O digital veio para ordenar, não no conceito de dar ordem, e sim no de priorizar. Imaginem alimentar todos esses oito bilhões de habitantes do planeta sem um bom programa de reservas em silos, mundo afora, dos elementos prioritários para solver a fome. Gente, animais, plantas e lavouras carecem de nutrientes e isso se replica em todas as cadeias de suprimentos que fazem a vida ser mais ordenada.
A partir da hora que dispomos de tecnologia, ela acaba sendo
viciante e edificante no trabalho, no lazer, em casa e na rua. Hoje somos
guiados por ela. GPS é pouco para o quanto somos e seremos vigiados daqui para
frente.
Ninguém se livra do cadastramento. Outro dia escrevi que a
qualquer momento na hora de acordar um sistema vai fazer nosso cadastro, senão
não comemos, bebemos, nos transportamos e nada fazemos.
A cada dia entram novos apps, inovações visuais e de
conteúdo, um mundo diferente de ano em ano. Antes eram décadas até se mudar algo.
Leis novas precisam ser elaboradas, senão vamos trombar uns
com os outros o tempo todo. A vida vai prescrevendo e nascendo
vertiginosamente.
Inteligência artificial, realidade aumentada, metaverso,
ChatGPT já colocaram no chinelo termos comuns de dois anos atrás.
Um universo inteiro de mudanças passa à nossa porta e sobe
quem pode e entende. Muitos de nós tentamos. Esses poucos neurônios do futuro
fazem de muitas gerações bobos da corte dos jovens. Sorte ainda têm os
velhinhos (as) com o pau duro na ciência, mesmo sendo ela de inovação.
Ganhar espaço, pensar e escrever como nós humanos, ou quase
como, imaginar o mundo em N dimensões e fazer pesquisas por conta própria será
um estalo dos próximos dois anos e o que vem por aí ainda nem foi inventado.
São Paulo, fevereiro 2023.