Fiquei
seis meses morando na Califórnia em 2001, logo que sai do Canal 21. Trouxeram
um gaúcho para cuidar do canal de São Paulo, e a primeira coisa que ele queria
que eu vendesse era na Assembleia dos Deputados, um projeto igual ao que ele
vendia em Porto Alegre. Para nós, que abríamos a câmera nas CPIs, ia ficar
difícil fazer o que o Bira queria. Não duramos juntos três meses. A história da
minha saída não é essa, mas a gota foi o Bira.
Quando
voltei, montei a HV2. Fisicamente, ela já era um talonário há dez anos, e seria
um escritório, como o foi, por doze anos mais. Inaugurada em 11 de setembro de
2001, até que viveu bastante e vive até os dias de hoje, agora, como um home
office.
Meus
primeiros clientes foram Shoptime, Siga Bem Caminhoneiro, Diário Rural e o
núcleo de TV da antiga Escola Paulista de Medicina.
Iríamos
começar na Cobram, do Alexandre Corte, como sócios, mas na terceira semana a
irmã dele deu um chilique por causa de umas coisas de uns vinte anos que
estávamos jogando fora e aí fomos pra Vila Nova Conceição, lugar muito mais
adequado e centralizado para o atendimento das agências de publicidade. O
Alexandre continuou sócio, mas a irmã colocou fogo nos dois anos em que
estivemos juntos. Eu quebrei o tendão de Aquiles um ano e meio depois, e as
coisas acabaram se desfazendo. Segui solo, muito mais adequado ao meu
temperamento. (Ah, não posso esquecer! Sabe aquilo que falam: na separação
vocês vão quebrar as pernas um do outro? Aconteceu comigo, realmente. Separei-me
num mês; no outro, quebrei o tendão. Há quem diga que foi praga dela... rsrsrs.)
Naquele momento, até que convidei o Ricardo Santos, exato um ano depois – ele
começou no dia 11 de setembro de 2002, e foi aí que percebemos que abrimos o
escritório no Dia D. Precisávamos tanto dar certo que nem percebemos nossa
inauguração.
Imagine,
com pouca grana comecei a marcar reuniões com todos os amigos mídia e clientes!
Era a primeira vez que era dono do meu nariz mesmo, orgulhava-me de ter mandado
diversos patrões embora e depois descobri que ser dono não era tão bom como ser
empregado. Principalmente, sendo um talonário em que o patrão pagava tudo e eu
só o imposto. Pois pagar tudo e o imposto é para quem é macho no Brasil, sempre
o governo será majoritário dentro da sua empresa.
Mas
a história se refere à agência Giovanni, da qual o Boca (Fernando Sales) era o
diretor de Mídia. Ele é meu amigo,
trabalhamos juntos na DPZ.
Marcamos
logo após o almoço. A agência tinha mudado de endereço, era ali na avenida
Nações Unidas (na marginal Pinheiros), atrás da Berrini.
A
HV2 tinha uns dois meses e ainda pouca gente fazia negócios com nossos
representados.
O
Boca me deu uma “canseirinha” na recepção, mas serviram cafezinho e água...
rsrsrsrs. Aí, a secretária ou a recepcionista me chamou e deixou a porta
aberta.
Sem
perceber que entre a sala e eu havia um olho d’água, fui andando e caí dentro
da piscina, de terno e gravata. Foi à loucura a agência. Vieram todos ver a
catástrofe que eu desenhei.
O
Boca me atendeu – me deram água com açúcar, café, o garçom rindo a beça –, me
ajudou a me secar e fizemos uma reunião meia boca, mas fizemos.
Amigos,
não vendi nada e passei uma vergonha danada!
Mas
teve uma coisa muito boa. Quando cheguei ao escritório da HV2, todos os cinco
contatos já haviam recebido ligações do mercado contando minha aventura na
Giovanni.
Moral
da história: cai dentro d’água e a HV2 caiu para dentro do mercado. Dei
sorte.
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