domingo, 24 de março de 2013

Vendi mídia da mãe a vida inteira aos mídias.


Bem diferente este começo de história.  Eu estava desempregado, havia chutado o balde na TV Gazeta – a segunda passagem por lá.
O Osvaldo Marraccini me chama e acertamos uma sociedade numa representação comercial ali na Joaquim Floriano – a Alternamidia!
Contratei dois contatos e fomos à luta em diversos produtos e projetos. Um deles era o Guia das Promoções que produzíamos, lembrado estes dias pelo Jose Rubens da Silva. Contávamos nele as mecânicas das promoções do mercado, exibido aos domingos na Rede Manchete. Nas tardes de segunda a sexta, também na Manchete, um programa feminino apresentado pela Amália Rocha e produzido pelo rei do televendas (já contei algumas histórias sobre ele aqui no blog), o Honor Rodrigues .
Foram muitos os produtos que vendemos, mas o que me fez escrever esta história foi um festival que vendi na agência Almap-BBDO.
Conheci o produtor de eventos do Carmina Burana, Philips Monsters of Rock, junto com o Osvaldo, e logo de cara nos disse que não havia conhecido alguém de nossa área que vendia eventos em agência de publicidade. Imagine, estávamos começando, éramos novos, falamos que vendíamos qualquer coisa (rsrsrs...).
Ficamos discutindo metade da reunião sobre isso; mesmo assim, acabamos acertando com ele uma parceria para, como ele disse, tentarmos fechar alguma coisa.
Um dos eventos muito bem embalado se chamava Reggae Sansplash, nome reconhecido como um dos grandes festivais do ritmo no mundo e eu, enquanto ele apresentava, falei se podia ter outro nome e ele disse que, se vendesse, podia se chamar até meu nome (o José Muniz,  um dos maiores promoters de eventos do mundo –  que  tinha seu escritório lá em Alphaville, a Produtora  XYZ  – não acreditava mesmo na gente) .
Naquela época, eu mesmo pegava as coisas e ia para o mercado. Por sorte ou azar do Muniz, minha primeira visita foi com o Antonio Carlos, o Preto, na Almap.  Éramos amigos de Globo Minas e fui lá experimentar meus produtos. Apresentei um a um e no último, o festival de reggae, o Preto me diz que o cliente há meses pedia um festival de reggae e se poderia se chamar Ruffles Reggae. Nascia ali um festival em cinco estados que durou alguns anos. Fiquei bem amigo do  Muniz, até ele ir para Nova York dirigir uma empresa de eventos.
Eu nem imaginava o trabalho que iríamos ter, mas aquele evento me salvou a vida. A grana foi bem interessante e pagou as chaves do meu primeiro apartamento aos 48 minutos do segundo tempo.
Acredito que calei a boca do Muniz. Fechamos o evento na agência Almap, coisa em que ele não acreditava, e fizemos uma bela parceria com a Elma Chips via agência.
A agência ganhou até um prêmio como a promoção do ano em 1996 ou 1997. Li no Wikipedia, ninguém me contou na época só soube no dia que escrevia esta crônica.
Como é legal lembrar deste momento do mercado. Não havia as amarras de hoje; nas agências encontrávamos concorrentes que nos davam dicas, e em muitas delas era só chegar e ser atendido .As recepções viviam cheias de profissionais de veículos .
Sei que hoje são muitos veículos e haja estrutura para atender a todos, mas sonhar ainda não paga a conta do estacionamento de R$ 25,00 para uma hora e um minuto na maioria dos prédios das principais agências de São Paulo (rsrsrs...). 

 

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