sábado, 18 de janeiro de 2014

Muito bilhão e pouca educação.


Há meses tento falar sobre o assunto “ascensão das classes sociais” e esbarro no politicamente correto. Quando estive em Salvador, entre maio e setembro de 2013, percebi o quão duro é para o país ter colocado quase 50 milhões de pessoas no mercado de consumo obviamente sem algum tipo de preparação, instrução e sem terem educação familiar para se alinharem nesse novo e diferente mundo que vem se delineando.
Salvador é mais fácil de entender pois, se fizermos rapidamente uma regrinha de três, o percentual dentro da cidade de pessoas que estão nessa condição é bem maior que o de outras capitais. Nesses dias falei sobre isso para um senhor na fila de uma loja de peças e acessórios de carro em São Paulo. Ele tinha visto a placa do meu carro de Salvador e me perguntou como as coisas estavam por lá; eu, meio sem querer, falei que as pessoas estavam duras, mal-educadas e ele, baianíssimo, me disse: “É por que o senhor não mora na zona leste” rsrsrs.
Uma grande parte desses antes excluídos vem de favelas, de famílias sem caracterizações bem definidas, com machismo ou autoritarismo dentro de casa ou por bandidos na comunidade e, quando aparecem na economia, a convivência com outros mundos tem um choque terrível cultural e mesmo de entendimento.
Pelo menos na Salvador antes relaxada e ociosa (como disse, em 2002, Domenico de Massi), todos deveriam conhecer o ócio criativo do baiano; agora, virou um sem-fim de mal-      -educados e estúpidos que atendem o público com desdém e antipatia e, é claro, sem o menor calor humano.
Esses cidadãos vão para os balcões atender a população sem o menor preparo: maltratam os turistas mais velhos, ignoram os que possuem algum tipo de problema e as cidades vão se deteriorando aos poucos – como vi Salvador depois de três anos que morei lá.
Dizem os especialistas que a coisa é meio assim também na zona leste de São Paulo, mas a cidade é grande e você tem escolhas. Já em uma cidade como Salvador, a barra tem pesado. Nos seis meses que morei por lá, quase perdi a cabeça com os maus-tratos e com as atitudes na rua, no trânsito e no comércio... E olha que morei na cidade há poucos anos – quase 10 anos...
Amigos, não estou colocando que a população que hoje conseguiu seu primeiro emprego ou sua chance de trabalho é a culpada. Não é isso... Nossos gestores é que são os culpados, pois faltam cursos, educação e um pouco de planejamento – como tudo aqui em nosso país.
Nós também somos culpados, pois somos as gerações que escolheram democraticamente os governantes que, quando usurpam algo, degeneram as famílias, privando-as de gêneros básicos para chegarem a ter uma vida simples, mas com dignidade.
Nós, que hoje somos os 30% da população conectados e consumistas on-line, não temos ideia das humilhações que nosso povo sofre. Tudo começa na condução que tomamos de manhã espremidos no trem, ônibus ou metrô, quando procuramos saúde, quando precisamos da justiça ou, pior: quando falamos sobre educação (não tem aula, as gangues mandam nas escolas etc.). É como que se não tivéssemos governança alguma.
A Copa do Mundo e as Olimpíadas estão chegando... O que será desse país nesses dois maiores eventos do planeta? Tenho muitas dúvidas: como sairemos desse imbróglio esportivo com todos esses problemas? Sem falar que nada da nossa infraestrutura prometida foi executado...
Axé, meu Deus! Esse país é muito grande e, há poucos dias em São Paulo, um simples “rolezinho” teve bombas e polícia envolvida em diversos shoppings da cidade...  

 

 

domingo, 12 de janeiro de 2014

Muitas vagas para vendedores de editoriais.

            Lembro-me de que, quando começou a caminhada da PL 116 (agora, a chamada lei do audiovisual a 12485), muita gente tinha dúvidas... Imaginem: três horas e meia semanais de programação brasileira em aproximados 88 canais são mais de 16.000 horas de produção nacional por mês!
O que faltam são profissionais que saibam entender os editais para obterem incentivos nesse universo de produção audiovisual (Ancine, Proac, Rouanet, Secretarias Federais, Estaduais e Municipais de Comunicação etc.).
Tenho acompanhado muito o trabalho de divulgação do meu mestre, amigo e primeiro orientador do meu recente mestrado André Gatti em um grupo no Facebook que, em pouco tempo, já passam dos 21 mil membros; vi que profissionais do ramo têm dificuldades em interpretar. Imaginem: os novos profissionais que as faculdades despejam no mercado ano a ano...
Pelo que vi nesses quase três anos que abracei o entendimento acadêmico, as universidades estão fazendo seu papel, preparando os novos profissionais de comunicação com formação em transmídia, multiplataformas, convergência, marca conteúdo, ficção televisiva, entre outros assuntos em pauta na atualidade, como a linguagem “a bola da vez” na minha opinião.
Acompanhando diversos seminários tanto no meio acadêmico como no mercado, tenho notado que a distância entre um e outro ainda é muito grande, mas existe gente como eu que pode muito bem fazer que eles se aproximem a cada dia.
Com este texto pretendi chamar a atenção dos amigos de mercado sobre o quanto faltam profissionais com essa formação dispostos a aprender a respeito desses novos caminhos que a infinidade de novas tarefas vem trazendo ao cinema, televisão, internet e todos os meios de distribuição de conteúdo.
Temos diversas oportunidades na comercialização dos conteúdos incentivados , series ficção, series documentais , cinema ,  internet , animações e etc, etc  .
Hoje não se vende mais espaço, vende-se retorno; agora não se distribui comerciais nos breaks, molda-se situações dentro dos editoriais que chamo de infoshows, até no corpo de produtos como o Jornal Nacional, onde recentemente vi o William Bonner falar sobre os patrocinadores da Fórmula 1 e, ao seu lado, um templet com o nome de todos.
Ah... Não vejo mal nenhum em a Globo fazer isso; contudo, a pena é que seus concorrentes fazem isso, mas são duramente criticados. Atualmente, quem não usar desse recurso pode dar adeus aos seus resultados no fim de 2014.
Vamos lá, gente! Todos nós que temos filhos na geração on-line sabemos que hoje a linguagem é fragmentada e sem a menor explicação, salvo os contratos atuais; porém, nós podemos nos lembrar do passado que a juventude ainda leva em consideração, protegendo-se como um lobo por trás das letrinhas pequeninas que inventamos há anos.
Há tempos digo a meus amigos: esse mundão juniorizado tem suas regras, as quais estão escritas em algum lugar e aparecerão tão logo as coisas não saírem como todos nós desejaríamos, e nós que aprendemos a vender com muitos dos acertos no fio do bigode temos muita chance de aprendermos a vender não mais o break e sim o editorial antes tão dificultado por nossas redações. rsrsrs