Bem diferente este começo de história. Eu estava desempregado, havia chutado o balde
na TV Gazeta – a segunda passagem por lá.
O Osvaldo Marraccini me chama e acertamos uma sociedade numa
representação comercial ali na Joaquim Floriano – a Alternamidia!
Contratei dois contatos e fomos à luta em diversos produtos e
projetos. Um deles era o Guia das Promoções que produzíamos, lembrado estes
dias pelo Jose Rubens da Silva. Contávamos nele as mecânicas das promoções do mercado,
exibido aos domingos na Rede Manchete. Nas tardes de segunda a sexta, também na
Manchete, um programa feminino apresentado pela Amália Rocha e produzido pelo rei
do televendas (já contei algumas histórias sobre ele aqui no blog), o Honor
Rodrigues .
Foram muitos os produtos que vendemos, mas o que me fez
escrever esta história foi um festival que vendi na agência Almap-BBDO.
Conheci o produtor de eventos do Carmina Burana, Philips Monsters
of Rock, junto com o Osvaldo, e logo de cara nos disse que não havia conhecido
alguém de nossa área que vendia eventos em agência de publicidade. Imagine,
estávamos começando, éramos novos, falamos que vendíamos qualquer coisa
(rsrsrs...).
Ficamos discutindo metade da reunião sobre isso; mesmo assim,
acabamos acertando com ele uma parceria para, como ele disse, tentarmos fechar
alguma coisa.
Um dos eventos muito bem embalado se chamava Reggae Sansplash,
nome reconhecido como um dos grandes festivais do ritmo no mundo e eu, enquanto
ele apresentava, falei se podia ter outro nome e ele disse que, se vendesse,
podia se chamar até meu nome (o José Muniz,
um dos maiores promoters de eventos do mundo – que
tinha seu escritório lá em Alphaville, a Produtora XYZ –
não acreditava mesmo na gente) .
Naquela época, eu mesmo pegava as coisas e ia para o mercado.
Por sorte ou azar do Muniz, minha primeira visita foi com o Antonio Carlos, o
Preto, na Almap. Éramos amigos de Globo
Minas e fui lá experimentar meus produtos. Apresentei um a um e no último, o
festival de reggae, o Preto me diz que o cliente há meses pedia um festival de reggae
e se poderia se chamar Ruffles Reggae. Nascia ali um festival em cinco estados
que durou alguns anos. Fiquei bem amigo do Muniz, até ele ir para Nova York dirigir uma
empresa de eventos.
Eu nem imaginava o trabalho que iríamos ter, mas aquele
evento me salvou a vida. A grana foi bem interessante e pagou as chaves do meu
primeiro apartamento aos 48 minutos do segundo tempo.
Acredito que calei a boca do Muniz. Fechamos o evento na agência
Almap, coisa em que ele não acreditava, e fizemos uma bela parceria com a Elma
Chips via agência.
A agência ganhou até um prêmio como a promoção do ano em 1996
ou 1997. Li no Wikipedia, ninguém me contou na época só soube no dia que
escrevia esta crônica.
Como é legal lembrar deste momento do mercado. Não havia as
amarras de hoje; nas agências encontrávamos concorrentes que nos davam dicas, e
em muitas delas era só chegar e ser atendido .As recepções viviam cheias de
profissionais de veículos .
Sei que hoje são muitos veículos e haja estrutura para
atender a todos, mas sonhar ainda não paga a conta do estacionamento de R$ 25,00
para uma hora e um minuto na maioria dos prédios das principais agências de São
Paulo (rsrsrs...).
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