Com minhas mudanças de emprego, cheguei a ficar uns oito anos
sem tirar umas férias descentes; eram somente semanas e a emenda do Natal com o
Ano Novo.
Não posso reclamar. Fazia o que gostava e quando queria sair
ia a qualquer lugar do mundo. Meu
destino predileto era a Europa (e ainda o é), a Holanda em especial – tenho
alguma coisa com esse país quem sabe os dois Hs no meu nome Hélcio Henrique. Fui em 2009 a última vez e a vontade de voltar é
sem descrição. Tem gente que acha que é outra coisa, mas posso afirmar que não (rsrsrs...).
Quem já foi lá sabe que a civilidade, os parques, as mulheres e os homens não têm
igual no planeta. Olhar já enriquece a alma .
Viajar é o que acho de melhor na vida, seja para aonde for, e
nossa história tem a ver com minhas aventuras de adolescente e pré-adulto
totalmente duro, quando minhas idas a Visconde de Mauá, Maromba e Maringá (MG e
RJ) praticamente mensais e nos feriados prolongados – com pouco mais de duas
carteiras de cigarro no bolso e sem um tostão sequer – já me extasiavam. Comer
era detalhe, eu pesava pouco mais de 56 quilos e sempre tinha uma casa de amigo
para matar a fome ou a sede alcoólica.
Esta época de idas mensais incluiu Penedo também e posso
afirmar que durante o período dos 17 aos 24 anos praticamente estava lá todos
os fins de semana, tinha carona de ida e volta com meus amigos de fé na época,
o Paulo Buzzato e o Jorge Malafronte (o
Mala), que tem até hoje um sitiozinho em Penedo, que era nosso abrigo e local
de festas incríveis. Sauna, piscina natural e verde, muito verde – e meninas e meninos,
é lógico.
O resultado de todas essas aventuras na serra da Mantiqueira
aconteceu quando de minha terceira e última estada na TV Gazeta de SP, 19 anos depois.
Minha vida sempre foi ligada à região de Resende (RJ), onde
morei poucos meses com meus pais quando era adolescente, tomei gosto pela
região e tenho muitos amigos por lá até hoje. Para quem conhece as cidades que
comento acima, são praticamente subdistritos dessa cidade fluminense. Onde tem
a Academia Militar das Agulhas Negras onde meu pai serviu como oficial
instrutor em 1974.
Estamos falando de 1996 aproximadamente, era uma sexta-feira
e tínhamos sido convidadas, minha família e eu, para um aniversário da filha de
um primo que não via havia muito tempo. Sabia que era festa de 15 anos de sua filha mais nova, mas como meus
filhos não os conheciam bem e já eram quase adolescentes foi difícil convencê-los
a ir.
Quando cheguei em casa, tocou o telefone e fui eu que atendi.
Era uma menina que perguntou se o Hélcio estava e, prontamente, falei que era
eu mesmo. Ela, sem cerimônia nenhuma, disse que se chamava Brenda e que sua mãe
lhe havia dito há poucos dias que eu era seu pai biológico. Imagine! Minhas
pernas começaram a tremer, eu estava ao lado da família inteira, aprontando-me
para ir a uma festa e sem saber os problemas que aquilo me traria para o resto
da vida. Quando desliguei o telefone, contei para a família inteira.
Chegamos umas duas horas atrasados à festa, na qual minha
família toda estava. Fomos vestidos como estávamos, totalmente inadequados para
a ocasião. Sentamo-nos os cinco – minha primeira esposa, meus três filhos e eu
– numa mesa e praticamente não falamos com ninguém. Era difícil digerir aquilo.
No sábado, liguei novamente para a menina e conversei
bastante com ela. Combinei de vê-la no outro fim de semana com a família em um
hotel em Penedo . A partir dali, achei que tudo se resolveria normalmente.
Na segunda-feira, contei aquilo aos amigos na Gazeta e a história
foi se espalhando. Para se ter uma ideia, até a produção do Fantástico me ligou.
Como não havia deixado o Mulheres, da Gazeta, não deixei ninguém fazer matéria
alguma. Eu, diretor de emissora, já estava preocupado com a repercussão.
Em uma reunião na semana com o Marcos Gouveia (o Rei do
Varejo), contei a história com a agência presente. Marcamos outra reunião para
depois do encontro e a diretora da agência, Clea Lana, pediu para eu chegar
meia hora antes para contar . E quando o Marcos entrou na sala tive que contar
tudo de novo. Não estava só o Luiz Stein estava comigo era o diretor de
publicidade tanto na reunião antes como a depois do encontro com minha mais
nova filha de 18 anos.
Fiquei muito tempo contando essa história e ela foi se avolumando.
Até hoje encontro amigos que me perguntam como está a filha que apareceu. Posso
dizer que essa filha me ajudou a vender muita publicidade .Rssrrssr
Muitas histórias são o melhor argumento de um vendedor de
publicidade – nos 34 anos em que atuei na venda, funcionavam muito bem. Já nos
dias de hoje poucos têm tempo para escutar propostas, quanto mais histórias. A
vida de todos já é tão vasculhada e exposta na nova vida que se delineia com as
redes sociais.
O que sei é que hoje, com seis filhos, dois paulistanos, uma
mineira de BH, uma de Resende (RJ) e agora duas baianinhas soteropolitanas
tenho que me reinventar sempre, pois posso me casar de novo e ser igual ao último
casamento em que os dois dela moravam com a gente e não eram seis, mas oito,
meu número de sorte (rsrsrs...).
A Maior riqueza de um homem, fato que é capaz de nos doar a imortalidade sem dúvida alguma são as histórias que temos pra contar, esse sim é o nosso legado, pois um homem sem história se torna vazio e se apresenta ao mundo como um mero mortal….
ResponderExcluirComo citado, um erro do passado prolongou ainda mais a sua existência e que eu cometa vários erros, e que eu sinta muitas dores e que eu me torne imortal.
Adrianno Santana.