domingo, 9 de setembro de 2012

Presidente acordadão e eu dormindo na recepção.



Esta história deve ter acontecido em meados de 1999. O mercado já tilintava com e-mails e as primeiras comunicações via web e não mais por fax – eu sou da época do telex e sempre  arrumava tempo para, semanalmente, conversar com o mercado sobre projetos e informação. Eu chamava isso de “mídia no mídia” (rsrsrs...). Muitos ou quase todos os meus amigos são dos negócios e amizades à parte. Já disse um publicitário carioca: “Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. (Eu o vi no Jô um dia, ficou famoso por isso.)

Mantive durante toda a vida profissional uma newsletter que enviava de onde estivesse, da revista Imprensa 1988, por Telex, e já no Canal 21, AmericaEconomia /Bloomberg  e TV Salvador( 1996 a 2011), via Web.

Muitos me falam que não sabiam que escrevia, e eu escrevo desde sempre com a ajuda de um revisor, é lógico. Imagine, fiz vestibular para publicidade quando era 1 para 1 (rsrsrs...). Foram meus revisores: Gabriel Priolli, Ricardo Kotscho, Paulo Marcun, Manoel Canabarro, Carlos Nascimento, Marcos Coelho, José Occhiuso ,Ana Maria Tahan  entre outros – um dia eu tinha que aprender a escrever.

Lembro-me de ter marcado uma reunião com o então diretor de Mídia da agência Leo Burnet, o Paulo Gregoraci.  A patroa dele, a Verinha, e eu trabalhamos juntos na DPZ ( 1983), e sempre tive uma admiração incrível por ele, sem falar na competência do cara.

A propósito, a Leo tem uma história bem legal. Foi fundada nos EUA em plena crise de 1929 Seu dono, o próprio Leo, já famoso e criativo, chamou a mídia do trade para sua inauguração e como não tinha grana colocou umas maçãs numa cesta para receber os convidados. Um dos jornalistas escreveu no dia seguinte que a agência viveria até que as maçãs se estragassem, e não foi assim, né?Até hoje quando você visita a Leo tem uma cesta de maças lindas na recepção.

No meio da reunião, percebi o quanto o Paulo sabia de meus passos. Ele comentou sobre minha forma de trabalhar com as news, que sempre me ajudaram nas conversações com o mercado de mídia e os clientes dos departamentos de publicidade das empresas. Eu era ligado nele, mas não o imaginava ligado em mim.

Recentemente, descobri que esse diretor começou a trabalhar com treze anos de idade, com um curso no Senai. Imagine, o cara hoje é um dos presidentes da McCann, uma das maiores do mercado.

Como tenho insônia há muito tempo, sempre dormi nas recepções de agências. Já contei aqui dos dois gerentes que tive e que ligavam para ver se tinha ido às reuniões. E quem me contratou quando dormia na Leo depois do almoço (rsrsrs...).

Costumo usar uma das cem melhores frases do meu amigo Otto Lara Resende: “Não sou imbecil por completo porque tenho insônia”. O Otto era do conselho editorial da revista Imprensa e eu, menino de trinta anos, convivi com ele. Todos se lembram de um monte de frases dele, eu me lembro dessa.

 

E tanto na Leo quanto na McCann tive o desprazer de ser pego dormindo na recepção – é, foram anos e anos de recepção (rsrsrs...)!

Uma das melhores dormidas foi na DM9, ainda no Itaim, quando as recepcionistas eram duas gêmeas negras e uma delas me acorda e eu pergunto onde estava.

Quando cheguei à TV Gazeta de São Paulo, o Roberto Avallone,  apresentador do “Mesa Redonda”, me chamava de Jack Nicholson, pois ainda tinha os óculos escuro que disfarçavam minhas dormidas nas agências e congressos (rsrsrs...). 

Na Leo, arrumei um emprego com o Jonhy Brito, do JB. Já falei disso, sempre o Oscar Osawa dava canseira na recepção (mas atendia sempre, o querido Oscar).

Estes dias estive com ele (agosto 2012), o Paulo Gregoraci, e o achei o mesmo cara que conheci muitos anos atrás. Tão logo cheguei à reunião, falou-me deste blog, que daqui a três semanas fará seis meses, que encho o saco de todos vocês do mercado publicitário e alguns amigos de outras áreas. E para não ficar para trás, contei da primeira vez que ele me falou da forma como converso, desde o JB e a Imprensa, e que quando estou escrevendo sempre me lembro dele, e é verdade.

O mercado hoje fala da importância dos mailings/data base que a era digital nos proporciona e seus cruzamentos e as particularidades do consumidor e como falar diretamente com quem compra .Isso não é novidade para nós. 

Grande Paulo Gregoraci, e eu nem imaginava que você começou a trabalhar com treze anos!