Esta história deve ter acontecido em meados de 1999. O
mercado já tilintava com e-mails e as primeiras comunicações via web e não mais
por fax – eu sou da época do telex e sempre
arrumava tempo para, semanalmente, conversar com o mercado sobre projetos
e informação. Eu chamava isso de “mídia no mídia” (rsrsrs...). Muitos ou quase
todos os meus amigos são dos negócios e amizades à parte. Já disse um
publicitário carioca: “Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. (Eu o
vi no Jô um dia, ficou famoso por isso.)
Mantive durante toda a vida profissional uma newsletter que enviava de onde
estivesse, da revista Imprensa 1988,
por Telex, e já no Canal 21, AmericaEconomia /Bloomberg e TV Salvador( 1996 a 2011), via Web.
Muitos me falam que não sabiam que escrevia, e eu escrevo
desde sempre com a ajuda de um revisor, é lógico. Imagine, fiz vestibular para
publicidade quando era 1 para 1 (rsrsrs...). Foram meus revisores: Gabriel Priolli,
Ricardo Kotscho, Paulo Marcun, Manoel Canabarro, Carlos Nascimento, Marcos
Coelho, José Occhiuso ,Ana Maria Tahan entre outros – um dia eu tinha que aprender a
escrever.
Lembro-me de ter marcado uma reunião com o então diretor de Mídia
da agência Leo Burnet, o Paulo Gregoraci.
A patroa dele, a Verinha, e eu trabalhamos juntos na DPZ ( 1983), e
sempre tive uma admiração incrível por ele, sem falar na competência do cara.
A propósito, a Leo tem uma história bem legal. Foi fundada
nos EUA em plena crise de 1929 Seu dono, o próprio Leo, já famoso e criativo,
chamou a mídia do trade para sua inauguração e como não tinha grana colocou
umas maçãs numa cesta para receber os convidados. Um dos jornalistas escreveu
no dia seguinte que a agência viveria até que as maçãs se estragassem, e não
foi assim, né?Até hoje quando você visita a Leo tem uma cesta de maças lindas
na recepção.
No meio da reunião, percebi o quanto o Paulo sabia de meus passos.
Ele comentou sobre minha forma de trabalhar com as news, que sempre me ajudaram
nas conversações com o mercado de mídia e os clientes dos departamentos de
publicidade das empresas. Eu era ligado nele, mas não o imaginava ligado em
mim.
Recentemente, descobri que esse diretor começou a trabalhar
com treze anos de idade, com um curso no Senai. Imagine, o cara hoje é um dos
presidentes da McCann, uma das maiores do mercado.
Como tenho insônia há muito tempo, sempre dormi nas recepções
de agências. Já contei aqui dos dois gerentes que tive e que ligavam para ver
se tinha ido às reuniões. E quem me contratou quando dormia na Leo depois do
almoço (rsrsrs...).
Costumo usar uma das cem melhores frases do meu amigo Otto
Lara Resende: “Não sou imbecil por completo porque tenho insônia”. O Otto era
do conselho editorial da revista Imprensa e eu, menino de trinta anos, convivi
com ele. Todos se lembram de um monte de frases dele, eu me lembro dessa.
E tanto na Leo quanto na McCann tive o desprazer de ser pego
dormindo na recepção – é, foram anos e anos de recepção (rsrsrs...)!
Uma das melhores dormidas foi na DM9, ainda no Itaim, quando
as recepcionistas eram duas gêmeas negras e uma delas me acorda e eu pergunto
onde estava.
Quando cheguei à TV Gazeta de São Paulo, o Roberto Avallone, apresentador do “Mesa Redonda”, me chamava de
Jack Nicholson, pois ainda tinha os óculos escuro que disfarçavam minhas
dormidas nas agências e congressos (rsrsrs...).
Na Leo, arrumei um emprego com o Jonhy Brito, do JB. Já falei
disso, sempre o Oscar Osawa dava canseira na recepção (mas atendia sempre, o
querido Oscar).
Estes dias estive com ele (agosto 2012), o Paulo Gregoraci, e
o achei o mesmo cara que conheci muitos anos atrás. Tão logo cheguei à reunião,
falou-me deste blog, que daqui a três semanas fará seis meses, que encho o saco
de todos vocês do mercado publicitário e alguns amigos de outras áreas. E para
não ficar para trás, contei da primeira vez que ele me falou da forma como
converso, desde o JB e a Imprensa, e que quando estou escrevendo sempre me
lembro dele, e é verdade.
O mercado hoje fala da importância dos mailings/data base que
a era digital nos proporciona e seus cruzamentos e as particularidades do
consumidor e como falar diretamente com quem compra .Isso não é novidade para
nós.
Grande Paulo Gregoraci, e eu nem imaginava que você começou a
trabalhar com treze anos!
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