De tanto falarmos de mapas reservas, acabei por lembrar-me da
minha formatura, melhor ainda, do TCC. Trabalhava na Globo SP e minha equipe na
escola tinha a Raquel Folino (Rádio e TV), de muitas agências – lembro da
Denison e da Fischer & Justus – , o Pedrinho, o Ronaldo – muitos anos mkt
da Yakult – e o “Baixinho”, o Paulinho, que era financeiro da Abril.
Éramos uma equipe de peso. Tiramos 10 na apresentação final e
ficamos em segundo lugar numa apresentação feita para a Standard, na qual até o
Faveco ( presidente da agência e figura reconhecida na publicidade) estava. Nosso
produto foi o pão de forma Seven Boys, e nosso slogan, “Tem Que ser Seven Boys”.
O ganhador foi Sardinhas Alcion com a equipe do Marcos Grahul, e o terceiro foi
Toalhas São Carlos da equipe do Baiano, Márcia La Selva, Telma , Magrão e Neguinho. Há tempos a voz do Baiano é do comercial do
Extra e de muitos outros comerciais de TV e spots de rádio.
O trabalho do TCC rola em uma hora em que sua vida esta de ponta-cabeça
– fim de curso, trabalho. No meu caso, casamento. Brigamos dias antes da apresentação.
Nunca tínhamos brigado nos quatro anos de faculdade, mas no fim foi uma maravilha.
Até prêmio em dinheiro ganhamos, e um troféu com segundo de uns cinquenta trabalhos
das três turmas de Publicidade e Propaganda. Depois, no mercado, percebi que os
nervos ficam à flor da pele no TCC, e muitas equipes brigam e até membros surtam,
e tive a oportunidade de conferir isso nos meninos e meninas que trabalharam
comigo nestes 32 anos de mercado.
Lembrei-me dessa história, pois em uma reserva, dessas que são
canceladas na última hora (o prazo era 11 dias), um assistente da DPZ, o Irion,
do grupo da Eliane Zacarias, esqueceu-se de cancelar uma delas; e ela, vendo TV
em casa, percebeu que na novela das oito havia dois comerciais da Chamburcy, e
não um como estava programado.
Éramos bem amigos e ajudávamos uns aos outros. A Eliane me
liga logo pela manhã e diz que o Irion (um rapaz super-humilde e dedicado) esqueceu-se
de cancelar um dos mapas. Eu perguntei se além de nós dois alguém mais sabia. Ela
disse que não. Então, fizemos compensações de mídias que ainda iriam ao ar e a
verba quase ficou a mesma. O Irion não
foi mandado embora. Imagine, uma novela das oito custa hoje uns R$ 120.000,00,
se for só SP-capital!
Eu sempre dizia no SP1 da Globo não dá para errar ,pois não
dá para pagar .rsrrsr
Uma vez foi uma reserva da Gang inteira nacional para o ar em
duplicidade mas não conto quem errou .rsrrsrsrsr. Fico quieto sempre nestas
horas.
O bom foi meu trabalho de TCC! Imagine quem me ajudou a fazer?
A Eliane Zacarias, a mulher do Paulo Chuerri. Sempre que nos vemos, lembramo-nos
disso. Ela fica vermelha, pois conto a todos que ela me ajudou no trabalho de
conclusão do meu curso de graduação.
Não foi uma troca (rsrsrs...), foi a ajuda de uma
profissional das mais respeitadas do mercado.
A Eliane, desde que a conheço, tem a mesma cara – e imagine
em festas eu falando a todos mais ou menos a idade dela (rsrsrs...). Eu, com esse
cabelo branco, pareço o avô dela. Nenhuma mulher gosta que demonstremos sua idade.
Nunca falei nada sobre isso, mas a mulher do Chuerri... (rsrsrs...).
Aprontávamos muito na
Globo SP. Tínhamos muito trabalho, mas sempre me lembro das divertidas
reuniões na sala do Sergio Fernandes (Sergião), que sabia de todas as histórias
do Walter Clark e nos contava da montagem da Som Livre, da compra de outras
emissoras e dos acordos com afiliadas, das
cestas na mesa do Walter em que se colocavam os (as) PIs – que deram origem ao faturamento
ser chamado de basquete nas emissoras de TV –, e de como eram os cercos a agências
e clientes na famosa sede do Comercial na alameda Santos, ao lado da Sabesp. Festas
regadas a whisky e namoros relâmpagos com moças de uma agenda cheia de
telefones femininos da qual o Sergião cuidava com carinho.
Quem era do mercado naquela época lembra bem do português que
veio para a Globo na compra da TV Vitor Costa em SP como garçom e participou de
decisões copiadas depois por agências que tinham seus garçons tomando decisões
na criação de campanhas e projetos publicitários – foram famosos o da Almap e o da Giovani.
Bons tempos aqueles, quando eu tinha 25 anos e começava minha
carreira profissional, nunca imaginando que um dia iria contar detalhes dessa
vivência aos 55 anos de idade, ou viajando nas ciências sociais como no texto
da semana passada, assunto que eu detestava no curso de graduação, há 30 anos.
E que hoje, neste mundo totalmente novo, encontro espaço para essas histórias,
não só por mim, mas por muitos que aqui nos leem e são nossos personagens.
E o Avellar importante por décadas diretor de MKT da Nestle que nem ficou sabendo que um dia saiu duas
vezes na novela das 20 e só acabou pagando uma , ou melhor uma e um mapa
reserva na formatura da Anhembi Morumbi de 1981. rsrrsrrsrs
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