Hoje, depois de uns bons anos, fui a uma concessionária VW buscar um carro novo e resolvi contar uma bela história de meados da década de 90 sobre a mesma empresa.
Fui chamado pelo Luiz Viscardi, o fundador da grande
concessionária de veículos de São Paulo, a Sorana, para uma reunião na Casa
Verde, na Rua Brás Leme, com o amigo e vendedor Renato Baptista. Em uma hora de
conversa, em vez de vender o patrocínio do “Mesa Redonda” do famoso apresentador
Roberto Avallone , motivo pelo qual me chamou, fui eu que acabei comprando uma
perua Santana preta zero-quilômetro. Ele me pedia um desconto muito alto e eu
acabei dizendo que ele não me daria o mesmo desconto na compra de um veículo da
loja, e não é que ele deu.
Naquele dia, o sr. Luiz comprou o patrocínio do programa,
por seis meses. Ele estava contente, a loja também passou a vender Audi, dias
antes de nossa reunião. Na sala dele, ainda havia balões da festinha que deu
para a diretoria sobre a nova aquisição de sua bela empresa.
Menos de um mês depois, ele não sabia, troquei de canal,
literalmente. Fui convidado pelo Jhonhy Saad para dirigir o canal 13, em São
Paulo – SP1, da TV Bandeirantes, e fui lá na Sorana, agora como diretor da
Band, e vendi o patrocínio do “Show dos Esportes” para a Audi.
Muitos dizem que tenho memória de elefante e só caiu a ficha
sobre esta história quando estava comprando meu T-Cross. Cheguei até a comentar
com a vendedora Aide, mas a venda foi tão diferente e complicada que acho que
ela nem prestou atenção.
Lá atrás, com seu Luiz, dei a maior sorte, era a transição
da URV- Unidade real de valor, para o real e o banco em que tinha conta, o BCN,
em sua tesouraria, cometeu o erro de dividir em duas vezes a traquitana
inventada pelo então ministro da Economia, Fernando Henrique Cardoso, em seu
caixa e só depois de 90 dias foi debitado de minha conta. Apesar de minhas
insistentes reclamações, a Sorana recebeu no dia combinado e à vista.
Seu Luiz Viscardi e o Renato Baptista já se foram e devem
estar aprontando alguma lá no céu. Aproveitei para fazer esta homenagem a meus
amigos, que hoje devem ter visto lá de cima meu possante zero bala, não o carro
mais caro da loja, ele tinha, na década de 90, antes de começar a vender os caríssimos
Audi. E por que não deixar uma pulguinha atrás da orelha de nossos leitores com
a pergunta: quem vende por último vende melhor?
São Paulo, 1995 e 2023.