segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Transmídia : um caminho que abre janelas .


Um mundo de parcerias vem se delineando já há algum tempo no mercado corporativo. O dinheiro tem ficado escasso e o escambo, com outros nomes, novamente vem fazendo a diferença para quem realmente quer agilizar seus negócios.
Com isso acontecendo, empregos são raridade. O mercado descobriu esta carência e tem suprido seus quadros, antes, com terceirizações e, agora, com parceiros que trabalham na hipermodernidade baseados naquilo o que hoje se chama “rede colaborativa”.
Para quem trabalha no mercado das comunicações, como eu, descobrir novas alternativas tem sido estudos dos teóricos que procuram maneiras de expandir seus negócios além das telas e de seus domínios na comunicação de massas.
Os custos de equipamentos de produção de conteúdo caíram vertiginosamente, já os salários (quando existem) têm inviabilizado o fluxo de caixa das empresas e tendenciado o mercado das parcerias com ideias e formas de conduzir negócios nunca antes imaginados.
Um deles é o que chamamos de “transmídia”, que alarga o espectro daquilo que queremos divulgar, levando nosso nome para mares nunca dantes navegados. E fazemos negócios sadios expondo nossa MARCA a nichos até então de difícil acesso e mesmo antes de haver qualquer tipo de relação com o público.
Transmídia é se utilizar de algo dentro de um produto midiático e o estender por intermédio de outros significados e significantes a prateleiras e produtos que se utilizam das mesmas circunstâncias mas não da mesma estória. É um grande avanço na inovação de buscar outro tipo de exposição, em outras praias e com total sinergia.
Com e por isso, podemos afirmar que na nova ordem de grandeza do mundo digital este tipo de linguagem agrega valor aos conteúdos, pois os alavancam com a mídia a horizontes através de parcerias antes não conseguidas pela dificuldade de medi-las ou mensura-las.
A ferramenta de associação e organização que o digital nos oferta facilmente nos coloca online e a par de todo o fluxo de suas franquias e licenciamentos, fora a logística que nos aparelha com os melhores cases em pouco tempo.
Este raciocínio é facilmente introduzido como estratégia de geração de recursos de captação no marketing, publicidade, conhecidos nossos há tempos e em franquias, licenciamentos e parcerias comerciais e de economia de escala. Mas também pode ser alavancada com os editais de fomento e incentivo gerados por centenas de órgão públicos e privados nas mais distribuídas esferas municipais, estaduais, federais  e até mesmo no corporativo, quase em sua extensão total graças ao advento do consumo grandioso das classes C e D  e o emprego se consolidando nos serviços,  mesmo com a indústria caindo. Isso significa mais gente consumindo sua marca com menos riscos nos investimento, interatividade máxima e maximização de objetivos e cada qual no seu trabalho, segmento e produto.
Uma moeda valiosa neste momento é audiência, haja visto a disputa por listagens já desgastadas. Além disso, a importância do CRM nas empresas tem tomado um corpo enorme e a mídia interativa pode ser, um dia, a auto sustentabilidade - ou um caminho no momento.
Mídias como rádios, TV com coberturas menores e mais dirigidas, canais de pay TV e UHF e situações regionais, portais e sites,  associados a ações interativas, transmídias  e participativas com os espectadores, abrem possibilidades de parcerias e franquias incríveis em todos segmentos de mercado.

Braço é um bom começo. Então comece a arregaçar as mangas.  Vem ai um mercado que requer talento e disposição para gestões vencedoras e que avancem sobre o mercado.

 

 

  

 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O mundo é digital mas quem mande nele é analógico.


A rapidez com a qual os acontecimentos caminham tem o efeito quebrador de barreiras em todos os segmentos da vida, deixando-nos preocupados com acertos e erros cometidos pelas gerações que não se adaptaram com a modernidade que acontece a cada dia, fazendo do conhecimento algo bastante obsoleto em pouco tempo.
Entender os caminhos que a hipermodernidade vai nos levando pela tecnologia até que não é um “bicho de sete cabeças” para muitos, principalmente para os que possuem capacidade acadêmica nos níveis de pós-graduação e com especificidades nas áreas onde o mundo tem penetrado com maior voracidade nas inovações. O difícil é a operacionalização de diversas ferramentas praticamente obrigatórias para a vida funcionar em poucos anos, tendo, às vezes, pequenos períodos convivendo com elas.
Os mais jovens com capacitação educacional e recursos financeiros têm se adaptado e ingerido essa expertise em pouco tempo. Seu dia vem recheado dessas ferramentas desde o princípio escolar, e no próprio dia a dia familiar.
Mesmo executivos com nível etário avançado carecem da possibilidade de treinamento constante e têm dificuldade de operacionalizar os chamados aplicativos (software) e as novas caixas pretas (hardwares), pois não fazem mais parte de seus dias.
Entender situações com sofisticação no mundo digital, tanto em sua composição de hardware como em software, requer certo estudo e tempo para dedicação em treinamento – coisa que os mais jovens em seus próprios instrumentos de práticas do entretenimento já colocam como prioridade em seus espaços de ensino, como também de lazer e entretenimento.
Quebrar paradigmas nos últimos tempos tem sido tarefa corriqueira em todos os níveis, do intelectual ao hierárquico, trazendo dor de cabeça a todos que participam desses novos tempos – onde inovar é praticamente obrigação para não se perder o rumo da história ou simplesmente perder o foco no mundo dos negócios, tanto de sua empresa como de sua vida particular.
Tem sido fácil perceber atitudes difusas em quem comanda o desenvolvimento e em quem realmente dá as cartas dentro desse novo horizonte corporativo. Os choques culturais ainda não foram entendidos por toda a cadeia geradora de cursos, bem como os percursos que a hipermodernidade necessitará para alcançar qualidade na interação de todos os envolvidos nos processos que fazem o andar da carruagem.
Os interesses ainda são outros; os entendimentos, maiores ainda, definindo-se por faixas etárias e capacitações intelectual e social em todos os níveis da sociedade. Alcançar pensamentos e atitudes díspares será ainda um grande caminho que trilharemos – é factual e nítido que as gerações ainda não alcançaram conhecimentos uns à altura dos outros e principalmente aptidões motoras com as ferramentas que surgem todos os dias com atributos superiores para operacionalizá-las.
A dificuldade de transferir informação e conhecimento a sete bilhões de habitantes na Terra e a explosão demográfica em países em desenvolvimento são empecilhos volumosos para isso se fazer entender em boa parte de nossas populações, no mundo corporativo ainda mais distante e com barreiras muito bem vistas, mas ainda muitas delas intransponíveis tanto no aspecto cultural como naqueles que fazem florescer inovação.
Nada é mais distante como poucos anos atrás... A informação circula na velocidade que ela acontece e a capacidade de processá-la cada dia tem maior volume para todos. O novo bate a nossa porta a todo instante, e só com diversas gerações vivenciando essa experiência totalmente nova saberemos  lidar com as escadas que esse explodir de inventos nos atinge e muitas vezes nos ilha em zonas de conforto antes difíceis até de imaginar perdê-las.
De uns anos para cá tenho sido categórico e, sem ofensa a nenhuma das partes, o mundo é digital e quem manda nele é analógico. Vejo dentro de minha própria vida esse distanciamento e cada dia procuro mais respostas para a quebra dos novos paradigmas que possuem temas como convergência, cauda longa, transmídia e o próprio digital ainda bem pouco conhecido por muitos que vivem esse momento histórico em nosso planeta.     

 

 

           

           

sábado, 24 de maio de 2014

Imprensa na TV " Pai de Santo "


Durante anos estive à frente do programa  Imprensa na TV  já falei algumas coisas em outras crônicas, mas nunca uma só sobre ele – com tantas histórias e figuras importantes da imprensa brasileira.
Ele começou com uma turma forte: na a direção do Dante Matiussi e Paulo Markun, Manoel Canabarro e Gabriel Priolli no editorial, meu compadre e chefe na época Sinval de Itacarambi Leão e eu no comercial, na direção do programa o Valdir Zwetsh e apresentando o Markun e a Astrid Fontinelle, minha amiga “foca” ainda, mas arrebentando desde cedo.
O programa era exibido às 18h dos domingos na TV Gazeta e foi por causa dele que, anos depois, fui parar lá por três vezes como diretor. Faturávamos um absurdo com um programa independente na Gazetinha e o Luiz Fernando Taranto enxergava tudo, mas só depois que fui descobrir isso... eu sempre o considerei muito, até hoje – apesar de estarmos distantes.
Nessa época eu participava, mas era mais papagaio de pirata e aprendiz. Mandava bem no comercial, tínhamos Almadén (vinhos) com a canetada do Fernando Almada, O Estadão na caneta da Adélia Frascesquini (jornal) e Gurgel ( Rogério Setembro e ...) – é, os carros brasileiros rsrsrs – mais dois patrocínios (desculpem-me e me corrijam se alguém se lembrar dos outros dois, se Marcelo Capassi e Rogério Ferreira puderem me ajudar,  meus fiéis escudeiros durante muito tempo lá).
Um dia essa equipe toda se foi: o Markun e o Maneco saíram da sociedade, o Dante foi para a Record e o Sinval, o Priolli e eu ficamos com a bronca toda, mas a seguramos, como vou contar abaixo. Ah! Tinha o Edilson também no financeiro que segurava tudo – um craque!
Trouxemos o  Zé Amancio para dirigir no lugar do Valdir e o Carlos Nascimento – imaginem o Nascimento, o Priolli e eu na direção do programa... eram reuniões de pauta memoráveis e foi ali que comecei a me interessar por produção de TV.
Foram programas antológicos e passamos para Record. O Dante era o cara da Record, até com o Edir Macedo tive reunião e, com a saída dos dois, fui de diretor comercial para Publisher da revista e diretor geral do programa.
Nesse período ainda tivemos o Marco Antonio Rocha apresentando no lugar do Nascimento que – é lógico – rapidamente alguém o levou de volta, acho que para a Globo. Outro craque...
Eu também, na volta do Dante para a editora, me fui um dia. Contei uma lorota mas estávamos batendo de frente quase que diariamente.  A empresa era dele e do Sinval e era eu quem mandava. Hoje sei como isso deveria ser difícil na cabeça do italiano na época, e saí para um dia não brigarmos fortemente.
O mundo girou (editora Globo, Band SP1, Gazeta três vezes, AmericaEconomia, ... ) e, anos depois, eu no Canal 21, precisando falar com o mercado de comunicação. Lá vou eu dirigir novamente o Imprensa na TV com a ajuda do Ricardo Narchi e o Durval da Video In e dos apresentadores Gabriel Priolli (três meses). Porém, Marco Antonio Coelho o tirou, levando para a Cultura rapidamente, e ainda tivemos  o Marco Damiani e a Heliane Nogueira nas apresentações dois lindos meus amigos do peito até hoje, ajudando-me nas pautas o Tão Gomes Pinto, e um jornalista muito bom baiano (foca), a Luna Carregari, minha amiga de confissões até hoje e diretora na TV da Escola Paulista de Medicina na época, e Heliane sua chefe lá com a gente e, nos domingos, às 22h30, na grade do Juca Silveira “canetando”. Mandamos ver: mais três anos de jornalismo da mídia, com a Petrobras patrocinando o primeiro ano e os outros seguramos na marra e com a ajuda dos parceiros acima, não teve jornalista e publicitário famoso que não foi lá falar rsrsr.
São muitas as histórias, mas foi uma com a Heliane Nogueira que me fez escrever esta crônica. Lembrei-me disso num papo com o Dorival Seta, meu leitor que possui uma grande memória, sabe tudo sobre o Hélcio Vieira . Em um dia de pauta, havia estado o dia anterio com minha primeira sogra dona Cecilia  que não entende nada de TV e comunicação e ela me perguntou por que um pai de santo podia ter um programa de rádio na Mundial e outros não. Aquilo me acendeu uma vela... Era o pai Celso de Oxalá, todos acharam estranho eu indicá-lo, pois nem as igrejas ainda eram tão fortes, só a da Graça estava no horário nobre na Gazeta CNT, as outras ainda estavam acanhadas. Fora a Universal que já era dona da Record, só tinham aluguéis nas rádios e alguns programinhas nas grades de sábados e domingos. Ah! O motivo da minha saída da Gazeta CNT é que atrapalhava nosso discurso de prosperidade (hoje ninguém mais liga, pois estragaram tudo): durante os quatro anos de Canal 21 nunca pusemos uma igreja na grade, era um acerto com o “big Johnny”, mas hoje acho que eu podia ter sido menos radical...
Mas voltando a pai Celso, era um pai de santo das antigas. Vestia-se com um turbante, gostou muito de mim. Na gravação, as meninas estavam com medo, e fui lá para conhecer melhor o pai de santo e segurar a gira das meninas  .
O sucesso foi tão grande para ele – é lógico – que, uns 20 dias depois, o pai de santo me ligou e me pediu para ir a sua casa, em uma rua paralela da Washington Luiz. Achei que queria um horário na TV e isso só eu vendia melhor, não vendia? rsrsrs.
Chegando lá, era uma reunião com os assessores de imprensa dele. Eu nem imaginava por que estava ali, a não ser para escutar uma proposta que não seria aceita por mim em razão de nossa postura na emissora e pelos pequenos problemas que tive em pautar o espírita dono de programa de rádio no Imprensa na TV (discriminação).
Os assessores do pai de santo “imprensa e stile” queriam que ele mudasse suas vestimentas, tirasse o branco  o turbante e a parafernália de guias e colocasse um terno e gravata e, em um determinado momento, ele perguntou minha opinião.
Os dois quase me comeram com os olhos, mas estava ali para fazer uma gentileza e retribuir sua estada no programa; então, mandei meu recado.
“Há quantos anos o senhor se veste assim?”, perguntei, e ele me respondeu: “30 anos”. Novamente perguntei: “O senhor paga seu horário e vive bem?”, e ele me respondeu que sim .
Aí mandei: “Por que mudaria seu perfil? O senhor está todo ano nas previsões das emissoras, vai descaracterizar-se e perder toda a sua audiência e seus seguidores”.
Foi um silêncio... Os assessores quase me bateram e nunca mais vi em lugar algum meu pautado. Juro, fiquei com medo na época. Minha vida, a partir dali, mudou muito, o pai de santo, acho que não fez nada, e também não cobrei a consultoria rsrsrs. Já os assessores, bem, tenho lá minhas dúvidas...
Nunca levei meu amigo pai de santo Alexandre Meireles na TV, tem muito mais assunto    frequento seu centro quando posso. Lá a Umbanda é praticada com uma majestosa sabedoria e ninguém paga nada a ninguém. Fico sempre preocupado como ele se segura financeiramente... Ele nunca me pediu nada, eu que vou lá para agradecer pela minha vida e pela estima que meus amigos têm por mim. Lá se cultua Deus e os Orixás e vou lá também para ver as obras de assistencialismo do Lar de São Lazaro , quem for não vai se arrepender.
Imaginem: ontem vi que um juiz do STF considerou a Umbanda e o Candomblé não como religiões. Elas existem no Brasil desde meados dos anos 1500 com a chegada dos escravos no país e são praticadas por milhões de brasileiros. Na Bahia, onde morei por vários anos, a Umbanda deve ser a mais popular de todas as religiões e me ensinou que, com isso, não se brinca – não sr. juiz.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Pilotos para Televisão


Sem eles seu programa não decolará jamais
 

Quem há tempos pensa em fazer um programa para televisão esbarra nos preços absurdos das chamadas TVs abertas que as igrejas pagam.
Por isso, nos últimos anos ninguém quer fazer um piloto de sua criação audiovisual. Fizemos muitos no passado e esse mercado parecia que tinha acabado.
Quem visitar um diretor comercial ou de programação de qualquer emissora verá na estante, atrás da mesa de seu anfitrião, diversas mídias que na maioria das vezes ninguém assistiu.
De uns tempos para cá paramos de fazer pilotos. As opções nas emissoras ficaram raras, as igrejas e o televendas ocupam tentativas como o “Perdidos na Noite” ou o próprio Luciano Hulk – os dois vindos praticamente do mesmo criadouro: as madrugadas na TV Gazeta/SP e CNT Gazeta.
Já tinha vontade de escrever este texto e aí, conversando com um amigo, ele me pediu para colocá-lo no papel.
Na semana passada fui a um seminário realizado pela Associação  Brasileira de Produção de Obras  Audiovisuais – APRO, a qual, apoiada pela Associação Brasileira de Produtores de Televisão, fará um curso intensivo para habilitar 50 profissionais nas novas diretrizes que permearão a lei do Audiovisual e as posturas das produtoras junto à Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual – ANCINE no preenchimento dos requisitos para a aprovação nos editais que fomentarão o setor nos próximos anos pela Lei n. 12.485, bem como os incentivos que ela trará às produtoras Brasil afora.
Melhor ainda: fiquei sabendo que a televisão – que muitos disseram que acabaria – será a “nova vedete”, já com sua roupagem nova onde o conteúdo é a bola da vez e o agregador de valor.
Basta os pequenos aprenderem a lidar com as mazelas que a lei nos pregará e fazer a lição de casa junto aos principais interlocutores que administram a informação, conhecendo-as profissionalmente.
Seus principais atributos são:

- Desenvolvimento didático e formatação de conteúdo;

- Mapeamento do mercado;

- Prospecção de novas oportunidades; e

- Capacitação.
 

Aí vem os infortúnios: o aprendizado pelos mais seniores das novas ferramentas e a falta de experiência dos jovens aspirantes a ocupar lugares nessa nova etapa de quem parecia ter perdido para o computador sua liderança absoluta.
Nesse Curso de Capacitação e Formação Empresarial serão abordados os seguintes temas: Gestão Empresarial, Legislação, Distribuição, Inovação e Oficinas Transmídia.  
Para que os não muito familiarizados entendam melhor, em 2018 estaremos perto de 32 milhões de domicílios com TV paga, ou melhor, praticamente metade da população: 128 milhões de telespectadores no Brasil.
Logo a teremos interativa e não mais passiva como a conhecemos, boa parte construída por ideias de terceiros e dos próprios consumidores não mais da verticalização do nosso modelo: produzir, veicular e comercializar em um único lugar. 
Entram em cena novos e diversos cargos, muitos ainda com suas titulações em inglês nas conversas e palestras sobre o setor, todos já com suas traduções e remunerações tabeladas por seus sindicatos e associações. 
É um mundo totalmente tecnológico misturado à informação e à dramaturgia continuadas, como já definia Nelson Rodrigues nas crônicas “da vida como ela é”.
O on-line e as novas gerações vêm aí com olhos no celular e não mais na televisão – como eu pensava dias atrás. Mesmo com todo esse panorama, produzir conteúdo terá na telinha seu melhor distribuidor, não importando mais como ela será.
Não podemos reclamar; afinal, fomos assim com nossos antecessores: quando chegou a televisão, falamos que o rádio teria seu fim, ou, anterior a isso, que mataria o jornal.
Até agora nem o homem do carro de som perdeu seu espaço; portanto, quem não mostrar serviço ou seu piloto certamente não encontrará seu lugar ao sol nesse mundo que muda a cada segundo sem nos avisar.

 

     

domingo, 26 de janeiro de 2014

Na Amazônia aventura com uma equipe brilhante. . .


Em 1995, fui convidado por Paulo Markun a fazer parte da equipe que montaria um novo jornal em Manaus: “Jornal do Norte”.
A equipe era maravilhosa e brilhante; além do Markun , Luis Fernando Mercadante, Manoel Canabarro, Marilia Assef... Eu montaria a área comercial e rápido contratei um profissional local o Hidelbrando,  como diretor . Qualquer publicitário do comercial sabia na década de 90 que teria que vender muitos anúncios antes do produto ser publicado .
Foram inúmeros problemas para colocar o jornal em pé, e não vou nem comentar que construíram a primeira sede em um terreno onde jamais poderia ter um jornal, e muitas outras coisas que só acontecem uma vez na vida... Imaginem: os dois maiores desafetos políticos do Amazonas , na época, eram os sócios do jornal...
Welter Arduini, diretor contratado para a circulação, saiu do Estadão em São Paulo e foi para lá com família e tudo. Quando chegou a mudança, já não trabalhava mais no jornal.
Tudo aconteceu naquele Jornal do Norte , em 3 ou 4 meses de circulação ganhou o premio de vendas 1996 da tipo ADVB secção Amazonas e a gerente da entidade em vez de falar “ entrego o premio ao veiculo do ano ....” disse “ entrego o premio agora ao automóvel do ano ....” hilário .... e o Welter diretor de circulação hoje responsável pela liderança do “Correio” em Salvador    estava no palco com a moça representando o jornal. rsrrsrsr
Mas a história é sobre o convite que recebemos para o Markun mediar uma palestra na Universidade Federal do Amazonas, e – por sorte ou azar – eu estava lá e fomos todos juntos assistir ao que chamo, quando conto essa história, de “a batalha no Campus ”. Ali conheci realmente um político de esquerda na universidade... rsrsrs
Para quem não sabe, Paulo Markun foi preso político durante a ditadura e é um dos jornalistas mais competentes com quem trabalhei, pois, além de escrever, tem uma visão de gestão de primeiro time.
Ah! Para chegar ao campus universitário, atravessamos uma estradinha de um quilômetro de selva. Fomos recebidos por um coordenador, o qual nos levou até o auditório que estava lotado e, logo depois, sumiu.
O assunto era a imprensa e o outro convidado, que seria o diretor de redação da Folha de São Paulo, não apareceu (sorte dele!). Paulo Markun fez seu spit e aí conheci os verdadeiros comunistas de plantão em uma universidade.
A plateia não deixou mais ninguém falar. Alguns gritavam palavras de ordem e desconfiamos até que não sairíamos de lá sem levar alguns cascudos...E olha que só o Markum estava na mesa nós sentamos junto da plateia ?
Saímos “meio saídos”... Demoramos até para começar a rir da atrapalhada; achávamos que seriamos bem tratados e saímos vaiados no meio da Amazônia... Sorte nossa que A Crítica, o concorrente que queríamos desbancar, não estava lá. Do contrário, teríamos saído na capa fugindo do hospício que fomos convidados a palestrar...

 

sábado, 18 de janeiro de 2014

Muito bilhão e pouca educação.


Há meses tento falar sobre o assunto “ascensão das classes sociais” e esbarro no politicamente correto. Quando estive em Salvador, entre maio e setembro de 2013, percebi o quão duro é para o país ter colocado quase 50 milhões de pessoas no mercado de consumo obviamente sem algum tipo de preparação, instrução e sem terem educação familiar para se alinharem nesse novo e diferente mundo que vem se delineando.
Salvador é mais fácil de entender pois, se fizermos rapidamente uma regrinha de três, o percentual dentro da cidade de pessoas que estão nessa condição é bem maior que o de outras capitais. Nesses dias falei sobre isso para um senhor na fila de uma loja de peças e acessórios de carro em São Paulo. Ele tinha visto a placa do meu carro de Salvador e me perguntou como as coisas estavam por lá; eu, meio sem querer, falei que as pessoas estavam duras, mal-educadas e ele, baianíssimo, me disse: “É por que o senhor não mora na zona leste” rsrsrs.
Uma grande parte desses antes excluídos vem de favelas, de famílias sem caracterizações bem definidas, com machismo ou autoritarismo dentro de casa ou por bandidos na comunidade e, quando aparecem na economia, a convivência com outros mundos tem um choque terrível cultural e mesmo de entendimento.
Pelo menos na Salvador antes relaxada e ociosa (como disse, em 2002, Domenico de Massi), todos deveriam conhecer o ócio criativo do baiano; agora, virou um sem-fim de mal-      -educados e estúpidos que atendem o público com desdém e antipatia e, é claro, sem o menor calor humano.
Esses cidadãos vão para os balcões atender a população sem o menor preparo: maltratam os turistas mais velhos, ignoram os que possuem algum tipo de problema e as cidades vão se deteriorando aos poucos – como vi Salvador depois de três anos que morei lá.
Dizem os especialistas que a coisa é meio assim também na zona leste de São Paulo, mas a cidade é grande e você tem escolhas. Já em uma cidade como Salvador, a barra tem pesado. Nos seis meses que morei por lá, quase perdi a cabeça com os maus-tratos e com as atitudes na rua, no trânsito e no comércio... E olha que morei na cidade há poucos anos – quase 10 anos...
Amigos, não estou colocando que a população que hoje conseguiu seu primeiro emprego ou sua chance de trabalho é a culpada. Não é isso... Nossos gestores é que são os culpados, pois faltam cursos, educação e um pouco de planejamento – como tudo aqui em nosso país.
Nós também somos culpados, pois somos as gerações que escolheram democraticamente os governantes que, quando usurpam algo, degeneram as famílias, privando-as de gêneros básicos para chegarem a ter uma vida simples, mas com dignidade.
Nós, que hoje somos os 30% da população conectados e consumistas on-line, não temos ideia das humilhações que nosso povo sofre. Tudo começa na condução que tomamos de manhã espremidos no trem, ônibus ou metrô, quando procuramos saúde, quando precisamos da justiça ou, pior: quando falamos sobre educação (não tem aula, as gangues mandam nas escolas etc.). É como que se não tivéssemos governança alguma.
A Copa do Mundo e as Olimpíadas estão chegando... O que será desse país nesses dois maiores eventos do planeta? Tenho muitas dúvidas: como sairemos desse imbróglio esportivo com todos esses problemas? Sem falar que nada da nossa infraestrutura prometida foi executado...
Axé, meu Deus! Esse país é muito grande e, há poucos dias em São Paulo, um simples “rolezinho” teve bombas e polícia envolvida em diversos shoppings da cidade...  

 

 

domingo, 12 de janeiro de 2014

Muitas vagas para vendedores de editoriais.

            Lembro-me de que, quando começou a caminhada da PL 116 (agora, a chamada lei do audiovisual a 12485), muita gente tinha dúvidas... Imaginem: três horas e meia semanais de programação brasileira em aproximados 88 canais são mais de 16.000 horas de produção nacional por mês!
O que faltam são profissionais que saibam entender os editais para obterem incentivos nesse universo de produção audiovisual (Ancine, Proac, Rouanet, Secretarias Federais, Estaduais e Municipais de Comunicação etc.).
Tenho acompanhado muito o trabalho de divulgação do meu mestre, amigo e primeiro orientador do meu recente mestrado André Gatti em um grupo no Facebook que, em pouco tempo, já passam dos 21 mil membros; vi que profissionais do ramo têm dificuldades em interpretar. Imaginem: os novos profissionais que as faculdades despejam no mercado ano a ano...
Pelo que vi nesses quase três anos que abracei o entendimento acadêmico, as universidades estão fazendo seu papel, preparando os novos profissionais de comunicação com formação em transmídia, multiplataformas, convergência, marca conteúdo, ficção televisiva, entre outros assuntos em pauta na atualidade, como a linguagem “a bola da vez” na minha opinião.
Acompanhando diversos seminários tanto no meio acadêmico como no mercado, tenho notado que a distância entre um e outro ainda é muito grande, mas existe gente como eu que pode muito bem fazer que eles se aproximem a cada dia.
Com este texto pretendi chamar a atenção dos amigos de mercado sobre o quanto faltam profissionais com essa formação dispostos a aprender a respeito desses novos caminhos que a infinidade de novas tarefas vem trazendo ao cinema, televisão, internet e todos os meios de distribuição de conteúdo.
Temos diversas oportunidades na comercialização dos conteúdos incentivados , series ficção, series documentais , cinema ,  internet , animações e etc, etc  .
Hoje não se vende mais espaço, vende-se retorno; agora não se distribui comerciais nos breaks, molda-se situações dentro dos editoriais que chamo de infoshows, até no corpo de produtos como o Jornal Nacional, onde recentemente vi o William Bonner falar sobre os patrocinadores da Fórmula 1 e, ao seu lado, um templet com o nome de todos.
Ah... Não vejo mal nenhum em a Globo fazer isso; contudo, a pena é que seus concorrentes fazem isso, mas são duramente criticados. Atualmente, quem não usar desse recurso pode dar adeus aos seus resultados no fim de 2014.
Vamos lá, gente! Todos nós que temos filhos na geração on-line sabemos que hoje a linguagem é fragmentada e sem a menor explicação, salvo os contratos atuais; porém, nós podemos nos lembrar do passado que a juventude ainda leva em consideração, protegendo-se como um lobo por trás das letrinhas pequeninas que inventamos há anos.
Há tempos digo a meus amigos: esse mundão juniorizado tem suas regras, as quais estão escritas em algum lugar e aparecerão tão logo as coisas não saírem como todos nós desejaríamos, e nós que aprendemos a vender com muitos dos acertos no fio do bigode temos muita chance de aprendermos a vender não mais o break e sim o editorial antes tão dificultado por nossas redações. rsrsrs