sexta-feira, 13 de março de 2020

Passaralho


Meu mais velho tinha 7 anos. Cheguei tarde e bravo em casa pelo erro de uma funcionária. Era fechamento da revista e pela segunda vez, em poucos meses, ela havia cometido o mesmo erro.
Sentamos no sofá e todos queriam saber por que eu estava chegando tão tarde. Contei o ocorrido e meu primogênito perguntou se o erro sobre o qual havia contado era a lápis ou à caneta. Logo respondi: “À caneta, filho”. E ele treplicou: “Então, não dá para apagar né, pai”.
A vida andava dura e acertar era nosso diferencial perante o mercado, que gostava do nosso produto e de nossa forma de mexer com vara curta com o 4º poder – a imprensa.
Este ensinamento contei em várias palestras e reuniões que fiz durante as milhares de conversas com clientes e contatos, os quais minha vida profissional em grande performance proporcionou.
Publicou, foi ao ar no rádio ou na TV, está escrito no blog, no site, além das críticas, um erro pode afetar a credibilidade de um veículo de mídia.
Nestes tempos de fake news, erros são tão comuns, lembrei de escrever depois que vi o Hermes Zambini postar esta pérola: “‘Entrarão na minha casa e roubarão tudo’. Corre lá e tira tudo. Depois faz umas aulas de português.”
Sempre lembro do Hermes das partidas de futebol que jogávamos aos domingos perto da Anhembi Morumbi, às 9 horas da manhã, até o dia em que cheguei em casa e minhas malas estavam na porta. Jogava até cinco vezes por semana e minha primeira esposa teve um surto quando cheguei às 15 horas.
Ah, errei muito pouco o gol adversário, e na vida profissional errar é humano, só não dá para persistir, o passaralho (uma das tantas gírias inventadas pela Raquel Folino e eu , que os contatos da Globo – Tarcísio Guimarães , Zelão e Walter Nise, espalharam pelo mercado ) logo te encontra.