sábado, 29 de abril de 2023

Vendedor não, comprador em potencial

Hoje, depois de uns bons anos, fui a uma concessionária VW buscar um carro novo e resolvi contar uma bela história de meados da década de 90 sobre a mesma  empresa.

Fui chamado pelo Luiz Viscardi, o fundador da grande concessionária de veículos de São Paulo, a Sorana, para uma reunião na Casa Verde, na Rua Brás Leme, com o amigo e vendedor Renato Baptista. Em uma hora de conversa, em vez de vender o patrocínio do “Mesa Redonda” do famoso apresentador Roberto Avallone , motivo pelo qual me chamou, fui eu que acabei comprando uma perua Santana preta zero-quilômetro. Ele me pedia um desconto muito alto e eu acabei dizendo que ele não me daria o mesmo desconto na compra de um veículo da loja, e não é que ele deu.

Naquele dia, o sr. Luiz comprou o patrocínio do programa, por seis meses. Ele estava contente, a loja também passou a vender Audi, dias antes de nossa reunião. Na sala dele, ainda havia balões da festinha que deu para a diretoria sobre a nova aquisição de sua bela empresa.

Menos de um mês depois, ele não sabia, troquei de canal, literalmente. Fui convidado pelo Jhonhy Saad para dirigir o canal 13, em São Paulo – SP1, da TV Bandeirantes, e fui lá na Sorana, agora como diretor da Band, e vendi o patrocínio do “Show dos Esportes” para a Audi.

Muitos dizem que tenho memória de elefante e só caiu a ficha sobre esta história quando estava comprando meu T-Cross. Cheguei até a comentar com a vendedora Aide, mas a venda foi tão diferente e complicada que acho que ela nem prestou atenção.

Lá atrás, com seu Luiz, dei a maior sorte, era a transição da URV- Unidade real de valor, para o real e o banco em que tinha conta, o BCN, em sua tesouraria, cometeu o erro de dividir em duas vezes a traquitana inventada pelo então ministro da Economia, Fernando Henrique Cardoso, em seu caixa e só depois de 90 dias foi debitado de minha conta. Apesar de minhas insistentes reclamações, a Sorana recebeu no dia combinado e à vista.  

Seu Luiz Viscardi e o Renato Baptista já se foram e devem estar aprontando alguma lá no céu. Aproveitei para fazer esta homenagem a meus amigos, que hoje devem ter visto lá de cima meu possante zero bala, não o carro mais caro da loja, ele tinha, na década de 90, antes de começar a vender os caríssimos Audi. E por que não deixar uma pulguinha atrás da orelha de nossos leitores com a pergunta: quem vende por último vende melhor?

São Paulo, 1995 e 2023.