sábado, 23 de junho de 2012

Pomba Gira...

Era 1996 ou 1997, e eu na Band em uma das tarefas mais difíceis que tive na vida, desmembrar o SP1 do nacional na casa em frente ao predião da Bandeirantes, ou melhor,na casa onde o Dalton Machado –diretor de publicidade nacional mandava muito, até então meu amigo quando fui para lá dividir seu mercado não gostou muito mas sempre me tratou  bem os outros é que faziam a diferença, seus funcionários.
 Orlando Marques me convida e fui da Gazeta SP para lá, ele mesmo me disse que a parada não seria fácil eu não imaginei a força do diretor daquela casa. Faturava muito mais que o nacional, merecia e tinha como tática usar o SP1 como alavanca (tanto nas negociações em desconto como em bonificações; aprendi isso lá com ele, mas não na turma dele, na minha turma). Não sou eu que vou questionar, pois usei desta tática lá e em outros lugares em que trabalhei depois.
Éramos uma equipe pequena, em Vendas, o Marco Piccolo, o Mauricio Rollo e o Gilberto Corazza(substituto do Pato, que ligava de casa às 10h30min da manhã dizendo que estava na JWT, com o cachorro latindo ao fundo). Usávamos o mkt da Band (o Paulo Oncken era o diretor). Tínhamos um boy meio assistente e meio parente da família e nossa secretária/assistente, a Adriana, que entra novamente na história, mas em outra emissora já contei uma dela na TV Gazeta SP.
A briga com a equipe do nacional começou a ficar boa uns quatro meses depois que entramos, pois tivemos que pagar durante quase o primeiro ano todo as bonificações que devíamos da equipe que vendia todos os canais. Já estava até ganhando pipoca da copeira, a dona Aurea, e me enturmando aos poucos com os que não eram diretamente subordinados à direção da casa.
Essa história tem a ver com a nossa secreta, a Adriana , que já não estava comigo há uns quatro anos e foi levada por mim á Band, pois ela era muito boa mesmo , mas no meio do caminho descobrimos que ela estava alcoólatra e, mesmo assim, dava de 10 em qualquer outra.
Mas com a chegada do meio boy , Paulinho ( filho do superintendente da PF), que entrou na nossa equipe .Íamos levando, mesmo que ás vezes as noitadas da Adriana  atrapalhassem sua chegada alguns dias do mês.
Não podíamos cometer nenhuma falha ali na casa, éramos praticamente vigiados, tínhamos um plantão que chegava todos os dias às 8h da manhã entre todos nós, inclusive eu.
Um determinado dia, quando já tínhamos uma certa moral na casa – pois nosso faturamento já era digno do Johnny passar lá no nosso escritório –,  chego umas 9h e o Marco Piccolo, que tinha chegado às 8h, estava com a Adriana na sala. Logo que entrei, ele me chama ao lado e diz: “A Dri tá bêbada”. Não precisava nem falar, ela estava com um vestido preto e blusa vermelha de noite, a maquiagem uns 10 cm para o lado esquerdo e falando alto . Queria ir de qualquer jeito bater o cartão, que era no prédio em frente, e o Picollo não deixava. Imagine, seria nosso fim, com a vigilância, estaríamos mortos .Ela cambaleando e parecendo uma Pomba Gira.
Não deu outra! Foi chegando o Mauricio Rollo, o Corazza e dávamos muita risada, mas estávamos bem preocupados. O Corazza rapidamente falou em levar a Adriana pra casa, e isso já com uns 45 minutos de risadas e ponderações. Aí, me entra a dona Aurea, da cozinha, e a Elisa Akikusa, do mkt, com a sacolinha da pipoca – era a primeira vez que alguém entrava lá. Sobre a pipoca, eu achava que quem pagava era a Band, rapidamente tirei cinco reais da carteira e dei às duas, pois queria que elas não notassem a situação, e foi o que aconteceu.
Quando comecei a escrever estas crônicas este ano 2012, a Elisa me lembrou de que naquele dia elas saíram da sala comemorando, pois dei dinheiro para uns quinze dias de pipoca e ainda pedi desculpas... rsrsrsrs.
Ficamos naquela saia justa por um ano e meio com a equipe do Dalton. Voltamos todos para a Gazeta e usamos da mesma tática ao sair.  Nós que vendíamos o veiculado no mês e não mais bonificávamos o SP1, saímos de lá com todos os programas vendidos, as quatro cotas, até o futebol dente de leite, que chamava Ping Pong,  e o Box, que nunca vendiam mais que duas cotas, deixamos vendidas as quatro. Apanhamos bastante, mas aprendemos muito bem, e o veneno que recebemos, devolvemos na mordida final. Não fizemos nada além do que recebemos, tenho a consciência tranquila, parte da moçada ainda esta aí para confirmar. E deixo uma homenagem ao Dalton que, na minha opinião, foi um dos melhores profissionais que conheci vendendo publicidade nas ruas de São Paulo.   

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