sábado, 17 de novembro de 2012

2012 Vivendo a Hipermodernidade (Opinião)


Sempre falando do passado, hoje resolvi falar um pouco do que está acontecendo nesta fase de transição em que as novas mídias passam a significar um papel fundamental e podem lançar-se a qualquer momento  como nova visão à hipermodernidade, sobrepondo-se à pós-modernidade na maioria dos segmentos dos mercados .

A comunicação passa de um setor da economia para aquele que costurará a nova linguagem global.

Alguém aí acha que existe uma possibilidade do retrocesso de algumas das novas invenções tais como o celular ou os computadores? Existe alguém que seria capaz de profetizar: “Isso não vai para a frente.”?

Jamais na história estivemos tão alinhados nos costumes, na moda, na mobilidade, na comida.

Não só os mais ricos querem; os mais pobres também querem os produtos com qualidade, os produtos que significam o luxo. Ninguém tem mais vergonha de consumir. Sejamos realistas!

Não ser social e sustentável começa a fazer a diferença entre muitos, e conectados começam a ser mais exigentes em todos os calcanhares dos mercados, nas questões sociais, sustentáveis, recicláveis.

Dizemos que a comunicação passa de papel importante para papel fundamental – todas as profissões carecem de atitudes de comunicação.

O papel do plástico no dia a dia das pessoas, substituindo o derrubar de árvores – pela própria necessidade, o ser humano está se tornando consciente de suas obrigações com o planeta.

Daqui para frente, ser globalizado está ocupando espaço nas pequenas cidades. Quem se imagina sem um computador em qualquer lugar? E quem ainda não o tem o quer.

Não é são falar que os produtos que utilizam tecnologias digitais não vão causar estragos em alguns segmentos e favorecer outras opções de vida; sempre vivemos assim. É competição desde a revolução industrial; aprendemos a viver competitivamente.

Duzentos e quarenta e seis milhões de celulares; mais de 50% de tudo que se vê na internet são vídeos. A importância do conteúdo bem produzido é a maior commoditie mundial. O cinema americano fatura mais que a Siemens, a Vale, a Boeing.

Fazer o de melhor vai estar nas prime lists e também receber por isso. Vamos nos moldando à nova realidade das coisas; algumas já têm preço, outras estamos fazendo com que eles existam.

O mundo passa a ser capitalista. A China, quando estreou, já veio como potência; quer produzir para todo o mundo industrializado. Nas contas dos bancos centrais mundiais, em quatro anos será a maior potência econômica do planeta.

A indústria do entretenimento é a que fatura mais no mundo e ainda vai caminhar para todas as plataformas, em audiovisuais existentes Tudo Tela.

Posso declarar a todos que se não concordam com o que está acontecendo na Terra, então, tentem mudar de planeta. Para o que está acontecendo com este, agora, como disse a Martha Suplicy, só relaxando e gozando. Não vai diminuir o acesso ao Facebook, nem alguém parar de procurar no Google ou buscador novo que vier a aparecer, ou softwares como os da Microsoft vão parar de surgir. Esqueçam! Não tem volta!

Chegamos à hipermodernidade; somos telespectadores nestes próximos cinco anos da virada nos quais os donos dos melhores conteúdos e marcas serão heróis, e os da tecnologia serão as políticas, pois até Karl Marx, se soubesse que distribuição um dia seria franqueada ao proletariado, não teria perdido tempo escrevendo “O Capital”, aqueles cinco volumes imensos sobre socialismo.      

 

domingo, 11 de novembro de 2012

Toronto deu certo para o Johnny Saad


Tive duas experiências internacionais . Uma, me levou a conhecer o mercado de revistas nos EUA e na América Latina nos anos de 1995 e 1996; e depois, de 2002 a 2010, na revista “AmericaEconomia”. A outra, no Grupo Bandeirantes de Radio e Televisão, que me enviou para conhecer e mapear a City TV canadense, do grupo Dawissonn ( sua origem de negócios era distribuição de remédios receberam uma radio como pagamento de uma divida e montaram um Império em comunicação) , que, em 1997, produzia em um prédio de uns seis andares seis canais de TV. E a CityTV foi o modelo adotado pelo Canal 21 por quatro anos.
Coloquei fim à minha era TV Gazeta SP quando a família Martinez, através da CNT, parceira da Gazeta, alugou para a Igreja da Graça o horário das 20h às 21h. Foi ali a primeira grande investida (fora a Record, é claro) de uma instituição religiosa no prime time de uma TV aberta. Nós já éramos o patinho feio nas agências, e, com uma igreja no horário nobre do canal, nosso discurso ia para o brejo, ou melhor, para a promessa de investimentos em programação hoje ainda atrapalha ser uma TV-igreja. Sorte minha na mesma semana ter recebido uma proposta do Johnny Saad para ir para o 21. Fiquei tão bravo com isso, que acertei com o Johnny que no 21 não haveria igreja – e não tivemos durante os quatro anos em que estive lá.
Esta história conta o mapeamento que eu, o José Occhiuso e o Cesar de Almeida fizemos nas estadas do grupo Band em Toronto. Tínhamos um contrato de consultoria com os canadenses – e olha que pagávamos uma bela grana.
Imagine, na Band, três diretores indo passar dias no Canadá! O ciúme é doentio, e ciúme de homem é pior que de mulher – a família, os outros funcionários, as fofocas lá são terríveis (não sei hoje).
Lembro que o sr. João Saad me chamou na sala dele. Achei que era gozação e liguei para a Neusa, secretária dele, para confirmar. Era a primeira vez que ia à sala do “homem”.
Alguém falou para ele que eu bebia muito e que estaria representando a Band no exterior (olha a do “brimo” que contou isso para ele; eu não bebo praticamente nada, só vinho tinto).  O seu João era “o cara”, nem ficou vermelho. Ele ainda viveu bastante. Passei com ele bons momentos e tomei algumas vezes Romanée-Conti; uma oportunidade, em um jogo da Copa do Mundo, com ele e o Mário Covas, umas outras duas com todos os diretores da Bandeirantes da época. Fora a festa de 80 anos no Fasano, ainda lá no Morumbi.
Teve mais ciúme. Éramos amigos de almoço da administrativa, a Cláudia Alcântara, que emitia as passagens, e fomos de classe executiva com um up grade que ela conseguiu – e foi outra fofoca sobre a viagem, que ainda nem tínhamos feito.
Com certeza, teve alguma outra maldade da qual não ficamos sabendo.
Já em Toronto, fomos superbem recebidos pelo pessoal do grupo  Dawissonn, que tinha um cronograma de trabalho que nos fez mergulhar nas áreas afins naqueles seis andares que respiravam televisão (na velocidade canadense, é lógico).
Dez dias de reuniões e muita diversão à noite. Um dos meus melhores amigos da faculdade morava lá e trabalhava em comunicação, tinha uma empresa de fotolito (imagine, ainda havia fotolito), e fui a festas com ele – um churrasco em um parque na cidade, uma festa privê em um club em downtown;  ainda tinha uns 38 e estava competitivo (rsrsrs...).
O trabalho na TV foi cansativo, principalmente para mim, que não falava inglês ainda e tinha um tradutor ao meu lado em todas as reuniões. Mas o que vou contar é uma história de gastronomia em Toronto, com o VP de criação da emissora o Moses Znaimer, não uma história do marketing, nem das duas visitas a que fui com os executivos deles lá, ou que o assunto do diretor comercial era tudo menos o quanto eles faturavam, nem do pessoal dos outros países que estavam lá com os mesmos propósitos nossos. Vi o site da City TV antes de escrever e eles estão superbem, exportaram seu modelo de negócio para diversos países da Europa, AL, Oriente Médio e Ásia.
 Na MuchMusic TV (uma concorrente ao vivo da MTV), em que aparecemos no ar, depois do ACDC sair do palco giratório, o apresentador disse: “Aqui, visitando nossos estúdios, diretores de uma network brasileira, que faz um intercâmbio com nossos profissionais”. Não é que naquela noite, no jantar, a garçonete nos pergunta se estávamos na MuchMusic à tarde! Lembro até o nome dela Rita (loira linda). Aprendemos muito naquela máquina de fazer TV.
Mas vamos à gastronomia. O VP da empresa nos chamou para jantar num restaurante chinês, superchic, cancelou à noitinha, quase na hora, e remarcou para um almoço no domingo, em outro lugar.
Quando chegamos, era um sujinho com uns asiáticos mal-encarados e umas quatro mesas somente ocupadas.
O “boss” pegou o cardápio e escolheu uns 15 pratos (éramos cinco: nós três, mais o “caneta” e o tradutor). A maioria dos pratos eram marmitinhas trazidas à mesa com hashis grandes, com diversas iguarias maravilhosas, bolinhos, empanados, carninhas, frangos, peixes. A simplicidade era na forma de servir, mas a culinária era maravilhosa.
A conversa rolando solta sobre os tantos dias em que estávamos internados com os diretores do grupo dele. O Zé Occhiuso mandava bem em inglês, o Cesar arranhava e eu com o tradutor.
Íamos bem. Eu tinha a missão de saber o faturamento dos caras e passei um dia vendo como eram os breaks deles, sabia quanto davam de desconto, calculei e sabia quanto eles faturavam. Esqueci-me de falar que o diretor comercial diversas vezes me negou a informação nas reuniões que tive com ele. Eu fiz o cálculo e falei o valor no almoço com o “boss”. O homem até engasgou, surtou e pensou alto. O tradutor traduziu e levou uma bronca na nossa frente. No outro dia, o tradutor foi trocado. Acertei na mosca! O Cesar de Almeida, no Esporte Interativo, e o José Occhiuso, no SBT, estavam na mesa e podem confirmar. Falamos muito sobre isso de depois do almoço entre nós lá no Canadá .
Ah! Depois de umas tantas marmitinhas, chegou a comida. Era um arroz enrolado numa folha de tabaco com mel e umas ervinhas. Uma maravilha! E uma carne de porco, tipo costelinha, de lamber os dedos. Sempre quis saber de onde é aquela comida.
Não vou contar nesta história as fofocas na chegada. Vai ser em outra.
Fizemos um relatório profissional para o Johnny, e isso foi de bom uso. Estão aí Band News, Esporte, Terra Viva, e suas multiplataformas até bem premiadas pela imprensa especializada ultimamente – fazer na mesma planta o que der de subprodutos midiáticos, a transmídia para o mercado publicitário .Precisa é ter conteúdo de primeira qualidade.( CQC, TELEJORNAIS)
Só vou terminar com um fato sobre vegetais com o Cesar de Almeida. Ah, não! Foi em outro jantar; deixo para depois.