Nas décadas de 1980 e 1990, o mercado de revistas tinha um
diretor, o Antonio Sabino, que era da Abril/ “Veja”, mandava muito no meio.
A equipe da “Veja” sempre foi muito respeitada e todos diziam
que trabalhar com o Sabino era ainda pior que com o Orlando Marques. Quando
perguntávamos a alguém da Abril, na época do Orlando, se estava vendendo, a
resposta era: “Sim! O telefone, o carro, as joias da sogra”. Imagine a barra
com o poderoso Sabino!
Os concorrentes todos se respeitavam e o mercado era outro. Marcávamos
jogo tipo Editora Globo X Abril. Lembro-me de um deles, ali perto da rua do
Curtume. Demos uma surra enorme na Abril. Até apelidei um deles de Buneco
Nuguete, o Robson Monte. Ele pulava como aquele bonequinho no meio de dois
palitos em um elástico, igualzinho! O apelido acabou pegando. Cheguei a contratá-lo na Gazeta (rsrsrs...).
Trocávamos até informações sobre clientes nas recepções e nos
happy depois do expediente, na Berrini ou no bar do Zeca Pinto, lembra?
Imagine, um contato da “Exame” pegava a “Imprensa” para ver
os anúncios e correr atrás. Eu era diretor na “Imprensa” e o Reinaldo Ramirez
me convidou para ser contato na Abril. Agradeci muito, mas declinei; nunca mais
me convidaram.
Mas esta história ainda tem o Rene Cassetari, diretor de publicidade da “Veja”, subordinado
abaixo do Sabino. Dizem que o Rene era duro na queda também. Nunca trabalhamos
juntos, mas sempre gostei muito do cara.
A equipe da “Veja” era grande; lembro-me do Pedro
Barbastefano, Giovani Espósito, Dario, João, Rosa, Jeferson Fulen, Enio Vergueiro,
Celso Marche, Claudio Ferreira, Donato Ponzio, Carlos
Adorian, Paulo Vinheta e muitos outros, que, desculpe-me, não vou lembrar.
Era um mês difícil para bater as metas e a reunião tinha toda
a equipe da “Veja”, “Vejinha”, projetos especiais, e a cobrança, dizem, era
forte e sem meias palavras.
O grande diretor comercial da Abril presente e, aí, as
cobranças eram até maiores. O Rene pede a um dos presentes para confirmar as
dificuldades que todos estavam expondo e pergunta-lhe como estavam as vendas
dele naquele mês.
Ele, novo na “Vejinha”, responde que naquele mês tinha “menas”
páginas que no mês anterior. O Rene, puto com o “menas”, pergunta de novo,
quase gritando, e o contato responde outra vez que tinha “menas” páginas. O
Rene, mais puto e quase sem fôlego, grita mais alto ainda: “Que porra de ‘menas’!”
E o contato, sem saber o que falar, responde:
“Tá bom Rene! Este mês foi ‘mais’, vai!”.
Dizem que o silêncio foi mortal na sala de reunião, e ninguém
abriu a boca com a situação.
O mercado naquela época era rápido como a internet, quando se
tratava de fofocas e gafes como essa. À noite, foi o assunto na “coxinha” da
rua João Moura quase av. Sumaré, reduto
também de contatos da Abril, e em todos o happys do mercado.
Caro leitor, não vou falar o nome do autor do “menas”. Tenho
absoluta certeza de que ele foi o inspirador das brincadeiras que fazemos até
hoje sobre “menas” para tirar uma em roda de amigos.
Vou até pesquisar o nome de mais gente na equipe para
pulverizar os atores da reunião.
Ele faz parte do grupo e pode se entregar (rsrsrs...). E eu
que não vou perder o amigo. As melhores histórias são as de perder amigo como
diz meu amigo Stein, mas estou ficando bom e preservando muitos deles.
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