O bom de
circular para quem conta histórias é que encontrar amigos faz sua cabeça
arejar e “os causos” aparecem mesmo que as pessoas que você encontra não sejam as
protagonistas. O tempo, os lugares e as pessoas voltam como lembranças daquele
momento... Historiografar tem lá suas regras e até já me indicaram autores que
escrevem sobre isso, mas acabo sempre associando o tempo e os amigos as
histórias.
Fui almoçar
com o Sergio Fernandes, o português que trabalhou na Globo-SP. Sabem quem é o
velho Sergião e suas histórias, algumas até já contei aqui no blog, bem como suas peripécias. Para
quem não sabe, o canal 5 em São Paulo, antes de ser do Roberto Marinho, era da
Fundação Victor Costa e, quando foi comprado pela Globo, o maître veio junto (ele é um dos poucos que começou na Globo-SP) no
inicio do que se formou a Rede Globo . Semana passada levei-o lá no “Madá” de
outro publicitário, o Mario Ronaldo, e onde encontro diversos amigos em
qualquer dia que almoço lá. Para variar, encontrei o Chico Marin e o Alexandre
Secco na porta e acabamos escutando algumas histórias do português com o
Roberto Montoro que foi da Rede Mulher, Walter Clark, entre outros, em um
almoço simples e engraçado.
E como uma
história leva à outra, lembrei-me da reunião da APP naquele mesmo dia, onde
conheci a Marcia Asano, craque na Editora Abril, entendida em organização de
dados e nova participante das reuniões das segundas quartas do mês (tenho o
prazer de participar dessa diretoria que faz o maior sucesso). UhUh! Quando me
lembrei de parte da história que vou contar, a outra lembrei no almoço com o Sergião e companhia.
Bem, vamos
começar as histórias, né... Sempre andei com meus mailings do telex ao fax e e-mail
durante toda a minha vida profissional (já contei isso aqui um dia). No
final da década de 1990, minha primeira ex foi trabalhar na Abril com o
competentíssimo Gabriel Rico. Um dia, ela me contou que o mailing da Abril era ruim. Achei aquilo estranho, mas me ofereci a
lhe emprestar o meu na época e, quando eles o melhorassem, ela o devolveria
. Sem consultar ninguém, ela disse que eu podia contar com isso e lhe
dei os disquetes com dados de mídias e clientes do mercado publicitário.
Passaram-se
meses e lhe pedi meu mailing, mas nada
de ela falar sobre o assunto. Na terceira ou quarta vez que lhe pedi, ela me
disse que não poderia me devolver pois o que entrava não poderia sair jamais...
(Ahhh isso é regra com dinheiro em veículos de comunicação) . Minha sorte é que
tinha cópia e o assunto se encerrou por ali...
Como disse
que uma história puxa outra, lembrei-me de quando trabalhava na TV Gazeta de
São Paulo. Minha sala e as de outros diretores eram de frente para a Paulista
900 e nos verões era um calor insuportável. Lembro-me do diretor de jornalismo,
Marco Coelho, na sala de mesma posição
em outro andar tinha o mesmo problema.
Tive a
ideia de comprar um ar-condicionado portátil. O Stein trabalhava comigo e fomos
juntos; já o levamos no dia a minha sala para instalarmos e no fim do dia...
imaginem... tudo bem fresquinho!
Em um
determinado momento, Marco Coelho chegou dando risada, contou-me que ele também
havia tido essa ideia e aí perguntei onde estava o dele (por isso que ria muito...).
Um determinado dia disseram a ele que, para o ar estar lá, deveria ter a
plaquinha de patrimônio e, um dia, a gerência de patrimônio mandou alguém lá
colocá-la. Até aí tudo bem... O engraçado é que, meses depois, tiraram-no da
sala dele e o colocaram em uma outra sala que tinha mais necessidade de uma
temperatura menor rsrsrs. Marco, como boa praça e funcionário exemplar, não se
irritou e perdeu o ar que tinha comprado do seu bolso.
No meu caso,
como sempre fui “casca grossa”, nunca ninguém foi lá pedir para colocar a
plaquinha e, quando saí, levei meu ar e guardei a nota fiscal. Imaginem... naqueles
tempos custava uma nota um ar daqueles!
A única
coisa que posso dizer é que regras são regras. Sempre fui muito grato à Casper
Líbero trabalhei lá três vezes, apesar de não concordar com muitas de suas
regras... rsrsrs