Dessa, muitos que estão no mercado se
lembrarão... É uma história que não só aconteceu comigo e com minha empresa,
mas com todos que trabalharam com o maior fornecedor de informações econômicas
e financeiras do mundo.
O que vou contar parece piada, mas é
a pura verdade e, se quiserem, vou colocar nomes de pessoas que trabalharam na
época e que ainda estão aí no mercado de vendas de mídia.
Tínhamos uma equipe muito boa na América Economia, a primeira operação full
regional a acontecer no Brasil. Nosso escritório ficava em uma cobertura linda duplex na Vila Nova Conceição, bairro
chique de São Paulo, mas tínhamos gás para mais produtos e um dia aconteceu
nosso segundo produto, o qual é o personagem principal de nossa história hoje.
Fazer start up sempre foi minha vocação e isso, na opinião dos
responsáveis, nunca foi um início de operação, pois já havia passado por lá as
equipes dos competentíssimos Gisberto Sassi, Paulo Leal e, se não me engano,
até uma equipe própria da própria Bloomberg
TV.
Quando meu sócio na época me disse
que estávamos na foto para representá-los, ficamos bem ansiosos. Foram meses de
conversas e reuniões com o pessoal do Brasil e até com uma VP comercial
venezuelana (uma graça de pessoa, mas firme e determinada a fazer de seu
território um sucesso em vendas).
Quando fomos os escolhidos na
primeira reunião para acertarmos os ponteiros, lembro que fiz a pergunta básica
para quem trabalhou em TV durante mais da metade da vida: qual é a audiência na
época medida pelo estudo chamado hoje de WM e na época Telereport? A resposta,
por sinal muito desanimadora para a equipe interna do cliente: 0,2 ponto. Porém,
para mim foi uma dádiva do céu! Conhecia o estudo quase que de cabeça e 0,2
ponto significava 800.000 telespectadores por mês. Mais que qualquer outro
concorrente na área de negócios e economia! Imaginem: a revista Exame líder, que circulava com perto de
180.000 exemplares (quatro pessoas por exemplar), não chegava perto, fora a agilidade
da TV que apresentava quase em real time
os acontecimentos da bolsa do mundo todo. Nós ainda não tínhamos noção do que
seria real time... rsrsrs
Outra coisa que me lembro: em janeiro,
pedi as reservas e só tinham duas: Ouro Minas e Centro Auditivo , se não
me falha a memória. Falamos muito, mas ali já descobri que não era um start up como disse, mas seria um start up trazer clientes para o canal.
Nossa primeira equipe ficou em nossa
sala para escutarmos o que eles falariam no telefone e até como deveriam marcar
as reuniões, isso durante uns meses. Depois, desceram para o andar debaixo,
quando já tínhamos uns poucos clientes. Demoramos uns seis meses para decolarmos
e quase nos mandaram embora. Se em maio a Lurdes Saccardo não nos salvasse com uma campanha
linda da Nissan que inovava em banners na tv e internet, estaríamos mortos! Já estávamos quase desacreditados e eu,
nervoso, pois, até então, em poucos meses resolvíamos o problema de nossos
veículos clientes rsrsrs.
Tivemos uma troca muito grande de
vendedores durante os dois primeiros anos. Era muito difícil vender aquele
conceito revolucionário e novo de layout de TV e de
sua própria forma comercial. Contudo, o produto era bárbaro no formato real time em português e tinha números
na minha opinião.
No terceiro ano começamos a colher o que
foi realmente plantado. Fomos crescendo aos poucos: no final do primeiro ano
chegamos a umas 10 faturas por mês; no segundo ano, umas 18 faturas por mês e
disparamos nos terceiro e quarto anos para umas 60 faturas por mês. Só que, aí,
os problemas de fato começaram a surgir.
Desde as primeira faturas que foram
geradas por nossas vendas descobrimos que o maior fornecedor de dados e
informações de economia e negócios do mundo não sabia emitir uma fatura
correta. Cada veiculação significava uma operação complicada. Eles erravam no
mínimo duas vezes cada uma delas e nosso escritório, que deveria ser só de
vendas, passou a ser um removedor de problemas operacionais enormes à medida
que faturávamos mais.
Lembro que até os centavos um dia
fomos obrigados a pedir para serem eliminados das faturas, até que passaram a
ser enviadas por invoice, mas aí foi
a gota-d’água pois mandaram uma carta em inglês aos departamentos de checking das agências explicando isso e,
é lógico, ninguém entendeu e, na hora de pagar os invoices, uma fatura de 100 custava 152! Imaginem meu ouvido e o
dos vendedores na época...
Thiago Barros, Giba Guilherme Freire , Sandro
Cachiello e Alessandra Oncken sofreram muito, e os anteriores também rsrsrs. Isso
significou um desgaste com a equipe interna e, obviamente, nosso com as agências
e clientes.
Recordo que, uns dois anos atrás,
encontrei o Gisberto e a Silvia, sua esposa, em Penedo e passamos o dia juntos.
Ele me disse que desde a época dele era assim e aí não acreditei mesmo...
Muitas vezes vender é fácil... rsrsrs
O difícil é mandar uma nota fiscal correta e que não cause problemas na
operação. Nosso cliente era uma craque na informação e um perna de pau na
emissão das faturas. Será que o sr. M. Bloomberg tem esse mesmo problema em Nova
York?
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