quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Luciano Huck- Não vou esperar a mãe Diná voltar para arriscar.

Nessa noite de domingo, jogando Texas Poker (gratuito) via computador no escritório em casa, escutei o Luciano Huck dar uma entrevista para a Renata Ceribelli, no “Fantástico”, sobre sua nova jornada semana que vem aos domingos à tarde e começo da noite, na Rede Globo. Senti vontade de escrever quanto o apresentador-mor, em ar de menino (50 anos de idade) despretensioso e com o universo sendo seu orientador, mostrou seu lado capcioso ao telespectador. Não é candidato, nunca se proclamou a uma disputa eleitoral e a televisão foi um acaso em sua vida. Em anos, veremos se tenho razão, ou não. Certamente tem um pouco de tudo nessa falácia. Seu pai, conceituado advogado, jurista e professor de grandes estrelas do show business, deu-lhe uma volumosa quantia, pagando sua entrada e seu estrear na TV pela porta do comercial, e não pelos seus dotes artísticos, que, sejamos honestos, ele posteriormente conquistou. Demérito algum o próprio Faustão começou assim em 1984 nas madrugadas da Gazetinha de São Paulo, com o seu famoso Perdidos na Noite. Huck começou negociando espaço na CNT com a família Martinez, empresários da indústria de comunicação e líder na política do Paraná, que tinha como parceira a TV Gazeta em São Paulo, a qual eu era diretor comercial para inclusive arrumar dinheiro para está união. Na realidade, ele alugou durante uns tempos espaço nas madrugadas pelas mãos do José Carlos Martinez – presidente do PTB, que morreu em 2003 em desastre de avião, quando chegava a São Paulo, ele próprio pilotando. Zé seu irmão Flávio e seu então superintendente Ademar Monteiro foram os grandes visionários, dizem os políticos, era o caixa do caixa do Collor de Mello (PC Farias), ano antes e não deu certo, tentou montar uma nova rede de TV, a OM- Organizações Martinez, e responsáveis em pôr no ar Ratinho, Huck, Alborguetti (o precursor dos programas do gênero que o Datena concretizou e o próprio começo do Ratinho), ou de colocar no ar às 20h a um preço inimaginável igrejas como a da Graça e, logo em seguida, a própria Universal, que nem imaginava ir ao ar em outras emissoras como faz nos dias de hoje, a partir da CNT. Posso dizer que seus métodos eram diferenciados para alguém como eu, que sempre pensou em como repercutiria no mercado publicitário. Já o Zé era um grande fazedor de grana, pela necessidade de pôr no ar sua pequena rede e sua imensa capacidade de transformações, que hoje enxergo como inovação. Como o Huck veio pelo Paraná, nunca sentei com ele nessa época. Fui o conhecer em 1996, na Band. Estava eu, ele e o Johnny Saad ( vice presidente da Band), um ou dois meses antes de sua saída para a Rede Globo, quando eu acabava de chegar para mudar a trajetória comercial do Canal 21- emissora UHF do grupo Band em SP, que tinha na época dois clientes que pagavam realmente, uma concessionária Volkswagen do Ipiranga, a Sorrana, na Av. Nazaré em São Paulo, e o centro auditivo Telex. Ele ( Huck) queria colocar no ar uma reprise condensada do seu programa, o “H”. Eu disse aos dois que nem tinha dinheiro para bancar. Ele só queria R$ 15.000, mas a emissora naquele dia tinha em seu faturamento apenas R$ 10.000. Nunca esqueci desses valores pela forma que ele tentou me constranger. Não foi uma boa chegada minha na frente do futuro presidente da Rede Bandeirantes nem do apresentador, que após poucos dias mudou de emissora. Vou aqui dar uma de mãe Diná, na época frequente em nossa CNT Gazeta: Huck tão logo na Globo alcance audiência e relevante prestígio será candidato a presidente do Brasil. Sorte a minha, não devo estar aqui para contar essa história, que escutei hoje de rabo de ouvido ser negada. São Paulo, 1993 a 1997