domingo, 30 de dezembro de 2012

Ganhavámos 5 vezes mais que a TV Globo.


Um dos grandes prêmio ou presentes da minha vida profissional foi uma pesquisa feita pela Trajano & Associados e o Meio& Mensagem em 1993/1994 e publicada no anuário de mídia .
Nela, apareço como o diretor de vendas de publicidade com o maior prestígio no mercado, trabalhando pela menor emissora, a CNT- Gazeta. Naquele momento já estava dirigindo a TV Bandeirantes-SP1 (capital) mas foi uma das causas de  minhas voltas sucessivas á Gazeta e o faturamento é logico .
Mas esta história não começa na publicação no anuário; ela começa na época em que estavam fazendo a pesquisa.
Coincidência , foi encomendada pelos donos da CNT e Gazeta de SP uma pesquisa para ver se tínhamos penetração no mercado por outro instituto de pesquisa no mesmo período  . Ficamos sabendo que o objetivo era avaliar o trabalho do comercial – a mulher de um dos nossos vendedores, que trabalhava em agência, descobriu para quem era a pesquisa e saiu falando mal do gerente do marido, coisa que era um desvio padrão no resultado em outros lugares. Como eram duas pesquisas, ela errou para quem falar (rsrsrs...).E acabei ficando sabendo.
 Além, é lógico, de uma tática nossa que eram os salários de nossos vendedores que, em oito meses, passaram de U$ 12 000,00; os dos gerentes, mais ainda; e eu, diretor, imagine! Antes, nem falo quanto era; sempre disse que os mercados não ajudam pobre.
A história é sobre os salários ; só falávamos que ganhávamos bem. Aos poucos, o mercado começou a ver nossos contatos almoçando nos lugares badalados ,com carros zero bala,ternos alinhados e  passamos a dar festas diárias nas permutas, chamando os fofoqueiros que espalhavam nosso slogan: “Ganhamos bem”. Eram 14 contatos falando isso, um monte de meninos inteligentes e bonitos. A mídia era  quase só mulher naquela época (rsrsrs...).
E eu é logico louco mandava alguns voltarem para casa e se trocarem se os trajes não fossem os adequados as nossas falações . E até trocar de carro fiz um uma vez trocar rsrsrs.
E as coisas foram tomando um grande volume. Demos sorte com a vinda do Clodovil, que  alavancou nossa grade; as novelas dos Martinez,  mexicanas, que não tinham o final, pois não pagaram a Televisa; o Alborguete,  que baixava a calça e punha a bunda no ar, batendo um cajado (o primeiro, tipo “Cidade Alerta”), logo substituído pelo Ratinho, que gritava meu nome no ar: “Hélcio, fatura aí, se não vou para a Record!” e acabou indo meses depois.
O Ratinho virou gênero e gerou comentários internacionais na época. Poucos sabem. Estive em Miami e falavam dele, no Canadá, em Toronto, e em Santiago, no Chile, falavam dele. O sucesso era grande!  Mas nos países que ouvi não tinha tanta baixaria como aqui. Ficou difícil copiar o modelo (rsrsrs...).
Naquele carnaval de 1994 fomos, Ratinho e eu, ao sambódromo no camarote do Amilcar, hoje RedeTV.Fui o primeiro a por no ar um projeto com a empresa de telefonia dele com sorteios via computador e prêmios em barras de ouro , por isso fui convidado para seu camarote o Ademar Monteiro superintendente da CNT que chegou com o convite. Era uma tietagem dos componentes das Escolas de Samba, gritando o nome do Ratinho em frente ao camarote.
Mas a grande história foi o que virou a mentira inicial do salário de nossos vendedores de publicidade. Até gerente da Globo queria um holerite nosso –  lembro-me de um na minha sala na Gazeta. Mas não achamos legal, a Gazeta ainda saía nos jornais como um dos maiores devedores do INSS.
Tudo começou em abril de 1993 e em dezembro os vendedores de publicidade ganhavam 12 mil dólares. Ai mandei-os sair com os holerites na carteira e, quando o papo era de salário, eles mostravam aquele robusto contracheque.
Não dava outra! O visitado, minutos depois, me ligava na Gazeta pedindo emprego. E, é lógico, ganhava um grande malho.rsrsrsr Fizemos de proposito sabíamos que isso ia acontecer um vendedor de publicidade da Globo São Paulo ganhava U$ 2 500,00 por mês.
Sobre a história da pesquisa, o melhor que posso fazer é não falar o nome dos envolvidos. Foi feio e partiu de pessoas sem ética e de baixo nível.
Já da equipe daqueles anos de CNT-Gazeta guardo muitas recordações. Lembro-me até da venda do patrocínio do carnaval do Rio no mesmo ano  à GM. Às 20h da sexta de Carnaval, todos os 15 do Comercial subimos em cima das mesas dos contatos e saímos em carreata pela Paulista de alegria, comemorando aquela venda aos 46 dos segundo tempo.