Resolvi escrever sobre transmídia: um
termo duro de entender tanto no mercado publicitário quanto no acadêmico.
Vou tentar fazer uma analogia sobre
minha postura como profissional e o assunto que foi me reinventando por toda a minha
vida, o qual vou chamar de cross mídia...
É, atuei como profissional de vendas de publicidade durante 30 anos, mas sempre
com as mesmas funções nos departamentos comerciais dos veículos de comunicação.
Saía de um veículo e ia para outro com as mesmas funções: visitar agências,
clientes, criar projetos e ter um relação amistosa com as outras diretorias nas
empresas que distribuem conteúdo na chamadas velhas mídias (jornal, TV,
revistas), e até nas novas ainda vendi banner
em sites e até OOH.
Em suma, vendi espaço no mercado em
diversos veículos de comunicação e usando os mesmos métodos.
Já o termo transmídia apareceu recentemente
em nossas vidas, sendo ainda mal-entendido e tendo relação com minha nova
postura. Hoje produzo conteúdo diferenciado em texto , áudio e vídeo que continua
de um veículo para outro, mas uso das características de cada um deles como um
produto totalmente diferente na forma e nas próprias maneiras de usá-los. Os
personagens são os mesmos nas histórias; contudo, como as usamos é diferente. Não
sou mais um visitador de agências e de clientes, produzo conteúdo para diversos
veículos de comunicação e nas mais variadas plataformas, com formatações e
linguagens diferentes.
Como exemplo, posso usar o do goleiro
Marcos, do Palmeiras, um ídolo da torcida como jogador de futebol e hoje
assunto de filme. Quem sabe, em breve, façam um videogame sobre ele e até
historinhas infantis... Quem sabe também qualquer hora alguém o coloque nas
filipetas dos jornais e redes sociais na internet... Enfim, isso é transmídia.
Posso dizer aos amigos que me leem
que não é simples essa transformação em nossas vidas. Eu mesmo passei dois anos
e meio fazendo um mestrado para tentar entender as novas linguagens e os novos
termos.
Bati de frente na universidade com os
doutores que têm um ego maior que o dos publicitários e, mesmo com o trabalho
pronto, ainda tenho de entregá-lo como um livro para ficar na biblioteca da
escola e que caracterizará de vez que não sou mais um vendedor, e sim um
transformador – de um vendedor a um contador de histórias minhas (ou daquelas que estudar e consegui colocá-las no
computador e publicar para meus amigos lerem).
Que pena... Como gostaria de estar em
minha zona de conforto e dar minhas risadas nas recepções das agências de
publicidade! Porém, como sempre digo: o bom da vida é que a todo momento tudo
pode se transformar....