domingo, 17 de março de 2013

Pepino indiano de meu maior cliente.


Estes dias vi a cara do Orlando Lopes aqui nas redes sociais e lembrei de uma aventura que ele me pregou sem querer é logico mas que foi um aprendizado e tanto em meados da década de 90 quando cheguei para dirigir a TV Gazeta e CNT pela minha última vez.
Havia chagado a poucos dias e ocupava a sala da direção comercial pela primeira vez , antes por duas vezes fui o diretor de publicidade , o sexto andar do prédio da Paulista 900 era praticamente sobe minha direção , estávamos lá a Vendas de Publicidade , a OPEC- operações comerciais e o Marketing. Valorizo a sala pois era o luxo na Paulista com até uma copa para o café acoplada. rsrsrrs
Era 1996 e ainda as emissoras VHS dominavam o mercado , as TVs pagas ainda não faziam a diferença nas audiências nem na grana ou melhor no faturamento do mercado de televisão.
Voltando a história , chegando da rua minha secretária a Tereza me avisa que fui solicitado para uma reunião na Lever programada pelo próprio Orlando Lopes na época o diretor big boss da publicidade do maior cliente naqueles anos.
Imaginem havia assumido a poucos dias e a Lever me chamando lá ? Quem sabe um patrocínio , um favor um projeto inovador ????????. E o mais interessante para uns dois ou três  dias daquela data.
Comentamos na reunião dos vendedores e a equipe toda ficou feliz e nosso marketing já foi preparando todos os projetos para chegar lá com o disponível e não perder tempo .
Voltava para a emissora pois seu faturamento havia caído e estávamos sujeitos a cortes conforme já fiquei sabendo na primeira reunião do comitê de diretoria da emissora, fui até precipitado comentei que teria sido chamado pra uma reunião no maior cliente do mercado e quem sabe reverteria  o quadro .
O dia chegou e fui até o centro comercial ali do outro lado da das Nações Unidas indo para Santo Amaro atender uma emergência que esperava ser um novo faturamento.
Ah  é bom lembrar o patrocínio do programa da Marilia Gabriela tinha acabado uns mês antes de eu chegar e apostávamos muito que o assunto era a renovação , o anterior havia sido feito pelo meu antecessor na direção da emissora.
Como só trabalhei em emissoras pequenas estar com o Orlando era sempre uma gloria não tinha assunto para conversar com ele sempre e ainda mais ele chamando estava quase em estase .rsrsrs
A reunião começa e o anfitrião sempre muito educado e simpático me diz que o negócio foi muito bem com a CNT Gazeta nos últimos anos , mas naquele momento havia um problema a ser resolvido conforme o contrato de patrocínio firmado uns 13 meses atrás .Que estavam em uma auditoria internacional e que um indiano o auditor não o deixava em paz , pois a TV havia garantido audiência e nenhum mês foi entregue o encontro de contas .
Imaginem minha OPEC era pequena quase não conseguia dar conta do trabalho diário e ainda fazer o pós vendas de 1 anos de veiculações em uma época que o computador ainda não fazia no automático .
Mapas e autorizações de diversas agencias e produtos , o cruzamento manual com as audiências , as entregas em todos os horários da programação .
E ainda por cima a possibilidade de cortes na estrutura já sai da reunião em pânico.
Cheguei da reunião na emissora e nem respondi as perguntas dos que ainda estavam esperando a cenoura , chamei a supervisão da OPEC e detalhei o trabalho que teríamos que fazer. De bate  pronto me disse que  sua sub gerencia estava preparando um corte e se eu sabia?
Moral da história mandei a subgerente embora para cumprir os cortes , contratamos um free lancer que durante 4 meses terminou o trabalho que em papel foram umas 6 caixas grandes .
Passei todos estes meses pressionado pela superintendência da emissora mas nunca meu cliente ficou sabendo disso .
Só me lembro de ele me ligando e agradecendo a papelada , até ele ficou surpreso com o volume.
Lembro que até o carro que levou as caixas paguei do meu bolso , não tínhamos este tipo de custos na emissora , e era difícil de explicar .
Como me senti estes dias quando lembrei desta historia  em relação ao computador , sempre falo dele como meu ajudante e não como o realizador e neste caso fiquei imaginando que hoje é só apertar um botão e não precisaria passar aquele pepino todo e nem precisaria pagar uma fortuna num taxi até o centro comercial em Santo Amaro , mandaria num anexo em um e-mail.  

    

 

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