.

Num país como o Brasil, ela ainda brilhará durante muito tempo nas suas mais diferentes formas e formatos, canais e lugares, e é fácil de explicar: somos um país continental com a população em diversas camadas sociais, quase, a grosso modo, 1/3 em cada uma, por exemplo, 1/3 vive como se vive na Europa e EUA, 1/3 vive como se vive em países do terceiro mundo e o 1/3 restante não vive e passa a vida como se morasse nos países mais miseráveis do mundo, como na África, Haiti e muitos outros mundo afora.

Essa imensa legião de cidadãos vive nesse mundo disforme, vive conforme vivem seus bons e maus exemplos.

Salvo exceções, vivemos três partes distintas num país colossal e isso é nítido num veículo, aparelho ,que já foi o responsável por  homogeneizar uma cultura.  Já nossa sociedade é formada por castas quase que como na Índia, onde praticamente não se atravessam limites, os cidadãos compõem cada uma delas quase que do início ao fim da vida.

Com isso posto, dá para entender como o termo “televisão” ainda perdura forte para, pelo menos, 140 milhões de brasileiros no século 21, em 2021, no topo da era digital e da hipermodernidade, um aparelho quase que obsoleto no primeiro mundo.

Já há tempos falo que a TV vai viver transformações enormes e isso vem acontecendo nos nossos moldes e possibilidades.

A TV aberta perdeu, em 15 anos, 50% de sua audiência, e a TV paga, em 5 anos, 30% de seus assinantes e consequentemente de audiência.

Do ponto de vista do faturamento publicitário, a queda foi muito mais vertiginosa. Em 7 anos, perdeu 50% de suas receitas – é bem interessante ressaltar o advento digital, redes sociais, Google e Youtube levaram e levarão bastante ainda.

E não posso me esquecer que esses dois anos de pandemia e uma militância de direita que dividiu o país, com o aparecimento de vieses jornalísticos , fizeram surgir dois candidatos a investir dinheiro numa nomenclatura ultrapassada chamada “TV”. Lembrem-se das diversas formas de nos referirmos à TV.

E não é que surge a CNN, parecendo ser de direita, e enganou a todos. Não é que ela vendeu que seria. Eu que procuro notícias nunca a procurei no laptop em consulta ao Google, YouTube ou qualquer lugar. Começou bem comercialmente com a força de uma equipe conhecida e com pedigree e logo ( menos que uma pandemia ) foi se esfacelando e dando passagem a outros personagens tanto no editorial como no comercial e MKT.

Pensem que a líder ( GloboNews entre todas as pagas) nas últimas pesquisas fiz ao ranking  deTV paga é a maior concorrente da CNN Brasil , e sua audiência varia de 0,25 a 0,69 pontos, ou melhor um quarto de 1 ponto e pouco mais que metade de uma ponto. E se podemos aferir, a líder está em todas as operadoras por assinatura e a concorrente (CNN Brasil)  hoje é a 15ª colocada com uma audiência entre 0,08 a 0,22 pontos, perto de 11 vezes menos que 1 ponto e pouco menos de um quarto e 1 ponto, e espero esteja em todas as operadoras de assinatura.

E só para fazer uma comparação entre campos distintos uma rede como a Band deve faturar perto de  R$ 400 milhões ano ,com média de 2 pontos e uma cobertura perfeita nacional com quase 97 % do país. Gostaria de saber quanto custa colocar uma emissora com 100% de sua grade de jornalismo no ar, e quanto os donos pretendem faturar.         

   Ah, e minha pérola daqui a uns dias: vem aí a TV Jovem Pan. Pelo que sei dessa vez fez um caminho interessante, começou na produção de conteúdo audiovisual para disputar espaço nas redes sociais e agora batiza sua segunda aventura tele jornalística de oposição a tudo que se apresenta hoje nas grades televisivas/alternativas  no País.

Precisamos ver se o malfadado dinheiro que hoje existe no mercado anunciante dá para ser dividido com tantas opções, vai fazer chover no investimento desses dois novos “CANAIS” que foram inaugurados na pandemia.

O governo atual não vai bancar , enxergo que essa era a aposta da CNN Brasil e não aconteceu, e duvido a TV Jovem Pan  vai ser agraciada com verbas superiores a suas audiências, sem  estar nas principais operadoras de TV por assinatura ,lógico que na estreia virão os incautos e os amigos apoiarão.

Acredito que fizeram estudos sobre o quanto vai valer seu investimento e um tempo de retorno, sabendo é lógico que uma rádio não banca uma TV.

Existem inúmeros espaços a serem comercializados que jamais irão afetar a credibilidade de um jornalismo com pedigree , desde que a empresa inteira fale a língua que sobreviver com dignidade é a primeira opção a ser alcançada. 

Posso dizer que estou sempre na torcida por novos investimentos no mercado de conteúdo e sempre vejo caminhos a seguir e para viabilizar projetos novos. Hoje o comercial e o editorial dividem espaço na grade de programação e quem tiver o feeling de saber equilibrar esses pratos chega com folga a suas metas e pagará suas contas.

 

 

Brasil, 2020-2021.