Cada dia que passa, os breaks comercias têm ficado menores e quem ainda não descobriu que o público não se incomoda em ver coisas bem articuladas dentro do editorial vai conhecer derrotas e derrotas.
Sempre lembro da TV Gazeta da década de 90 quando falo desse
assunto, nossos carros-chefes na programação eram os programas “Mulheres” e
“Mesa Redonda”, que eram recheados de
testemunhais e merchandisings. E numa das minhas três saídas da emissora, o
diretor que me substituiu resolveu determinar um número máximo de 20 por dia,
tínhamos até 50 nos meus momentos de diretor.
Moral da história: o programa que dava quatro pontos de
audiência no Ibope, em pouco tempo, apresentou um ponto, e o outro caiu de cinco
para dois.
Quem se deu bem foi a Ana Maria Braga que na época tinha seu
programa na Record dando traço e com a debandada dos clientes da Gazeta SP, os
recebeu e quadruplicou sua audiência.
O rei do telemarketing na época e nosso maior anunciante dizia
que as mulheres faziam a xepa na feira para economizar uma graninha e comprar
coisas por telefone e receber em casa pelos Correios.
Mas, voltando ao nosso assunto, hoje o Faustão come o
Panetonne e, em breve, o William Bonner, ou quem o substituir, comerá também. A
Rede Globo já tem hoje gente que vende espaços dentro de seus telejornais. Ah,
é amiga minha, inclusive.
Em 2012, apresentei ao presidente da FAAP, uma das
principais faculdades de Comunicação do País, um projeto que sugeria que todos
os cursos deveriam ter a oportunidade de ensinar matérias que habilitassem o
aluno em publicidade, podia até ser extracurricular. O presidente adorou, já o
dono da cadeira de Comunicação quase me matou na hora – mas, matou depois.
Eu ia contra o marasmo que era o curso dele e aquilo iria
dar trabalho, o que ele certamente não queria.
A publicidade continua sendo a alma do negócio, vejam Google, Facebook, Youtube entre outros, que desavergonhadamente colocam mensagens de vendas a torto e à direita a nossa frente o dia todo. O OOH já faz isso a tempos, jornais salvo o The New York Times com seus mais de 8 milhões de assinantes não se reinventaram, já os brasileiros um outro texto longo, e as rádios um dia vão chegar nisso, elas são rápidas.
Metaverso, realidade aumentada, transmidia, segmentações ao
extremo e quem sabe lá os alienígenas prometem coisas do outro mundo.
Bendita publicidade venha a nós, que estamos todos esperando
seus próximos passos e consumir.
São Paulo julho 2022
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