terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Apareceu uma filha minha com 18 anos na TV.


Com minhas mudanças de emprego, cheguei a ficar uns oito anos sem tirar umas férias descentes; eram somente semanas e a emenda do Natal com o Ano Novo.
Não posso reclamar. Fazia o que gostava e quando queria sair ia a qualquer lugar do mundo.  Meu destino predileto era a Europa (e ainda o é), a Holanda em especial – tenho alguma coisa com esse país quem sabe os dois Hs no meu nome Hélcio Henrique. Fui em 2009 a última vez e a vontade de voltar é sem descrição. Tem gente que acha que é outra coisa, mas posso afirmar que não (rsrsrs...). Quem já foi lá sabe que a civilidade, os parques, as mulheres e os homens não têm igual no planeta. Olhar já enriquece a alma .
Viajar é o que acho de melhor na vida, seja para aonde for, e nossa história tem a ver com minhas aventuras de adolescente e pré-adulto totalmente duro, quando minhas idas a Visconde de Mauá, Maromba e Maringá (MG e RJ) praticamente mensais e nos feriados prolongados – com pouco mais de duas carteiras de cigarro no bolso e sem um tostão sequer – já me extasiavam. Comer era detalhe, eu pesava pouco mais de 56 quilos e sempre tinha uma casa de amigo para matar a fome ou a sede alcoólica.
Esta época de idas mensais incluiu Penedo também e posso afirmar que durante o período dos 17 aos 24 anos praticamente estava lá todos os fins de semana, tinha carona de ida e volta com meus amigos de fé na época, o Paulo Buzzato e o Jorge Malafronte  (o Mala), que tem até hoje um sitiozinho em Penedo, que era nosso abrigo e local de festas incríveis. Sauna, piscina natural e verde, muito verde – e meninas e meninos, é lógico.
O resultado de todas essas aventuras na serra da Mantiqueira aconteceu quando de minha terceira e última estada na TV Gazeta de SP, 19 anos depois.
Minha vida sempre foi ligada à região de Resende (RJ), onde morei poucos meses com meus pais quando era adolescente, tomei gosto pela região e tenho muitos amigos por lá até hoje. Para quem conhece as cidades que comento acima, são praticamente subdistritos dessa cidade fluminense. Onde tem a Academia Militar das Agulhas Negras onde meu pai serviu como oficial instrutor em 1974.
Estamos falando de 1996 aproximadamente, era uma sexta-feira e tínhamos sido convidadas, minha família e eu, para um aniversário da filha de um primo que não via havia muito tempo. Sabia que era festa de  15 anos de sua filha mais nova, mas como meus filhos não os conheciam bem e já eram quase adolescentes foi difícil convencê-los a ir.
Quando cheguei em casa, tocou o telefone e fui eu que atendi. Era uma menina que perguntou se o Hélcio estava e, prontamente, falei que era eu mesmo. Ela, sem cerimônia nenhuma, disse que se chamava Brenda e que sua mãe lhe havia dito há poucos dias que eu era seu pai biológico. Imagine! Minhas pernas começaram a tremer, eu estava ao lado da família inteira, aprontando-me para ir a uma festa e sem saber os problemas que aquilo me traria para o resto da vida. Quando desliguei o telefone, contei para a família inteira.
Chegamos umas duas horas atrasados à festa, na qual minha família toda estava. Fomos vestidos como estávamos, totalmente inadequados para a ocasião. Sentamo-nos os cinco – minha primeira esposa, meus três filhos e eu – numa mesa e praticamente não falamos com ninguém. Era difícil digerir aquilo.
No sábado, liguei novamente para a menina e conversei bastante com ela. Combinei de vê-la no outro fim de semana com a família em um hotel em Penedo . A partir dali, achei que tudo se resolveria normalmente.
Na segunda-feira, contei aquilo aos amigos na Gazeta e a história foi se espalhando. Para se ter uma ideia, até a produção do Fantástico me ligou. Como não havia deixado o Mulheres, da Gazeta, não deixei ninguém fazer matéria alguma. Eu, diretor de emissora, já estava preocupado com a repercussão.
Em uma reunião na semana com o Marcos Gouveia (o Rei do Varejo), contei a história com a agência presente. Marcamos outra reunião para depois do encontro e a diretora da agência, Clea Lana, pediu para eu chegar meia hora antes para contar . E quando o Marcos entrou na sala tive que contar tudo de novo. Não estava só o Luiz Stein estava comigo era o diretor de publicidade tanto na reunião antes como a depois do encontro com minha mais nova filha de 18 anos.
Fiquei muito tempo contando essa história e ela foi se avolumando. Até hoje encontro amigos que me perguntam como está a filha que apareceu. Posso dizer que essa filha me ajudou a vender muita publicidade .Rssrrssr
Muitas histórias são o melhor argumento de um vendedor de publicidade – nos 34 anos em que atuei na venda, funcionavam muito bem. Já nos dias de hoje poucos têm tempo para escutar propostas, quanto mais histórias. A vida de todos já é tão vasculhada e exposta na nova vida que se delineia com as redes sociais.
O que sei é que hoje, com seis filhos, dois paulistanos, uma mineira de BH, uma de Resende (RJ) e agora duas baianinhas soteropolitanas tenho que me reinventar sempre, pois posso me casar de novo e ser igual ao último casamento em que os dois dela moravam com a gente e não eram seis, mas oito, meu número de sorte (rsrsrs...).