Tive duas experiências internacionais . Uma, me levou a
conhecer o mercado de revistas nos EUA e na América Latina nos anos de 1995 e
1996; e depois, de 2002 a 2010, na revista “AmericaEconomia”. A outra, no Grupo
Bandeirantes de Radio e Televisão, que me enviou para conhecer e mapear a City
TV canadense, do grupo Dawissonn ( sua origem de negócios era distribuição de remédios
receberam uma radio como pagamento de uma divida e montaram um Império em
comunicação) , que, em 1997, produzia em um prédio de uns seis andares seis
canais de TV. E a CityTV foi o modelo adotado pelo Canal 21 por quatro anos.
Coloquei fim à minha era TV Gazeta SP quando a família
Martinez, através da CNT, parceira da Gazeta, alugou para a Igreja da Graça o
horário das 20h às 21h. Foi ali a primeira grande investida (fora a Record, é
claro) de uma instituição religiosa no prime
time de uma TV aberta. Nós já éramos o patinho feio nas agências, e, com
uma igreja no horário nobre do canal, nosso discurso ia para o brejo, ou
melhor, para a promessa de investimentos em programação hoje ainda atrapalha
ser uma TV-igreja. Sorte minha na mesma semana ter recebido uma proposta do
Johnny Saad para ir para o 21. Fiquei tão bravo com isso, que acertei com o
Johnny que no 21 não haveria igreja – e não tivemos durante os quatro anos em
que estive lá.
Esta história conta o mapeamento que eu, o José Occhiuso e o
Cesar de Almeida fizemos nas estadas do grupo Band em Toronto. Tínhamos um
contrato de consultoria com os canadenses – e olha que pagávamos uma bela
grana.
Imagine, na Band, três diretores indo passar dias no Canadá!
O ciúme é doentio, e ciúme de homem é pior que de mulher – a família, os outros
funcionários, as fofocas lá são terríveis (não sei hoje).
Lembro que o sr. João Saad me chamou na sala dele. Achei que
era gozação e liguei para a Neusa, secretária dele, para confirmar. Era a
primeira vez que ia à sala do “homem”.
Alguém falou para ele que eu bebia muito e que estaria representando
a Band no exterior (olha a do “brimo” que contou isso para ele; eu não bebo
praticamente nada, só vinho tinto). O
seu João era “o cara”, nem ficou vermelho. Ele ainda viveu bastante. Passei com
ele bons momentos e tomei algumas vezes Romanée-Conti; uma oportunidade, em um
jogo da Copa do Mundo, com ele e o Mário Covas, umas outras duas com todos os
diretores da Bandeirantes da época. Fora a festa de 80 anos no Fasano, ainda lá
no Morumbi.
Teve mais ciúme. Éramos amigos de almoço da administrativa, a
Cláudia Alcântara, que emitia as passagens, e fomos de classe executiva com um up grade que ela conseguiu – e foi
outra fofoca sobre a viagem, que ainda nem tínhamos feito.
Com certeza, teve alguma outra maldade da qual não ficamos sabendo.
Já em Toronto, fomos superbem recebidos pelo pessoal do grupo Dawissonn, que tinha um cronograma de
trabalho que nos fez mergulhar nas áreas afins naqueles seis andares que
respiravam televisão (na velocidade canadense, é lógico).
Dez dias de reuniões e muita diversão à noite. Um dos meus
melhores amigos da faculdade morava lá e trabalhava em comunicação, tinha uma
empresa de fotolito (imagine, ainda havia fotolito), e fui a festas com ele – um
churrasco em um parque na cidade, uma festa privê em um club em downtown; ainda tinha uns 38 e estava competitivo (rsrsrs...).
O trabalho na TV foi cansativo, principalmente para mim, que
não falava inglês ainda e tinha um tradutor ao meu lado em todas as reuniões. Mas
o que vou contar é uma história de gastronomia em Toronto, com o VP de criação
da emissora o Moses Znaimer, não uma história do marketing, nem das duas visitas a
que fui com os executivos deles lá, ou que o assunto do diretor comercial era
tudo menos o quanto eles faturavam, nem do pessoal dos outros países que
estavam lá com os mesmos propósitos nossos. Vi o site da City TV antes de
escrever e eles estão superbem, exportaram seu modelo de negócio para diversos
países da Europa, AL, Oriente Médio e Ásia.
Na MuchMusic TV (uma
concorrente ao vivo da MTV), em que aparecemos no ar, depois do ACDC sair do
palco giratório, o apresentador disse: “Aqui, visitando nossos estúdios,
diretores de uma network brasileira, que faz um intercâmbio com nossos
profissionais”. Não é que naquela noite, no jantar, a garçonete nos pergunta se
estávamos na MuchMusic à tarde! Lembro até o nome dela Rita (loira linda). Aprendemos
muito naquela máquina de fazer TV.
Mas vamos à gastronomia. O VP da empresa nos chamou para
jantar num restaurante chinês, superchic, cancelou à noitinha, quase na hora, e
remarcou para um almoço no domingo, em outro lugar.
Quando chegamos, era um sujinho com uns asiáticos mal-encarados
e umas quatro mesas somente ocupadas.
O “boss” pegou o
cardápio e escolheu uns 15 pratos (éramos cinco: nós três, mais o “caneta” e o
tradutor). A maioria dos pratos eram marmitinhas trazidas à mesa com hashis
grandes, com diversas iguarias maravilhosas, bolinhos, empanados, carninhas, frangos,
peixes. A simplicidade era na forma de servir, mas a culinária era maravilhosa.
A conversa rolando solta sobre os tantos dias em que
estávamos internados com os diretores do grupo dele. O Zé Occhiuso mandava bem em
inglês, o Cesar arranhava e eu com o tradutor.
Íamos bem. Eu
tinha a missão de saber o faturamento dos caras e passei um dia vendo como eram
os breaks deles, sabia quanto davam
de desconto, calculei e sabia quanto eles faturavam. Esqueci-me de falar que o
diretor comercial diversas vezes me negou a informação nas reuniões que tive
com ele. Eu fiz o cálculo e falei o valor no almoço com o “boss”. O homem até engasgou, surtou e pensou alto. O tradutor
traduziu e levou uma bronca na nossa frente. No outro dia, o tradutor foi
trocado. Acertei na mosca! O Cesar de Almeida, no Esporte Interativo, e o José
Occhiuso, no SBT, estavam na mesa e podem confirmar. Falamos muito sobre isso
de depois do almoço entre nós lá no Canadá .
Ah! Depois de umas tantas marmitinhas, chegou a comida. Era
um arroz enrolado numa folha de tabaco com mel e umas ervinhas. Uma maravilha!
E uma carne de porco, tipo costelinha, de lamber os dedos. Sempre quis saber de
onde é aquela comida.
Não vou contar nesta história as fofocas na chegada. Vai ser
em outra.
Fizemos um relatório profissional para o Johnny, e isso foi
de bom uso. Estão aí Band News, Esporte, Terra Viva, e suas multiplataformas
até bem premiadas pela imprensa especializada ultimamente – fazer na mesma
planta o que der de subprodutos midiáticos, a transmídia para o mercado
publicitário .Precisa é ter conteúdo de primeira qualidade.( CQC, TELEJORNAIS)
Só vou terminar com um fato sobre vegetais com o Cesar de
Almeida. Ah, não! Foi em outro jantar; deixo para depois.
Nenhum comentário:
Postar um comentário