O Sambódromo do Rio de Janeiro, uma obra polêmica e cheia de política
entre os Marinho e Brizola, Globo e Manchete.
Era 1988, eu, como publisher da revista Imprensa – e como
digo sempre, atrás de problemas para minha vida (rsrsrs...).
Somos chamados para uma reunião na AAB – agência de RP do
grupo Ogilvy, e com uma equipe de feras: Agostinho Gaspar, Elisa Prado, Rogério
Ruschel e outros de que não me lembro e que me desculpem.
É bom lembrar que a revista naqueles anos era a coqueluche do
mercado editorial, prêmio Esso, prêmio APCA- Associação Paulista dos Críticos
de Arte , nossos próprios Libero Badaró, badaladíssimos.
Tínhamos mais páginas de publicidade que a Exame – umas 50
nas edições normais,nas de aniversário e Dia do Jornalista, perto de 100 páginas.
Um , contato na Exame, ia pegar a revista no dia em que saía para correr atrás
dos anúncios.
Voltando à AAB , a
Elisa nos atende e nos pede uma proposta para um prêmio de fotojornalistas que
cobririam o carnaval no Sambódromo, pois a Osran, cliente deles, estaria
iluminando a arena do carnaval.
Posso estar enganado, mas acho que foi o primeiro briefing de prêmio que recebi na
editora; ainda não eram comuns os prêmios a jornalistas um corporativismo deles
próprios muitos da velha guarda encarava como um tipo de corrupção.
A equipe do Agostinho Gaspar era muito criativa e, posso
dizer, na vanguarda. Fizemos diversos projetos com eles.
Apresentamos a proposta e fechamos o projeto e, aí, como sempre,
os problemas começaram a pipocar.
No primeiro anúncio sobre as regras do prêmio e os prazos,
diversos jornalistas ligaram para a editora e disseram que a iluminação seria imprópria
para fotografia. Imagina, mandei bloquear essa informação na editora, e só eu
sabia disso(rsrsrs...).
Nem pensamos que poderiam chegar muitas fotos e não nos
preocupamos com a estrutura, mas bombou de chegar fotos. Desloquei minha
secretária – que na época era a Adriana
Baptistinni , figura conhecidíssima
pelos meus pupilos, era a anjo da guarda de todos os vendedores, antes e depois
de virar alcoólatra – para cuidar e
preparar para o grande júri.
Aí vem o grande problema. Um ou dois dias antes do dia do julgamento
e definição dos premiados, a Adriana derruba sem querer um copo daquele grandes tipo requeijão antigamente ( hoje são
pequenos) de café com leite cheinho em cima das fotos.
O desespero foi geral. Chamamos o Pena Placeres, nosso diretor de arte na época
que nem estava na editora, e ele ensinou
como poderíamos limpar as fotos – a
Adriana até chorou (rsrsrs...).
O prêmio foi um sucesso. Ninguém do juri reparou no café com
leite que iluminou os premiados e nunca ouviu falar que a iluminação atrapalhou
alguém até hoje na Marquês de Sapucaí.
A Elisa Prado é a bambambã da comunicação de uma grande multinacional;
o Rogério Ruschel, o craque da sustentabilidade, e o Agostinho Gaspar, com sua
agência de comunicação a GIA, escreveu outra grande história no mercado. E o
Sambódromo e sua iluminação são conhecidos no mundo inteiro.
Teu relato comprova que não se deve chorar sobre café com leite derramado...
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