Durante anos estive à frente do
programa Imprensa na TV já falei
algumas coisas em outras crônicas, mas nunca uma só sobre ele – com tantas histórias
e figuras importantes da imprensa brasileira.
Ele começou com uma turma forte: na
a direção do Dante Matiussi e Paulo Markun, Manoel Canabarro e Gabriel Priolli
no editorial, meu compadre e chefe na época Sinval de Itacarambi Leão e eu no
comercial, na direção do programa o Valdir Zwetsh e apresentando o Markun e a Astrid
Fontinelle, minha amiga “foca” ainda, mas arrebentando desde cedo.
O programa era exibido às 18h dos
domingos na TV Gazeta e foi por causa dele que, anos depois, fui parar lá por
três vezes como diretor. Faturávamos um absurdo com um programa independente na
Gazetinha e o Luiz Fernando Taranto enxergava tudo, mas só depois que fui
descobrir isso... eu sempre o considerei muito, até hoje – apesar de estarmos distantes.
Nessa época eu participava, mas
era mais papagaio de pirata e aprendiz. Mandava bem no comercial, tínhamos
Almadén (vinhos) com a canetada do Fernando Almada, O Estadão na caneta da
Adélia Frascesquini (jornal) e Gurgel ( Rogério Setembro e ...) – é, os carros
brasileiros rsrsrs – mais dois patrocínios (desculpem-me e me corrijam se
alguém se lembrar dos outros dois, se Marcelo Capassi e Rogério Ferreira
puderem me ajudar, meus fiéis escudeiros
durante muito tempo lá).
Um dia essa equipe toda se foi: o
Markun e o Maneco saíram da sociedade, o Dante foi para a Record e o Sinval, o
Priolli e eu ficamos com a bronca toda, mas a seguramos, como vou contar abaixo.
Ah! Tinha o Edilson também no financeiro que segurava tudo – um craque!
Trouxemos o Zé Amancio para dirigir no lugar do Valdir e o
Carlos Nascimento – imaginem o Nascimento, o Priolli e eu na direção do
programa... eram reuniões de pauta memoráveis e foi ali que comecei a me interessar
por produção de TV.
Foram programas antológicos e
passamos para Record. O Dante era o cara da Record, até com o Edir Macedo tive
reunião e, com a saída dos dois, fui de diretor comercial para Publisher da revista
e diretor geral do programa.
Nesse período ainda tivemos o
Marco Antonio Rocha apresentando no lugar do Nascimento que – é lógico – rapidamente
alguém o levou de volta, acho que para a Globo. Outro craque...
Eu também, na volta do Dante para
a editora, me fui um dia. Contei uma lorota mas estávamos batendo de frente
quase que diariamente. A empresa era dele
e do Sinval e era eu quem mandava. Hoje sei como isso deveria ser difícil na
cabeça do italiano na época, e saí para um dia não brigarmos fortemente.
O mundo girou (editora Globo,
Band SP1, Gazeta três vezes, AmericaEconomia, ... ) e, anos depois, eu no Canal
21, precisando falar com o mercado de comunicação. Lá vou eu dirigir novamente
o Imprensa na TV com a ajuda do Ricardo
Narchi e o Durval da Video In e dos apresentadores Gabriel Priolli (três meses).
Porém, Marco Antonio Coelho o tirou, levando para a Cultura rapidamente, e
ainda tivemos o Marco Damiani e a
Heliane Nogueira nas apresentações dois lindos meus amigos do peito até hoje, ajudando-me
nas pautas o Tão Gomes Pinto, e um jornalista muito bom baiano (foca), a Luna
Carregari, minha amiga de confissões até hoje e diretora na TV da Escola Paulista
de Medicina na época, e Heliane sua chefe lá com a gente e, nos domingos, às 22h30,
na grade do Juca Silveira “canetando”. Mandamos ver: mais três anos de
jornalismo da mídia, com a Petrobras patrocinando o primeiro ano e os outros
seguramos na marra e com a ajuda dos parceiros acima, não teve jornalista e publicitário
famoso que não foi lá falar rsrsr.
São muitas as histórias, mas foi
uma com a Heliane Nogueira que me fez escrever esta crônica. Lembrei-me disso
num papo com o Dorival Seta, meu leitor que possui uma grande memória, sabe
tudo sobre o Hélcio Vieira . Em um dia de pauta, havia estado o dia anterio com
minha primeira sogra dona Cecilia que
não entende nada de TV e comunicação e ela me perguntou por que um pai de santo
podia ter um programa de rádio na Mundial e outros não. Aquilo me acendeu uma
vela... Era o pai Celso de Oxalá, todos acharam estranho eu indicá-lo, pois nem
as igrejas ainda eram tão fortes, só a da Graça estava no horário nobre na
Gazeta CNT, as outras ainda estavam acanhadas. Fora a Universal que já era dona
da Record, só tinham aluguéis nas rádios e alguns programinhas nas grades de
sábados e domingos. Ah! O motivo da minha saída da Gazeta CNT é que atrapalhava
nosso discurso de prosperidade (hoje ninguém mais liga, pois estragaram tudo): durante
os quatro anos de Canal 21 nunca pusemos uma igreja na grade, era um acerto com
o “big Johnny”, mas hoje acho que eu podia ter sido menos radical...
Mas voltando a pai Celso, era um
pai de santo das antigas. Vestia-se com um turbante, gostou muito de mim. Na
gravação, as meninas estavam com medo, e fui lá para conhecer melhor o pai de santo
e segurar a gira das meninas .
O sucesso foi tão grande para ele
– é lógico – que, uns 20 dias depois, o pai de santo me ligou e me pediu para
ir a sua casa, em uma rua paralela da Washington Luiz. Achei que queria um
horário na TV e isso só eu vendia melhor, não vendia? rsrsrs.
Chegando lá, era uma reunião com
os assessores de imprensa dele. Eu nem imaginava por que estava ali, a não ser
para escutar uma proposta que não seria aceita por mim em razão de nossa
postura na emissora e pelos pequenos problemas que tive em pautar o espírita
dono de programa de rádio no Imprensa na
TV (discriminação).
Os assessores do pai de santo “imprensa
e stile” queriam que ele mudasse suas
vestimentas, tirasse o branco o turbante
e a parafernália de guias e colocasse um terno e gravata e, em um determinado
momento, ele perguntou minha opinião.
Os dois quase me comeram com os
olhos, mas estava ali para fazer uma gentileza e retribuir sua estada no
programa; então, mandei meu recado.
“Há quantos anos o senhor se
veste assim?”, perguntei, e ele me respondeu: “30 anos”. Novamente perguntei:
“O senhor paga seu horário e vive bem?”, e ele me respondeu que sim .
Aí mandei: “Por que mudaria seu
perfil? O senhor está todo ano nas previsões das emissoras, vai
descaracterizar-se e perder toda a sua audiência e seus seguidores”.
Foi um silêncio... Os assessores
quase me bateram e nunca mais vi em lugar algum meu pautado. Juro, fiquei com
medo na época. Minha vida, a partir dali, mudou muito, o pai de santo, acho que
não fez nada, e também não cobrei a consultoria rsrsrs. Já os assessores, bem,
tenho lá minhas dúvidas...
Nunca levei meu amigo pai de
santo Alexandre Meireles na TV, tem muito mais assunto frequento seu centro quando posso. Lá a Umbanda
é praticada com uma majestosa sabedoria e ninguém paga nada a ninguém. Fico
sempre preocupado como ele se segura financeiramente... Ele nunca me pediu nada,
eu que vou lá para agradecer pela minha vida e pela estima que meus amigos têm
por mim. Lá se cultua Deus e os Orixás e vou lá também para ver as obras de
assistencialismo do Lar de São Lazaro , quem for não vai se arrepender.
Imaginem: ontem vi que um juiz do
STF considerou a Umbanda e o Candomblé não como religiões. Elas existem no
Brasil desde meados dos anos 1500 com a chegada dos escravos no país e são
praticadas por milhões de brasileiros. Na Bahia, onde morei por vários anos, a
Umbanda deve ser a mais popular de todas as religiões e me ensinou que, com
isso, não se brinca – não sr. juiz.
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