Faz tempo que quero contar esta história, mas, como arrumo
problemas demais para minha vida, precisava estar muito contente para que, se
alguma coisa não agradasse o protagonista, minha felicidade compensasse os
problemas futuros (rsrsrs...).
Imagina, fui atender o Alexandre Frota na TV Gazeta de São
Paulo numa das primeiras vezes que ele ficou no desvio, ou melhor, sem estar no
ar!
Era 1996, o Luiz Carlos Stein, diretor de publicidade, me
marca uma reunião com o cara, que me apresentaria um piloto sobre aventura e
esportes radicais, na minha sala, no 6° andar da avenida Paulista, 900.
O cara chegou até humilde, com uma bela ideia e um piloto
muito bem produzido, para fazermos uma parceria e eu estava bem a fim de fazer.
Mesmo com sua truculência, achei que ele tinha chance e prometi que em dez dias
daria a resposta sobre algumas consultas que faríamos ao mercado e a grana eu
que teria que arrumar. Sempre fui rápido para o sim e instantâneo para o não. Quem
trabalhou comigo sabe disso.
Seu assistente na época, um japonês também bem solicito, se
aproximou do Stein e ficamos de entrar em negociação rapidamente, pois ele
também tinha algumas promessas de amigos em patrocínios.
Mas a vida não é como a gente traça, e digo sempre que “o
bom da vida é que tudo, a todo momento, pode mudar”.
E desta vez a mudança foi forte. Acho que já até contei aqui
em outra história sobre a filha que apareceu em Resende, que me rendeu algumas
felicidades no inicío e no fim, um problema enorme, inclusive com o Frota. Minha
ansiedade, quando soube que tinha uma filha de 18 anos, me atrapalhou e
embaralhou umas duas semanas. Na família, no psicológico e no trabalho só
pensava em conhecer a nova rebenta já vinda criada.
Passei do prazo com a equipe do Alexandre e com todos que
naquelas duas semanas dependiam de uma resposta ou algo que dependesse de
muitas reuniões, como uma parceria na TV Gazeta, aprovação de um sem-número de
gente da Fundação e conselho de gerentes – uma burocracia aos moldes de uma
empresa pública. Mas, eu juro, eles me apoiavam e eu trazia a grana sempre.
Com todos esses rolos, o japonês ligou algumas vezes para o
Stein e, sem resposta na terceira vez, já não foi o japa quem ligou e sim o
próprio pavio curto Alexandre Frota. Sem saber o que estava acontecendo, falou um
monte ao meu brodinho, Índio (Stein). E não deu outra! Tomei suas dores e
mandei disser que ali ele não teria mais programa, ou melhor, nem seria mais
escutado nem atendido.
O cara deixava centenas de recados malcriados com a
secretária, e perdemos os dois. Quem sabe, seria um sucesso seu programa na
Gazetinha, ou até ficasse amigo do cara? Mas a vida é dura até para quem é duro,
me disse o inverso disso estes dias um ex-amigo meu, bambambã do mercado e meu
pupilo durante anos.
Estes dias, o vi na TV, falando de sua família e de seus
repentes de loucura. Eu também já tive um monte desses repentes, mas briguei
com poucos e colecionei mais amigos, graças a Deus!
Pena que nem o Frota, nem meu ex-pupilo fazem mais parte de
minha vida – mas me lembram o bom da vida e que a todo minuto tudo pode mudar e
a qualquer momento um ilustre desconhecido como eu pode ser o famoso quem, mesmo?