Um dos grandes prêmio ou presentes da minha vida profissional
foi uma pesquisa feita pela Trajano & Associados e o Meio& Mensagem em
1993/1994 e publicada no anuário de mídia .
Nela, apareço como o diretor de vendas de publicidade com o
maior prestígio no mercado, trabalhando pela menor emissora, a CNT- Gazeta. Naquele
momento já estava dirigindo a TV Bandeirantes-SP1 (capital) mas foi uma das
causas de minhas voltas sucessivas á
Gazeta e o faturamento é logico .
Mas esta história não começa na publicação no anuário; ela
começa na época em que estavam fazendo a pesquisa.
Coincidência , foi encomendada pelos donos da CNT e Gazeta de
SP uma pesquisa para ver se tínhamos penetração no mercado por outro instituto
de pesquisa no mesmo período . Ficamos sabendo
que o objetivo era avaliar o trabalho do comercial – a mulher de um dos nossos
vendedores, que trabalhava em agência, descobriu para quem era a pesquisa e
saiu falando mal do gerente do marido, coisa que era um desvio padrão no
resultado em outros lugares. Como eram duas pesquisas, ela errou para quem
falar (rsrsrs...).E acabei ficando sabendo.
Além, é lógico, de uma
tática nossa que eram os salários de nossos vendedores que, em oito meses, passaram
de U$ 12 000,00; os dos gerentes, mais ainda; e eu, diretor, imagine! Antes, nem
falo quanto era; sempre disse que os mercados não ajudam pobre.
A história é sobre os salários ; só falávamos que ganhávamos bem.
Aos poucos, o mercado começou a ver nossos contatos almoçando nos lugares badalados
,com carros zero bala,ternos alinhados e passamos a dar festas diárias nas permutas, chamando
os fofoqueiros que espalhavam nosso slogan: “Ganhamos bem”. Eram 14 contatos
falando isso, um monte de meninos inteligentes e bonitos. A mídia era quase só mulher naquela época (rsrsrs...).
E eu é logico louco mandava alguns voltarem para casa e se
trocarem se os trajes não fossem os adequados as nossas falações . E até trocar
de carro fiz um uma vez trocar rsrsrs.
E as coisas foram tomando um grande volume. Demos sorte com a
vinda do Clodovil, que alavancou nossa
grade; as novelas dos Martinez, mexicanas,
que não tinham o final, pois não pagaram a Televisa; o Alborguete, que baixava a calça e punha a bunda no ar, batendo
um cajado (o primeiro, tipo “Cidade Alerta”), logo substituído pelo Ratinho,
que gritava meu nome no ar: “Hélcio, fatura aí, se não vou para a Record!” e
acabou indo meses depois.
O Ratinho virou gênero e gerou comentários internacionais na
época. Poucos sabem. Estive em Miami e falavam dele, no Canadá, em Toronto, e
em Santiago, no Chile, falavam dele. O sucesso era grande! Mas nos países que ouvi não tinha tanta
baixaria como aqui. Ficou difícil copiar o modelo (rsrsrs...).
Naquele carnaval de 1994 fomos, Ratinho e eu, ao sambódromo
no camarote do Amilcar, hoje RedeTV.Fui o primeiro a por no ar um projeto com a
empresa de telefonia dele com sorteios via computador e prêmios em barras de
ouro , por isso fui convidado para seu camarote o Ademar Monteiro
superintendente da CNT que chegou com o convite. Era uma tietagem dos
componentes das Escolas de Samba, gritando o nome do Ratinho em frente ao
camarote.
Mas a grande história foi o que virou a mentira inicial do salário
de nossos vendedores de publicidade. Até gerente da Globo queria um holerite nosso
– lembro-me de um na minha sala na
Gazeta. Mas não achamos legal, a Gazeta ainda saía nos jornais como um dos
maiores devedores do INSS.
Tudo começou em abril de 1993 e em dezembro os vendedores de
publicidade ganhavam 12 mil dólares. Ai mandei-os sair com os holerites na
carteira e, quando o papo era de salário, eles mostravam aquele robusto contracheque.
Não dava outra! O visitado, minutos depois, me ligava na
Gazeta pedindo emprego. E, é lógico, ganhava um grande malho.rsrsrsr Fizemos de
proposito sabíamos que isso ia acontecer um vendedor de publicidade da Globo
São Paulo ganhava U$ 2 500,00 por mês.
Sobre a história da pesquisa, o melhor que posso fazer é não
falar o nome dos envolvidos. Foi feio e partiu de pessoas sem ética e de baixo nível.
Já da equipe daqueles anos de CNT-Gazeta guardo muitas
recordações. Lembro-me até da venda do patrocínio do carnaval do Rio no mesmo
ano à GM. Às 20h da sexta de Carnaval, todos
os 15 do Comercial subimos em cima das mesas dos contatos e saímos em carreata
pela Paulista de alegria, comemorando aquela venda aos 46 dos segundo
tempo.
Eu estava lá e vi tudo isso.
ResponderExcluirEsses caras eram loucos mesmo e fizeram tudo isso.