domingo, 30 de dezembro de 2012

Ganhavámos 5 vezes mais que a TV Globo.


Um dos grandes prêmio ou presentes da minha vida profissional foi uma pesquisa feita pela Trajano & Associados e o Meio& Mensagem em 1993/1994 e publicada no anuário de mídia .
Nela, apareço como o diretor de vendas de publicidade com o maior prestígio no mercado, trabalhando pela menor emissora, a CNT- Gazeta. Naquele momento já estava dirigindo a TV Bandeirantes-SP1 (capital) mas foi uma das causas de  minhas voltas sucessivas á Gazeta e o faturamento é logico .
Mas esta história não começa na publicação no anuário; ela começa na época em que estavam fazendo a pesquisa.
Coincidência , foi encomendada pelos donos da CNT e Gazeta de SP uma pesquisa para ver se tínhamos penetração no mercado por outro instituto de pesquisa no mesmo período  . Ficamos sabendo que o objetivo era avaliar o trabalho do comercial – a mulher de um dos nossos vendedores, que trabalhava em agência, descobriu para quem era a pesquisa e saiu falando mal do gerente do marido, coisa que era um desvio padrão no resultado em outros lugares. Como eram duas pesquisas, ela errou para quem falar (rsrsrs...).E acabei ficando sabendo.
 Além, é lógico, de uma tática nossa que eram os salários de nossos vendedores que, em oito meses, passaram de U$ 12 000,00; os dos gerentes, mais ainda; e eu, diretor, imagine! Antes, nem falo quanto era; sempre disse que os mercados não ajudam pobre.
A história é sobre os salários ; só falávamos que ganhávamos bem. Aos poucos, o mercado começou a ver nossos contatos almoçando nos lugares badalados ,com carros zero bala,ternos alinhados e  passamos a dar festas diárias nas permutas, chamando os fofoqueiros que espalhavam nosso slogan: “Ganhamos bem”. Eram 14 contatos falando isso, um monte de meninos inteligentes e bonitos. A mídia era  quase só mulher naquela época (rsrsrs...).
E eu é logico louco mandava alguns voltarem para casa e se trocarem se os trajes não fossem os adequados as nossas falações . E até trocar de carro fiz um uma vez trocar rsrsrs.
E as coisas foram tomando um grande volume. Demos sorte com a vinda do Clodovil, que  alavancou nossa grade; as novelas dos Martinez,  mexicanas, que não tinham o final, pois não pagaram a Televisa; o Alborguete,  que baixava a calça e punha a bunda no ar, batendo um cajado (o primeiro, tipo “Cidade Alerta”), logo substituído pelo Ratinho, que gritava meu nome no ar: “Hélcio, fatura aí, se não vou para a Record!” e acabou indo meses depois.
O Ratinho virou gênero e gerou comentários internacionais na época. Poucos sabem. Estive em Miami e falavam dele, no Canadá, em Toronto, e em Santiago, no Chile, falavam dele. O sucesso era grande!  Mas nos países que ouvi não tinha tanta baixaria como aqui. Ficou difícil copiar o modelo (rsrsrs...).
Naquele carnaval de 1994 fomos, Ratinho e eu, ao sambódromo no camarote do Amilcar, hoje RedeTV.Fui o primeiro a por no ar um projeto com a empresa de telefonia dele com sorteios via computador e prêmios em barras de ouro , por isso fui convidado para seu camarote o Ademar Monteiro superintendente da CNT que chegou com o convite. Era uma tietagem dos componentes das Escolas de Samba, gritando o nome do Ratinho em frente ao camarote.
Mas a grande história foi o que virou a mentira inicial do salário de nossos vendedores de publicidade. Até gerente da Globo queria um holerite nosso –  lembro-me de um na minha sala na Gazeta. Mas não achamos legal, a Gazeta ainda saía nos jornais como um dos maiores devedores do INSS.
Tudo começou em abril de 1993 e em dezembro os vendedores de publicidade ganhavam 12 mil dólares. Ai mandei-os sair com os holerites na carteira e, quando o papo era de salário, eles mostravam aquele robusto contracheque.
Não dava outra! O visitado, minutos depois, me ligava na Gazeta pedindo emprego. E, é lógico, ganhava um grande malho.rsrsrsr Fizemos de proposito sabíamos que isso ia acontecer um vendedor de publicidade da Globo São Paulo ganhava U$ 2 500,00 por mês.
Sobre a história da pesquisa, o melhor que posso fazer é não falar o nome dos envolvidos. Foi feio e partiu de pessoas sem ética e de baixo nível.
Já da equipe daqueles anos de CNT-Gazeta guardo muitas recordações. Lembro-me até da venda do patrocínio do carnaval do Rio no mesmo ano  à GM. Às 20h da sexta de Carnaval, todos os 15 do Comercial subimos em cima das mesas dos contatos e saímos em carreata pela Paulista de alegria, comemorando aquela venda aos 46 dos segundo tempo.   

sábado, 22 de dezembro de 2012

Rápido é o João Doria JR.


Lembrei-me desta história quando vi no semsura888 o Sílvio Lancellotti, um craque na cozinha e na televisão.
Na terceira ida minha para a TV Gazeta, o João Dória tinha uns três programas na grade, um deles era do Sílvio. Todos os programas eram muito bem feitos, mas tínhamos um problema: só o João faturava ou não faturava – imagine, falar isso do João; acho ele um dos caras mais competentes do mercado do business.
Estes dias, falando com o Pipoca – o Antonio Rebesco, na minha opinião, outro abençoado por Deus e um dos referenciais na TV pública brasileira – sobre o João Dória, ele me disse que até na FAAP, como aluno, ele era exemplar.
Esta história começa uns dois anos antes de 1995.  Minha primeira ex (não coloco o nome dela, se não é capaz de cobrar direitos de imagem) fazia um trabalho de assessoria de imprensa para a Brinks, na época em que os bandidos diariamente assaltavam um carro deles nas ruas de São Paulo. Ali, descobri que os carros-fortes no Brasil são os mais blindados do mundo, mas contra bazuca, AR-15 e outras armas de grosso calibre aquilo parecia papel – um dia, o Boris Casoy até falou isso no ar, no SBT.
Minha ex tinha um parceiro no atendimento da Brinks, ela fazia imprensa e ele uma newslettering. Um certo dia, ela convida a família dele para tomar um lanche e nos conhecermos. Os filhos dele eram da idade dos meus; foi muito legal. Brincaram e conversamos bastante, em um determinado momento o parceiro jornalista de minha ex me fala que eu, trabalhando em TV, deveria fazer um programa com os clientes de informática que estavam entrado no mercado. Tínhamos restrições na importação de computadores e impressoras. Mais ou menos em 1995 isso acabou e Epson, HP, Apple, entre outros, começaram a entrar no Brasil.
Eu e os meninos que na época estavam comigo na Band – Marco Piccolo, Gilberto Corazza e Mauricio Rollo Ribeiro – íamos a todos os clientes, e nos de informática a demanda era maior que a oferta. Nem queriam falar sobre publicidade, e foi o que disse para o jornalista parceiro de trabalho da minha ex.
Meses se passaram, eu volto para a Gazeta e uma semana depois sou convidado pelo João para uma festa lá no Banana Banana –  lembram, eles eram os reis da permuta (rsrsrs...).
Ganhei até um ursinho de pelúcia que dei pra ex, quando cheguei em casa. Contei a ela que o João Dória estava lançando um programa de informática aos domingos, dia em que a Gazeta praticamente só veiculava programas independentes. Nem me liguei no papo do jornalista, meses atrás.
Passaram-se umas três semanas, chego em casa, minha ex chorando. Havia tido uma reunião com seu parceiro jornalista, o cara gritou com ela, me chamando de charlatão, que eu havia copiado a ideia dele e acabaram com a parceria na Brinks. Disse ela que quase foi agredida. Expliquei a história do ursinho e ela se lembrou de que eu estava há um mês, se muito, na emissora.
Como o cara exagerou na dose, não dava nem para ligar e explicar que o João tinha já três programas e este era o quarto. Deixei barato.
No sábado daquela mesma semana passa de manhã o Sergio Monteiro em casa e me chama para irmos até uma produtora ali perto para ele aprovar um spot para a Trip – o Serginho trabalhou bastante tempo com o Paulinho Lima. E lá fui eu escutar o spot no estúdio de um japonês que era meu amigo também.
Na recepção do estúdio tinha uma Meio & Mensagem, eu peguei para ler e a matéria de capa era: “Esta semana estreiam 3 programas de informática na TV” uma na Manchete, uma na Bandeirantes e o do João Dória, na Gazeta.
Ah, não tive dúvida! Pedi a M&M ao japa, cheguei em casa e escrevi nos brancos do lado do jornal um monte de merda ao tal jornalista, chamei-o de desinformado e grosso. E mandei por fax, que ainda não havia internet.
Imagine, eu teria que ter dado a dica dele a todos no mercado e, pior que isso, nenhum dos programas durou mais de seis meses por falta de patrocínio.
Eu aprendi bastante com esse rolo todo. Sempre abri as minhas reuniões com produtores independentes contando essa história, sem falar o nome do tal jornalista, é claro, se não estaria divulgando o grosso no mercado (rsrsrs...).
Ah, e o João Dória nunca soube que um dia quase minha ex-mulher apanhou por uma das muitas ideias brilhantes dele.

 

 

domingo, 16 de dezembro de 2012

Estadão no Escuro


Estes dias estive com a minha amiga Adélia Franceschini e lembrei-me de uma das melhores histórias sobre administração familiar em veiculo de comunicação.
A Adélia saiu da Abril e foi para o Estadão com a equipe do Orlando Marques e do Augusto Nunes.

Foi a modernização do parque gráfico, assinaturas e muitas inovações e trapalhadas, mas o importante é que o jornal deu um salto – vinha apanhando da Folha e isso para o jornalismo não era bom.

Pouco tempo antes, a Folha lançou seu classificado. O Estadão percebeu que seus anúncios estavam sendo clonados e preparou uma armadilha, colocou um classificado com o telefone do próprio Estadão. A Folha caiu e publicou o anúncio, escancarando a farsa. Lembram? Foi um escândalo e ninguém da Folha falou um “a”.

A cartilha da Folha é perto da de Maquiavel, venderam até assinatura vitalícia na época do seu Frias, e não entregaram, é lógico.

Aí, começou uma batalha que chega à contratação desse time de peso na marginal Tietê.

O marketing atuante e remexendo tudo, criação, cor, anúncios, comercial, formatos e logística.

A entrega dos jornais, que começa na madrugada, com diversos caminhões nos píers, carregando os jornais para São Paulo e o resto do Brasil, e o pátio numa escuridão enorme. As luzes todas apagadas, e a equipe da Adélia, vendo aquilo, pergunta ao responsável:

– Senhor, estas luzes apagadas não atrapalham o carregamento dos jornais?

– Sim, senhora! Mas o seu Ruy Mesquita mandou que fosse feito assim.

O Ruy Mesquita  grande símbolo do  Grupo Estadão e durante muito tempo garantiu a ética e um tipo de governança editorial.

A Adélia, diretora de mkt, teria que perguntar ao seu Ruy o porquê daquela ordem. O Estadão era único, a família mandava, mas era muito desunida.

Até que o dia chegou, e ela, em reunião da qual o seu Ruy participava, perguntou:

– Seu Ruy, por que na saída do jornal nosso pátio, na madrugada, tem que estar no escuro?

E ele pergunta:

– Como, no escuro?

A Adélia explica e ele, atônito, conta:

– Adélia, há uns 20 anos fui lá no pátio às 11 horas da manhã e as luzes estavam todas acesas. Aí, mandei apagar.

A ordem foi cumprida até de noite durante esse tempo todo (rsrsrs...).

O Estadão hoje é outra empresa. Estamos falando de 1989 aproximadamente, mas acredito que muita gente ainda no mercado carrega seu conteúdo no escuro.

 

sábado, 8 de dezembro de 2012

Luma e Ike. Quase paguei a conta.


A casa de Ike Batista e Luma de Oliveira era o sonho de consumo de muita gente e acabou sendo uma briga entre meu sócio e eu.
Um dia, em 2003, cheguei de Salvador e meu sócio me disse que eu ficasse no escritório para conversarmos sobre um grande projeto ainda para aquele ano. Fiquei feliz, já era final de setembro e as surpresas são poucas para quem tem uma estrutura armada e cheia de repetições ano a ano.
Fiquei aguardando sua chegada e fomos almoçar. Já no caminho ele me conta que iria naquela semana ao Rio de Janeiro na casa da Luma e do Ike. A Editora Abril, em sua área de projetos, nos indicou para fazer com eles a revista da Princesa do Carnaval, a Luma de Oliveira.
Achei legal e perguntei se deveríamos aprontar algum projeto. Ele me disse que depois da reunião, que seria na próxima semana, faríamos o projeto.
O poderoso homem do petróleo e dos minérios ainda não era o mais rico – era quase. Ficamos dias falando do novo negócio, contatamos até alguns amigos para tentar ver se sairia alguma coisa de outubro a fevereiro e vimos que a coisa seria difícil, mas não impossível.
Enfim, chega o dia! O Ricardo Santos vai para o Rio, o irmão da Luma o pega no aeroporto, almoçam e vão pra reunião com a mulher dos sonhos. O Ricardo falou dela uns três meses – não falou mais pelo motivo desta história.
Tudo era uma maravilha na volta a São Paulo. A casa dos dois era num morro que tinha vista para Barra. Foi uma tarde inteira de reunião, um céu azul e a praia ao fundo, que fiquei até com água na boca. Fora o mulherão que esteve presente o tempo todo. Pelo que me lembro, o Ike não participou disse o Ricardo.
Tínhamos que ser rápidos. Já era meados de outubro e o Carnaval do próximo ano seria em meados de fevereiro. Tínhamos pouco mais de 60 dias para vender a revista da Princesa do Carnaval, e não seria fácil.
O projeto e mote comercial saíram rapidamente, e como era para uma das maiores fortunas do Brasil, caprichamos na apresentação. Em função do tempo e da qualidade, cobramos um fee mensal para garantir dedicação por 60 ou 70 dias com todo o vapor.
O meu sócio foi para o Rio e na volta me contou que eles não queriam ter lucro com a revista. Pagaríamos a Abril e o restante do dinheiro seria nosso. A responsa dos custos seria nossa também.
Não é a toa que o cara se tornou um dos mais ricos do mundo.  Ele estava fazendo a graça com a Luma e quem ia pagar, se desse errado, era eu (rsrsrs...).
Este assunto ficou uns 20 dias em pauta na HV2 /AEconomia, e até na TV Salvador correu o assunto. Luma e Ike não são para qualquer um! Vira até argumento de vendas.
O Ricardo queria até pôr um dinheiro bem pequeno de fee mensal. Até discutimos um dia, pois ele dizia que eu estava míope e respondi: “Você me garante dez páginas, que eu topo”. E ele disse: “Você sabe que não posso garantir”.
Mais uma ligação dele para o irmão da Luma e, aí, veio a notícia: o Ike não abriria mão de sua proposta. Nós não abrimos mão da nossa e o negócio não rolou. Brigamos várias vezes em novembro e dezembro sobre o caso Luma.
Sorte minha, que chegaram o Natal e as festas e fiquei de férias, trabalhando em Salvador (rsrsrs...). Só voltei lá pelo fim de janeiro.
Quando cheguei, nem lembrava mais da Luma, e o Ricardo levantou e jogou um jornal em cima da minha mesa. A manchete: “Bombeiro apaga o fogo na casa da Luma de Oliveira”. E a matéria conta todo o caso dela com o bombeiro.
Imagine! Nós estaríamos no olho do furacão, fazendo a revista sem receber nada e com o mico na mão, contrato com a Abril e a equipe que teríamos que formar.
Às vezes, os incêndios podem ser maiores do que imaginamos. E a sorte também! O Ike sempre tem sorte. Eu tenho às vezes.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Do Virtual para o Real.


O semsura888 nasceu em maio de 2012 e no dia 30 de novembro já fizemos uma festa – um almoço tão animado quanto os melhores Maximídia.   Nós, veículos de comunicação e mídias, sempre fomos aos eventos para encontrar os amigos e assistir a uma ou outra palestra, tanto que este ano só teve palestra; a feira sumiu.
Lembro-me de grandes festas do mercado, como as da Grey. A DM9 fazia umas que pareciam decididas dias antes – éramos convidados quase no dia. Não foi uma vez só, foram várias assim. Acho que o Nizan esperava que alguém teria a iniciativa e, então, decidia para quatro dias depois e a correria na agência era grande (rsrsrs...). As festas do Nizan eram tão boas que em uma das últimas, ali perto do Jóquei, tive uma pneumonia uma semana antes; já estava quase bom e fui. Não dava para não ir, todo mundo ia.Lembro do Paulão ligando no dia para nos convidar.
As da Grey, do Toledano e do Português, com uma banda de rock em que a cantora era de outra agência (muito boa por sinal, Led Zepelin, Kiss, Genesis e muitos outros sons, muito bem mandados).
Eram tantos os coquetéis, que quando chegava em casa meus filhos gritavam para a  mãe: “Chegou o rei do coquetel”.
Íamos lá para ver os amigos e dançar. Saía de lá suado ao extremo.
Houve festas trágicas, como uma da McCann em que o Zé Victor cobriu a piscina e fez uma pista de dança. No meio da festa aquilo caiu e alguns se machucaram. Graças a Deus, ninguém se machucou feio.
Ou uma que dei no Club Homes para a Associação de Marketing Rural para uns 500 empresários. O dinheiro acabou e tínhamos apenas 12 garrafas de Vat 69. Fizemos os garçons correrem de um lado para outro do salão a noite inteira. As 12 deram e sobrou uma ainda. Ah, lembro-me do Julinho Cesar, da Abril, no fim da festa, pedindo um whisky – e ainda tinha (rsrsrs...). Cerveja e vinho tinha bastante.
Que delícia o que fizemos, reunir tantos amigos. Parecia que estava todo mundo ali. Lembrava aquele plástico “Eu fui ao Rock in Rio”. Emoção pura!
O Marquinho Multi Meios o de sempre, parte da mesma tribo dos olhos brilhantes e risonhos, como sempre fomos.
Ninguém ali queria vender nada para ninguém. Falamos muito das histórias dos filhos, de “causos” que não dá para escrever.
Uma das melhores foi o Juarez Macedo que em 1996 quando contratei ele na Gazeta já ficávamos preocupados com ele no volante as 18h mandávamos as secretárias checarem por celular aonde o homem estava , e veio me falar que com seus 82 anos ainda ficam preocupados lá imaginem rsrsrrsrs.Será que melhorou neste 16 anos rsrsrs.
Ainda cabem mais alguns. E vamos valorizar o esforço do Zeca Pinto, lá de corpo presente( alguém disse isso no grupo estes dia para dizer que não ia) o Zeca Pinto FOI né.
Ah, não vou falar, mas até meu ego foi lá para o espaço quando uma das moças me disse que estou “bunitinho”. Eu gostei. Tô competitivo ainda, será?
Foram mais de 100 e uns 30 que confirmaram não foram e uns 25 que não confirmaram foram, no fim ficou tudo igual.
Tivemos uma Vídeo Van com clips na porta. Uma produção do André Luiz – e suas fotos vão ser bem-vindas, como as do Giovanni Esposito, que matou a pau nas fotos.
Foi de emocionar, e, como escrevi na sexta-feira no Facebook logo após a festa, quebramos um paradigma. O virtual nos ajudou a fazer algo que não teríamos condições de fazer sem ele – o real, reunir todas estas pessoas em 20 dias.
Até a próxima, já programada para o dia 1º.  de fevereiro de 2013. Então, o mundo não vai acabar dia 21 de dezembro. Que bom!!!

Parabéns pelo almoço de  30 11 212  Adão Casares, Francisco Carlos Marin, Rose de Almeida – e eu também, né?

domingo, 25 de novembro de 2012

Mapa Reserva. A Globo veiculava.


De tanto falarmos de mapas reservas, acabei por lembrar-me da minha formatura, melhor ainda, do TCC. Trabalhava na Globo SP e minha equipe na escola tinha a Raquel Folino (Rádio e TV), de muitas agências – lembro da Denison e da Fischer & Justus – , o Pedrinho, o Ronaldo – muitos anos mkt da Yakult – e o “Baixinho”, o Paulinho, que era financeiro da Abril.
Éramos uma equipe de peso. Tiramos 10 na apresentação final e ficamos em segundo lugar numa apresentação feita para a Standard, na qual até o Faveco ( presidente da agência e figura reconhecida na publicidade) estava. Nosso produto foi o pão de forma Seven Boys, e nosso slogan, “Tem Que ser Seven Boys”. O ganhador foi Sardinhas Alcion com a equipe do Marcos Grahul, e o terceiro foi Toalhas São Carlos da equipe do Baiano, Márcia La Selva, Telma , Magrão  e Neguinho.  Há tempos a voz do Baiano é do comercial do Extra e de muitos outros comerciais de TV e spots de rádio.
O trabalho do TCC rola em uma hora em que sua vida esta de ponta-cabeça – fim de curso, trabalho. No meu caso, casamento. Brigamos dias antes da apresentação. Nunca tínhamos brigado nos quatro anos de faculdade, mas no fim foi uma maravilha. Até prêmio em dinheiro ganhamos, e um troféu com segundo de uns cinquenta trabalhos das três turmas de Publicidade e Propaganda. Depois, no mercado, percebi que os nervos ficam à flor da pele no TCC, e muitas equipes brigam e até membros surtam, e tive a oportunidade de conferir isso nos meninos e meninas que trabalharam comigo nestes 32 anos de mercado.
Lembrei-me dessa história, pois em uma reserva, dessas que são canceladas na última hora (o prazo era 11 dias), um assistente da DPZ, o Irion, do grupo da Eliane Zacarias, esqueceu-se de cancelar uma delas; e ela, vendo TV em casa, percebeu que na novela das oito havia dois comerciais da Chamburcy, e não um como estava programado.
Éramos bem amigos e ajudávamos uns aos outros. A Eliane me liga logo pela manhã e diz que o Irion (um rapaz super-humilde e dedicado) esqueceu-se de cancelar um dos mapas. Eu perguntei se além de nós dois alguém mais sabia. Ela disse que não. Então, fizemos compensações de mídias que ainda iriam ao ar e a verba quase  ficou a mesma. O Irion não foi mandado embora. Imagine, uma novela das oito custa hoje uns R$ 120.000,00, se for só SP-capital!
Eu sempre dizia no SP1 da Globo não dá para errar ,pois não dá para pagar .rsrrsr
Uma vez foi uma reserva da Gang inteira nacional para o ar em duplicidade mas não conto quem errou .rsrrsrsrsr. Fico quieto sempre nestas horas.
O bom foi meu trabalho de TCC! Imagine quem me ajudou a fazer? A Eliane Zacarias, a mulher do Paulo Chuerri. Sempre que nos vemos, lembramo-nos disso. Ela fica vermelha, pois conto a todos que ela me ajudou no trabalho de conclusão do meu curso de graduação.
Não foi uma troca (rsrsrs...), foi a ajuda de uma profissional das mais respeitadas do mercado.
A Eliane, desde que a conheço, tem a mesma cara – e imagine em festas eu falando a todos mais ou menos a idade dela (rsrsrs...). Eu, com esse cabelo branco, pareço o avô dela. Nenhuma mulher gosta que demonstremos sua idade. Nunca falei nada sobre isso, mas a mulher do Chuerri... (rsrsrs...).
Aprontávamos muito na  Globo SP. Tínhamos muito trabalho, mas sempre me lembro das divertidas reuniões na sala do Sergio Fernandes (Sergião), que sabia de todas as histórias do Walter Clark e nos contava da montagem da Som Livre, da compra de outras emissoras e dos acordos  com afiliadas, das cestas na mesa do Walter em que se colocavam os (as) PIs – que deram origem ao faturamento ser chamado de basquete nas emissoras de TV –, e de como eram os cercos a agências e clientes na famosa sede do Comercial na alameda Santos, ao lado da Sabesp. Festas regadas a whisky e namoros relâmpagos com moças de uma agenda cheia de telefones femininos da qual o Sergião cuidava com carinho.
Quem era do mercado naquela época lembra bem do português que veio para a Globo na compra da TV Vitor Costa em SP como garçom e participou de decisões copiadas depois por agências que tinham seus garçons tomando decisões na criação de campanhas e projetos publicitários  – foram famosos o da Almap e o da Giovani.
Bons tempos aqueles, quando eu tinha 25 anos e começava minha carreira profissional, nunca imaginando que um dia iria contar detalhes dessa vivência aos 55 anos de idade, ou viajando nas ciências sociais como no texto da semana passada, assunto que eu detestava no curso de graduação, há 30 anos. E que hoje, neste mundo totalmente novo, encontro espaço para essas histórias, não só por mim, mas por muitos que aqui nos leem e são nossos personagens.
E o Avellar importante por décadas diretor de MKT da Nestle  que nem ficou sabendo que um dia saiu duas vezes na novela das 20 e só acabou pagando uma , ou melhor uma e um mapa reserva na formatura da Anhembi Morumbi de 1981. rsrrsrrsrs

sábado, 17 de novembro de 2012

2012 Vivendo a Hipermodernidade (Opinião)


Sempre falando do passado, hoje resolvi falar um pouco do que está acontecendo nesta fase de transição em que as novas mídias passam a significar um papel fundamental e podem lançar-se a qualquer momento  como nova visão à hipermodernidade, sobrepondo-se à pós-modernidade na maioria dos segmentos dos mercados .

A comunicação passa de um setor da economia para aquele que costurará a nova linguagem global.

Alguém aí acha que existe uma possibilidade do retrocesso de algumas das novas invenções tais como o celular ou os computadores? Existe alguém que seria capaz de profetizar: “Isso não vai para a frente.”?

Jamais na história estivemos tão alinhados nos costumes, na moda, na mobilidade, na comida.

Não só os mais ricos querem; os mais pobres também querem os produtos com qualidade, os produtos que significam o luxo. Ninguém tem mais vergonha de consumir. Sejamos realistas!

Não ser social e sustentável começa a fazer a diferença entre muitos, e conectados começam a ser mais exigentes em todos os calcanhares dos mercados, nas questões sociais, sustentáveis, recicláveis.

Dizemos que a comunicação passa de papel importante para papel fundamental – todas as profissões carecem de atitudes de comunicação.

O papel do plástico no dia a dia das pessoas, substituindo o derrubar de árvores – pela própria necessidade, o ser humano está se tornando consciente de suas obrigações com o planeta.

Daqui para frente, ser globalizado está ocupando espaço nas pequenas cidades. Quem se imagina sem um computador em qualquer lugar? E quem ainda não o tem o quer.

Não é são falar que os produtos que utilizam tecnologias digitais não vão causar estragos em alguns segmentos e favorecer outras opções de vida; sempre vivemos assim. É competição desde a revolução industrial; aprendemos a viver competitivamente.

Duzentos e quarenta e seis milhões de celulares; mais de 50% de tudo que se vê na internet são vídeos. A importância do conteúdo bem produzido é a maior commoditie mundial. O cinema americano fatura mais que a Siemens, a Vale, a Boeing.

Fazer o de melhor vai estar nas prime lists e também receber por isso. Vamos nos moldando à nova realidade das coisas; algumas já têm preço, outras estamos fazendo com que eles existam.

O mundo passa a ser capitalista. A China, quando estreou, já veio como potência; quer produzir para todo o mundo industrializado. Nas contas dos bancos centrais mundiais, em quatro anos será a maior potência econômica do planeta.

A indústria do entretenimento é a que fatura mais no mundo e ainda vai caminhar para todas as plataformas, em audiovisuais existentes Tudo Tela.

Posso declarar a todos que se não concordam com o que está acontecendo na Terra, então, tentem mudar de planeta. Para o que está acontecendo com este, agora, como disse a Martha Suplicy, só relaxando e gozando. Não vai diminuir o acesso ao Facebook, nem alguém parar de procurar no Google ou buscador novo que vier a aparecer, ou softwares como os da Microsoft vão parar de surgir. Esqueçam! Não tem volta!

Chegamos à hipermodernidade; somos telespectadores nestes próximos cinco anos da virada nos quais os donos dos melhores conteúdos e marcas serão heróis, e os da tecnologia serão as políticas, pois até Karl Marx, se soubesse que distribuição um dia seria franqueada ao proletariado, não teria perdido tempo escrevendo “O Capital”, aqueles cinco volumes imensos sobre socialismo.      

 

domingo, 11 de novembro de 2012

Toronto deu certo para o Johnny Saad


Tive duas experiências internacionais . Uma, me levou a conhecer o mercado de revistas nos EUA e na América Latina nos anos de 1995 e 1996; e depois, de 2002 a 2010, na revista “AmericaEconomia”. A outra, no Grupo Bandeirantes de Radio e Televisão, que me enviou para conhecer e mapear a City TV canadense, do grupo Dawissonn ( sua origem de negócios era distribuição de remédios receberam uma radio como pagamento de uma divida e montaram um Império em comunicação) , que, em 1997, produzia em um prédio de uns seis andares seis canais de TV. E a CityTV foi o modelo adotado pelo Canal 21 por quatro anos.
Coloquei fim à minha era TV Gazeta SP quando a família Martinez, através da CNT, parceira da Gazeta, alugou para a Igreja da Graça o horário das 20h às 21h. Foi ali a primeira grande investida (fora a Record, é claro) de uma instituição religiosa no prime time de uma TV aberta. Nós já éramos o patinho feio nas agências, e, com uma igreja no horário nobre do canal, nosso discurso ia para o brejo, ou melhor, para a promessa de investimentos em programação hoje ainda atrapalha ser uma TV-igreja. Sorte minha na mesma semana ter recebido uma proposta do Johnny Saad para ir para o 21. Fiquei tão bravo com isso, que acertei com o Johnny que no 21 não haveria igreja – e não tivemos durante os quatro anos em que estive lá.
Esta história conta o mapeamento que eu, o José Occhiuso e o Cesar de Almeida fizemos nas estadas do grupo Band em Toronto. Tínhamos um contrato de consultoria com os canadenses – e olha que pagávamos uma bela grana.
Imagine, na Band, três diretores indo passar dias no Canadá! O ciúme é doentio, e ciúme de homem é pior que de mulher – a família, os outros funcionários, as fofocas lá são terríveis (não sei hoje).
Lembro que o sr. João Saad me chamou na sala dele. Achei que era gozação e liguei para a Neusa, secretária dele, para confirmar. Era a primeira vez que ia à sala do “homem”.
Alguém falou para ele que eu bebia muito e que estaria representando a Band no exterior (olha a do “brimo” que contou isso para ele; eu não bebo praticamente nada, só vinho tinto).  O seu João era “o cara”, nem ficou vermelho. Ele ainda viveu bastante. Passei com ele bons momentos e tomei algumas vezes Romanée-Conti; uma oportunidade, em um jogo da Copa do Mundo, com ele e o Mário Covas, umas outras duas com todos os diretores da Bandeirantes da época. Fora a festa de 80 anos no Fasano, ainda lá no Morumbi.
Teve mais ciúme. Éramos amigos de almoço da administrativa, a Cláudia Alcântara, que emitia as passagens, e fomos de classe executiva com um up grade que ela conseguiu – e foi outra fofoca sobre a viagem, que ainda nem tínhamos feito.
Com certeza, teve alguma outra maldade da qual não ficamos sabendo.
Já em Toronto, fomos superbem recebidos pelo pessoal do grupo  Dawissonn, que tinha um cronograma de trabalho que nos fez mergulhar nas áreas afins naqueles seis andares que respiravam televisão (na velocidade canadense, é lógico).
Dez dias de reuniões e muita diversão à noite. Um dos meus melhores amigos da faculdade morava lá e trabalhava em comunicação, tinha uma empresa de fotolito (imagine, ainda havia fotolito), e fui a festas com ele – um churrasco em um parque na cidade, uma festa privê em um club em downtown;  ainda tinha uns 38 e estava competitivo (rsrsrs...).
O trabalho na TV foi cansativo, principalmente para mim, que não falava inglês ainda e tinha um tradutor ao meu lado em todas as reuniões. Mas o que vou contar é uma história de gastronomia em Toronto, com o VP de criação da emissora o Moses Znaimer, não uma história do marketing, nem das duas visitas a que fui com os executivos deles lá, ou que o assunto do diretor comercial era tudo menos o quanto eles faturavam, nem do pessoal dos outros países que estavam lá com os mesmos propósitos nossos. Vi o site da City TV antes de escrever e eles estão superbem, exportaram seu modelo de negócio para diversos países da Europa, AL, Oriente Médio e Ásia.
 Na MuchMusic TV (uma concorrente ao vivo da MTV), em que aparecemos no ar, depois do ACDC sair do palco giratório, o apresentador disse: “Aqui, visitando nossos estúdios, diretores de uma network brasileira, que faz um intercâmbio com nossos profissionais”. Não é que naquela noite, no jantar, a garçonete nos pergunta se estávamos na MuchMusic à tarde! Lembro até o nome dela Rita (loira linda). Aprendemos muito naquela máquina de fazer TV.
Mas vamos à gastronomia. O VP da empresa nos chamou para jantar num restaurante chinês, superchic, cancelou à noitinha, quase na hora, e remarcou para um almoço no domingo, em outro lugar.
Quando chegamos, era um sujinho com uns asiáticos mal-encarados e umas quatro mesas somente ocupadas.
O “boss” pegou o cardápio e escolheu uns 15 pratos (éramos cinco: nós três, mais o “caneta” e o tradutor). A maioria dos pratos eram marmitinhas trazidas à mesa com hashis grandes, com diversas iguarias maravilhosas, bolinhos, empanados, carninhas, frangos, peixes. A simplicidade era na forma de servir, mas a culinária era maravilhosa.
A conversa rolando solta sobre os tantos dias em que estávamos internados com os diretores do grupo dele. O Zé Occhiuso mandava bem em inglês, o Cesar arranhava e eu com o tradutor.
Íamos bem. Eu tinha a missão de saber o faturamento dos caras e passei um dia vendo como eram os breaks deles, sabia quanto davam de desconto, calculei e sabia quanto eles faturavam. Esqueci-me de falar que o diretor comercial diversas vezes me negou a informação nas reuniões que tive com ele. Eu fiz o cálculo e falei o valor no almoço com o “boss”. O homem até engasgou, surtou e pensou alto. O tradutor traduziu e levou uma bronca na nossa frente. No outro dia, o tradutor foi trocado. Acertei na mosca! O Cesar de Almeida, no Esporte Interativo, e o José Occhiuso, no SBT, estavam na mesa e podem confirmar. Falamos muito sobre isso de depois do almoço entre nós lá no Canadá .
Ah! Depois de umas tantas marmitinhas, chegou a comida. Era um arroz enrolado numa folha de tabaco com mel e umas ervinhas. Uma maravilha! E uma carne de porco, tipo costelinha, de lamber os dedos. Sempre quis saber de onde é aquela comida.
Não vou contar nesta história as fofocas na chegada. Vai ser em outra.
Fizemos um relatório profissional para o Johnny, e isso foi de bom uso. Estão aí Band News, Esporte, Terra Viva, e suas multiplataformas até bem premiadas pela imprensa especializada ultimamente – fazer na mesma planta o que der de subprodutos midiáticos, a transmídia para o mercado publicitário .Precisa é ter conteúdo de primeira qualidade.( CQC, TELEJORNAIS)
Só vou terminar com um fato sobre vegetais com o Cesar de Almeida. Ah, não! Foi em outro jantar; deixo para depois. 

domingo, 4 de novembro de 2012

No ar


Eram os anos de 1997 a 2001 e a internet a todo o vapor mexia com a cabeça de todos, ainda nem se falava na bolha e eu vendendo um canal local em São Paulo, o 21.
Imagine, levei muita porrada! Mas foi lá que fiz e inventei coisas que hoje fazem diferença na minha revolução interna, na minha reinvenção.
Estes dias, a Kaká, a Maria do Carmo Kozma, me disse no chat do Facebook:  “Hélcio você deveria falar como é se posicionar neste mundo diferente de hoje”. E, hoje, minha crônica vai falar um pouco dos loucos por tecnologia e das histórias engraçadas que presenciei e vivi na era digital, até agora, 2012. E nas entrelinhas falar um pouco sobre este novo mundo que estamos vivendo, principalmente para aqueles que trabalham nas chamadas velhas mídias – para as quais, muitas vezes, parece que o mundo vai acabar mesmo em 21 de dezembro.
Vamos começar por 1998. A Adriana Carreiras, hoje, VP da TV+... (Ah! Fui eu que montei a TV+ no ABC para o irmão dela que, com o Galeb do Shoptour, me deu um balão. Depois, o Carreiras deu um balão no Galeb, e, aí, o Di Genio – do Objetivo e Mix TV – deu um balãozaço nos dois, rsrsrs...  Conto tudo isso em outra história.).Quando isso aconteceu chamei o Rubens de Carvalho o Rubão para almoçar e quando acabei de contar ele me disse “ mexer com dono de escola sua nota pode ser zero”.rsrsrsrsrs
A Adriana era a atendente do telefone do Mesa Redonda da TV Gazeta e irmã de um de nossos maiores clientes, sem falar no mulherão que ela era. Tinham já passado muitos contatos no Canal 21, e eu experimentava tudo, até, um dia, duas gostosas. Guerra é guerra! Eu nunca usei desses artifícios, mas já fazendo terapia por causa da globalização, e eu vendendo localização, contratei a Adriana e a Fabiana Baltazar – hoje, ela mora na Canadá e é nossa leitora.
Lógico que tinha experiência! O Alexandre Borttolai, o Ricardo Viscondi e o Marcelo Capassi, um tempo, e o Marcio Loducca, o Zeca Pinto. A Tatiana Carvalhinha e a Danielle Barros, meninas ainda na época. Foram muitos executivos lá. A coisa era difícil, mas faturávamos.
Tentei de tudo e, como já disse, tivemos vitórias, muitas delas só entendidas hoje, mas tivemos: a primeira ação de transmissão usando a internet como link; cross mídia TV e internet; o ônibus do programa Circular com as logos dos patrocinadores;  os carros do SP digital com as logos dos patrocinadores, transmitindo com um computador da Apple.
E uma das grandes proezas foi a transmissão ao vivo da campanha “McDonald’s Feliz”, de duas ou três lojas, com nossos jornalistas cobrindo a chegada das pessoas e celebridades que passavam nas lojas na cidade, de graça, sem dinheiro, em prol dos pacientes de câncer e suas instituições. Em um almoço com o diretor do McDonald’s da época, ele me disse na frente do Juca Silveira que seu presidente achava que o hambúrguer sairia do computador (brincando, é lógico), mas que ele não sabia para onde ir. Outra, foi ali no circo do Beto Carreiro, onde pusemos duas mil crianças de orfanatos no Natal de 1999, que ganharam brinquedos da Estrela, lanches e um mega-show com a participação do próprio Beto. Foram duas ações de chorar é todos que participaram choraram.
Há doze anos, já fazíamos o social, o tecnológico. Muitas dessas ações trazidas pelo comercial; juntamente com Operações e Jornalismo, não tínhamos limites e ciúmes, fazíamos acontecer, mas o mercado não enxergava e os donos da emissora também não .
O que quero deixar claro aqui é que a vida continuou depois do 21, e continua hoje com os diversos recursos novos que temos à disposição. Precisamos, sim, entendê-los e não falar que nossa geração passou ou que entender as tecnologias digitais é coisa para jovens.
Lembre que para um computador ou celular funcionar um ser humano tem que ligá-lo; sozinho, ainda não funciona.
As ideias são nossas. O computador na era digital faz contas, procura clientes, filma , fotografa , mas o indivíduo ainda é quem o programa.
Lembro de uma estada minha no Buscapé, o Romero Rodrigues  tirando os moveis da caixa, eu como diretor do Canal 21. Quase fui mandado embora de lá; eles, meninos de bermuda, me falaram que tudo iria acabar em cinco anos – isso era 1998 ou 1999, e eles estão vivos e eu também.Eu acertei quantos anos iriam demorar mas ele acertou na grana.rsrsr  
Ou de uma entrevista que dei para a revista da ABA (Associação Brasileira dos Anunciantes), em 1997. Quando me perguntaram sobre a TV Digital, falei que ela ainda ia demorar uns 15 anos – e ela ainda não está na sua totalidade.
Amigos, voltando para o que a KaKá me disse dias atrás, a publicidade não é mais a mesma, os profissionais se misturam entre as novas mídias e as velhas mídias. E quem me diz que nós profissionais, que vemos essa transformação na pele, não somos capazes de nos reinventar e fazer do computador uma ferramenta maravilhosa para continuar pagando as contas de casa? 
Eu mesmo, depois de 30 anos, fazendo mestrado em audiovisual (cinema) e escrevendo. Ah, e o melhor, inventando ferramentas junto a muitos jovens amigos, usando o computador e o digital sem a menor ideia de como se programa uma máquina desta, do futuro que já vivo há uns 34 anos – desde 1978, quando entrei na Globo São Paulo, na equipe do André Barroso, para implantar as reservas digitais nos breaks da Rede Globo. Igualzinho as companhias aéreas já faziam para reservas de passagens .Ali já eram dois setores da economia que precisavam colocar no ar seus produtos.     

domingo, 28 de outubro de 2012

Um passarinho me contou...


Normalmente, comento que estive na CNT-Gazeta por três vezes, mas em uma delas houve uma crueldade: saí com as tralhas na mão e nem mandei minha carteira de trabalho. Foi a segunda vez, que durou só três meses.
Saí da Band SP1 (só Capital SP) com a equipe toda – acho que já falei isso em outra história. Ninguém queria ficar, pois dei ordem para usarmos da mesma tática que usaram quando entramos. Quando chegamos, quase tudo estava vendido, e para ter espaço fiz um conchavo com as outras praças do SPE (SP estado) que consistia em liberar espaços não vendidos até as 15h do dia anterior, além do SP1, para as outras praças/emissoras de São Paulo. Foram uns quatro meses sem bater meta, mas, como parodio sempre meu amigo Gerson Alvin, o pau muda de cu.
As dificuldades durante a estada na Banda SP1 foram muitas, mas quanto mais difícil, mais gratificante era vencer as barreiras impostas – e normalmente elas estavam dentro e não fora, no mercado.
Quando saímos, demos o troco. Tudo vendido até o fim do ano. Quem entrou não tinha nada para vender pelo menos por seis meses. Ah, e nós que saímos recebemos as comissões na hora!
Mas esta história foi na CNT-Gazeta e não na Band, e aconteceu comigo, o segundo do Geraldo Leite como diretor de publicidade, nos primeiros dias de minha segunda chegada à Fundação Cásper Líbero. O Geraldo me convoca para uma reunião com o comitê organizador da “Corrida Ciclística 9 de Julho”.
Éramos nós da Fundação, as confederações de ciclismo, atletas que participavam da organização, o pessoal da Caloi; não sei por que o Geraldo me deu a incumbência de atrapalhar a reunião para aguardarmos uma pendência sobre a prova naquele ano junto à Globo ou à Prefeitura de São Paulo.
A reunião estava tensa e eu, sem saber de nada, para acatar a ordem do Geraldo, fui escutando e tentando arrumar um álibi para jogar a reunião para outra data e chegarmos onde queríamos.
E em um determinado momento, alguém me dá um gancho e falo: “Um passarinho me contou que tem mais gente sabendo de nossas intenções e poderíamos verificar isso e marcarmos para 15 dias adiante esta decisão”. Na hora, ficou um silêncio incrível, mas todos concordaram rapidamente, levantaram-se e foram embora. Eu não entendi nada; ninguém da Fundação me falou nada, e achei que tinha feito algo bom (rsrsrs...).
Dias se passaram, a decisão com a Globo ou Prefeitura saiu e, então, poderíamos tomar as decisões sobre o evento tão tradicional no ciclismo brasileiro.
A reunião começou e, de primeira, a representante da Caloi me indaga sobre minha desculpa da reunião anterior e diz: “Aqui está o presidente da Confederação Nacional de Ciclismo, o ‘Passarinho’.  Pronto! O que foi que ele falou?” (rsrsrs...). O desconforto foi geral até que eu explicasse que nem imaginava que existisse realmente um “Passarinho” naquele imbróglio e que tinha usado a expressão “um passarinho me contou” como forma de falar.
O rolo não foi maior porque tínhamos as soluções para aquele dia, coisa difícil na Fundação. Mas dei sorte e virei amigo do “Passarinho”, o verdadeiro (rsrsrs...).
Como já disse lá em cima deste texto, minha estada daquela vez na Gazeta foi rápida, só três meses. O Geraldo e eu batemos de frente e voltei depois de um ano e meio no lugar dele.
Ah, só então assinaram a baixa da minha carteira de trabalho! E eu e o “Olha o Geraldo....” musica da banda dele no passado; nos cruzamos e nos cumprimentamos como conhecidos da vida toda e nunca falamos sobre nenhum dos fatos aqui relatados. 

 

domingo, 21 de outubro de 2012

Menas , não não Mais


Nas décadas de 1980 e 1990, o mercado de revistas tinha um diretor, o Antonio Sabino, que era da Abril/ “Veja”,  mandava muito no meio.
A equipe da “Veja” sempre foi muito respeitada e todos diziam que trabalhar com o Sabino era ainda pior que com o Orlando Marques. Quando perguntávamos a alguém da Abril, na época do Orlando, se estava vendendo, a resposta era: “Sim! O telefone, o carro, as joias da sogra”. Imagine a barra com o poderoso Sabino!
Os concorrentes todos se respeitavam e o mercado era outro. Marcávamos jogo tipo Editora Globo X Abril. Lembro-me de um deles, ali perto da rua do Curtume. Demos uma surra enorme na Abril. Até apelidei um deles de Buneco Nuguete, o Robson Monte. Ele pulava como aquele bonequinho no meio de dois palitos em um elástico, igualzinho! O apelido acabou pegando.  Cheguei a contratá-lo na Gazeta (rsrsrs...).
Trocávamos até informações sobre clientes nas recepções e nos happy depois do expediente, na Berrini ou no bar do Zeca Pinto, lembra?
Imagine, um contato da “Exame” pegava a “Imprensa” para ver os anúncios e correr atrás. Eu era diretor na “Imprensa” e o Reinaldo Ramirez me convidou para ser contato na Abril. Agradeci muito, mas declinei; nunca mais me convidaram.
Mas esta história ainda tem o Rene Cassetari,  diretor de publicidade da “Veja”, subordinado abaixo do Sabino. Dizem que o Rene era duro na queda também. Nunca trabalhamos juntos, mas sempre gostei muito do cara.
A equipe da “Veja” era grande; lembro-me do Pedro Barbastefano, Giovani Espósito, Dario, João, Rosa, Jeferson Fulen, Enio Vergueiro, Celso Marche, Claudio Ferreira, Donato Ponzio, Carlos Adorian, Paulo Vinheta e muitos outros, que, desculpe-me, não vou lembrar.
Era um mês difícil para bater as metas e a reunião tinha toda a equipe da “Veja”, “Vejinha”, projetos especiais, e a cobrança, dizem, era forte e sem meias palavras.
O grande diretor comercial da Abril presente e, aí, as cobranças eram até maiores. O Rene pede a um dos presentes para confirmar as dificuldades que todos estavam expondo e pergunta-lhe como estavam as vendas dele naquele mês.
Ele, novo na “Vejinha”, responde que naquele mês tinha “menas” páginas que no mês anterior. O Rene, puto com o “menas”, pergunta de novo, quase gritando, e o contato responde outra vez que tinha “menas” páginas. O Rene, mais puto e quase sem fôlego, grita mais alto ainda: “Que porra de ‘menas’!”  E o contato, sem saber o que falar, responde: “Tá bom Rene! Este mês foi ‘mais’, vai!”.
Dizem que o silêncio foi mortal na sala de reunião, e ninguém abriu a boca com a situação.
O mercado naquela época era rápido como a internet, quando se tratava de fofocas e gafes como essa. À noite, foi o assunto na “coxinha” da rua João Moura quase  av. Sumaré, reduto também de contatos da Abril, e em todos o happys do mercado.
Caro leitor, não vou falar o nome do autor do “menas”. Tenho absoluta certeza de que ele foi o inspirador das brincadeiras que fazemos até hoje sobre “menas” para tirar uma em roda de amigos.
Vou até pesquisar o nome de mais gente na equipe para pulverizar os atores da reunião.
Ele faz parte do grupo e pode se entregar (rsrsrs...). E eu que não vou perder o amigo. As melhores histórias são as de perder amigo como diz meu amigo Stein, mas estou ficando bom e preservando muitos deles.

 

sábado, 13 de outubro de 2012

Mcdonald's em Verde


Perto da Eco 92 ainda nem sabíamos direito o que era reciclável, reciclado e termos que hoje são tão conhecidos de todos nós.
Fiquei um pouco preocupado dias destes, quando descobri que perto de 70% dos brasileiros não sabem o que é atitude sustentável ou ação sustentável, mas chegaremos lá. As empresas e  as pessoas estão melhorando o entendimento do que o planeta necessita .
Dois dos personagens desta história são o Rogério Ruschel e a Vera Giangrande. Ele, hoje, consultor de Sustentabilidade, mas na época era planejamento  de uma grande agência de Relações Públicas , a AAB, do grupo Ogilvy, e a competentíssima Vera, já falecida, mas a personagem pioneiríssima de Relações Públicas no Brasil.
Era 1991 e eu, publisher da revista “Imprensa” no auge de sua credibilidade e da minha  como profissional. As ideias eram tantas e com os personagens  eram bem mais fácil de falar e  apresentar  nossas ideias -- não como hoje, que há dias tento marcar uma reunião com um profissional da publicidade;  já falei com o cliente dele e vou acabar mostrando o projeto antes ao cliente que a  ele. Mas a vida parece que anda rápido só para alguns e não para todos nós mortais  (rsrsrs...). 
Voltando à Eco 92 ,tive uma ideia maravilhosa para a época:  encartar na revista “Imprensa” um glossário de termos ecológicos em português e distribuirmos na Eco em inglês .  Convidamos o Rogério Ruschel para escrever, que atendeu prontamente nosso convite  -- sei que tem um exemplar em sua casa, único, pois nem a própria editora tem um exemplar sequer.
As redações teriam que conhecer aqueles termos tão comuns hoje, mas que na época eram “ecolomês”.
Aprontamos o projeto e lá fui eu vender, mas para minha sorte estávamos fazendo aniversário e na festa comentei com a Vera Giangrande e ela me falou que venderia aquela ideia ao McDonald’s. Eles, em 1991, ainda eram pequenos no Brasil e revista não seria a mídia ideal, mas a Vera era a dona do mercado de RP e fui na dela.
Passaram-se uns dois dias  e a Vera me ligou e me mandou falar com o diretor de MKT do McDonald’s, o Luiz Mario Bilenky, que tinha sido da Fotótica -- ele e o Marcos Gaiarça --  em cuja conta eu havia trabalhado quando era da DPZ e já nos conhecíamos.
Cheguei lá e o Bilenky  olhava, olhava e não falava nada. Ele era metido, mas certeiro, e disse:  “Se você fizer em papel reciclado eu aprovo já”. Disse que iria ver como faríamos e corri para a editora. Quando cheguei lá ainda liguei para perguntar se era reciclável ou reciclado e tomei uma bronca do Bilenky: “Reciclável todos são”,  quase me chamou de burro, o que, na real, eu naquele momento fui.
Corri atrás do fornecedor de papel reciclado, a Tanure, no Rio de Janeiro.  A gráfica Abril me disse que era a primeira vez que eles imprimiam em reciclado, o que foi uma aventura, pois papel rasgava muito fácil.
Fizemos a lição de casa e o cliente fez a dele e aprovou o projeto.
O Luiz Mário Bilenky  era daqueles que inovavam muito imprimiu a marca do McDonald’s  em verde em vez do vermelho -- foi a única vez que vi isso em se falando da multinacional dos sanduíches.
Tudo ia bem até a hora de colocar o grampo. As máquinas da gráfica Abril pipocaram e tivemos que correr para outra gráfica com as máquinas de grampear diferentes e que não rasgariam mais papéis.
Quem trabalha com revista sabe tudo: é na última hora e nós, para variar, estávamos a poucos dias de perder a data de faturamento.
Mandamos uma Kombi com a secretária do Comercial buscar e levar de volta à gráfica Abril. A   Adriana (ver história “Pomba Gira”), que no trajeto pega uma pagina e lê, justamente aquela em que o presidente do McDonald’s fazia a apresentação  --  e não é que havia erros de digitação ou datilografia? E tudo atrasado, ficou pior ainda.
Liguei na fabrica de papel, não tinha mais. Indicaram-me  a João Fortes Engenharia, que comprara um lote há poucos dias. Falei com um dos filhos do João, que me cedeu duas resmas que me salvaram a vida.
A Adriana ainda não era alcoólatra e me salvou a pele diversas vezes nos dezesseis anos que trabalhamos juntos.
Fomos os primeiros na imprensa nacional a imprimir  em papel reciclado. Os créditos são do Mcdonald's , Rogério Ruschel,  Luiz Mario Bilenky, Adriana Batistini, Gráfica Abril e, é lógico, com homenagem especial para Vera Giangrande, que  24 anos atrás já enxergava a importância da sustentabilidade, termo que nem estava no glossário, o ator principal deste texto. 

 

 

domingo, 7 de outubro de 2012

Dia de fúria em uma TV

Sempre digo que me arrependo do que não fiz, do que fiz não me arrependo. E esta história eu tinha que contar, mesmo com alguns nomes ficando de fora. Quem trabalhava neste período no mercado sabe de quem estamos falando.

Era já a terceira vez que o Luiz Fernando Taranto  – superintendente da Fundação Cásper Líbero – me chamava para trabalhar lá. O ano era 1996. Cheguei e fiz uma coisa que o Paulo Saad fez quando substituiu o Orlando Marques na Bandeirantes:  troquei todo mundo de sala e lugar e promovi a gerente três contatos, o Gilberto Corazza, o Marco Piccolo  e o Márcio Loducca – e o Luiz Carlos Stein de diretor, segurando a barra. Eu queria vê-los se matando; um era mais competitivo que o outro. O Piccolo brigava até no par ou ímpar; o Corazza, quem trabalhou com ele sabe; o Loducca também não era bonzinho. No dia seguinte, todos sabiam que a direção havia mudado.
Chegamos à CNT Gazeta o Stein e eu. O Stein quase me mata, pois falei que devia ter de um milhão e duzentos a um milhão e quinhentos por mês e na real tinha quatrocentos mil. Ele ia ganhar menos que na Editora Azul, com o Ênio Vergueiro, mas convenci o moço de que em dias estaríamos com um milhão e oitocentos a dois milhões. E não demorou muito – uns dois meses e já estávamos lá.
Naquela época, as televendas faziam a diferença, e eu era amigo de todos eles, a maioria convencida por mim a entrar no ar. Todos tinham uma cumplicidade comigo não falávamos de espaço, falávamos de dinheiro.
Mas a história foi uns seis meses depois que voltei e já todos estavam familiarizados comigo e com as gerências.  A disputa era ferrenha. O Stein e eu fomentávamos a competição entre as equipes e a coisa funcionava. Éramos um time, fazíamos festa todas as noites no Mexicano e tumultuávamos o mercado com a CNT Gazeta. A diferença eram o atendimento e os projetos. Nós podíamos tudo, era a época em que a Globo e o SBT não podiam nada, a Bandeirantes sempre cheia e não existia mais nada – a Ana Maria dava 1 ponto na Record  .Foi o ano que a J&J ganhou o ouro em mídia em Cannes anunciando no programa Mulheres um projeto nosso.
Em determinado dia, o Gersom Alvin, contato nosso, me diz que conseguira marcar uma reunião com o Rei das Televendas, de quem já falei aqui, numa história só sobre ele. Estava voltando mais uma vez, dentre tantas em que ele quebrava e voltava com outro sócio.
Imagine, ele já até estava anunciando com a gente e eu não sabia, nem ninguém!  Só soubemos quando estávamos com ele na reunião. Cheguei e lá estava seu Honor Rodrigues me esperando (ver O Rei do Televendas).
Pronto como sempre, montamos um plano enorme de veiculação e o Gerson, já contando a comissão. O novo sócio do Honor chama alguém para fazer os mapas e entra uma menina linda, jovem, ainda uns 24 anos e me apresentam a ela. Quando o Honor acabou de falar que eu era o diretor da CNT Gazeta, ela começa a gritar comigo sobre um concorrente dela que estava veiculando um desses pets de parar de fumar antes dela e com mais frequência, e eu, sem saber quem era aquela menina, ia mandar ela... Aí, o sócio do Rei do Televendas levanta e diz: “Não, é minha filha!”. Branco total, a menina gritando e eu nem sabia o porquê. Levantamos e fomos embora. O clima ferveu e a menina descontrolada continuou gritando.
Quando cheguei à Gazeta tinha telefonemas e até umas flores de agradecimento, pois ninguém reparou que eu ia falar um palavrão e passei ileso. Garantimos uma grana enorme no basquete do mês.
Naquela época, o Roberto Avallone estava doente e levava até a médica dele no “Mesa Redonda”, e também andava arrumando confusão no andar do Comercial. Naquele dia, mandei ele, doidão, embora, pois estava falando mau de mim na sala de uma das gerências e, como eram divisórias de biombos, eu estava atrás e escutei tudo. Eram umas 17 horas e, sorte, não havia contatos. O Avallone é amigo meu até hoje naquele momento estava bem doente mesmo.
Aquele dia não devia ter existido. Eram umas 19 horas e no grupo do Gerson o gerente dele ainda não sabia da nossa façanha com o Rei do Televendas. Estávamos conversando, quando ele chegou e falamos do que havíamos faturado. Ele também começou a gritar comigo e eu fui andando para minha sala e fechei a porta. E não é que ele derrubou a porta? Para minha surpresa, o Stein tinha ido tomar café na copa dentro da sala e quando a porta caiu ele estava lá dentro também.
Que merda de dia! Aquela pressão que impúnhamos dava certo no holerite, mas ferrou muitas amizades bacanas. Tudo aquilo foi muito punk. Comenta-se disso até hoje. Quando encontro subordinados de nossos contatos e gerentes, eles me falam sobre os métodos que são comuns até hoje, que seus chefes comentam (rsrsrs...).
A vida em uma televisão é uma tempestade em alto mar o tempo todo ,principalmente se você tem um barquinho para navegar dentro dela( CNT Gazeta) , se tiver um transatlântico como na Rede Globo é uma tempestade também com melhores condições de suportar.
Tive que mandar embora ou degolar, como falo desde o começo da profissão, um dos melhores amigos e profissionais que conheci. E, é lógico, nunca mais fomos amigos como éramos.