Normalmente, comento que estive na CNT-Gazeta por três vezes,
mas em uma delas houve uma crueldade: saí com as tralhas na mão e nem mandei
minha carteira de trabalho. Foi a segunda vez, que durou só três meses.
Saí da Band SP1 (só Capital SP) com a equipe toda – acho que
já falei isso em outra história. Ninguém queria ficar, pois dei ordem para
usarmos da mesma tática que usaram quando entramos. Quando chegamos, quase tudo
estava vendido, e para ter espaço fiz um conchavo com as outras praças do SPE (SP
estado) que consistia em liberar espaços não vendidos até as 15h do dia
anterior, além do SP1, para as outras praças/emissoras de São Paulo. Foram uns quatro
meses sem bater meta, mas, como parodio sempre meu amigo Gerson Alvin, o pau
muda de cu.
As dificuldades durante a estada na Banda SP1 foram muitas,
mas quanto mais difícil, mais gratificante era vencer as barreiras impostas – e
normalmente elas estavam dentro e não fora, no mercado.
Quando saímos, demos o troco. Tudo vendido até o fim do ano.
Quem entrou não tinha nada para vender pelo menos por seis meses. Ah, e nós que
saímos recebemos as comissões na hora!
Mas esta história foi na CNT-Gazeta e não na Band, e aconteceu
comigo, o segundo do Geraldo Leite como diretor de publicidade, nos primeiros
dias de minha segunda chegada à Fundação Cásper Líbero. O Geraldo me convoca
para uma reunião com o comitê organizador da “Corrida Ciclística 9 de Julho”.
Éramos nós da Fundação, as confederações de ciclismo, atletas
que participavam da organização, o pessoal da Caloi; não sei por que o Geraldo
me deu a incumbência de atrapalhar a reunião para aguardarmos uma pendência
sobre a prova naquele ano junto à Globo ou à Prefeitura de São Paulo.
A reunião estava tensa e eu, sem saber de nada, para acatar a
ordem do Geraldo, fui escutando e tentando arrumar um álibi para jogar a
reunião para outra data e chegarmos onde queríamos.
E em um determinado momento, alguém me dá um gancho e falo: “Um
passarinho me contou que tem mais gente sabendo de nossas intenções e
poderíamos verificar isso e marcarmos para 15 dias adiante esta decisão”. Na
hora, ficou um silêncio incrível, mas todos concordaram rapidamente,
levantaram-se e foram embora. Eu não entendi nada; ninguém da Fundação me falou
nada, e achei que tinha feito algo bom (rsrsrs...).
Dias se passaram, a decisão com a Globo ou Prefeitura saiu e,
então, poderíamos tomar as decisões sobre o evento tão tradicional no ciclismo
brasileiro.
A reunião começou e, de primeira, a representante da Caloi me
indaga sobre minha desculpa da reunião anterior e diz: “Aqui está o presidente
da Confederação Nacional de Ciclismo, o ‘Passarinho’. Pronto! O que foi que ele falou?” (rsrsrs...).
O desconforto foi geral até que eu explicasse que nem imaginava que existisse
realmente um “Passarinho” naquele imbróglio e que tinha usado a expressão “um
passarinho me contou” como forma de falar.
O rolo não foi maior porque tínhamos as soluções para aquele dia,
coisa difícil na Fundação. Mas dei sorte e virei amigo do “Passarinho”, o
verdadeiro (rsrsrs...).
Como já disse lá em cima deste texto, minha estada daquela
vez na Gazeta foi rápida, só três meses. O Geraldo e eu batemos de frente e
voltei depois de um ano e meio no lugar dele.
Ah, só então assinaram a baixa da minha carteira de trabalho!
E eu e o “Olha o Geraldo....” musica da banda dele no passado; nos cruzamos e
nos cumprimentamos como conhecidos da vida toda e nunca falamos sobre nenhum
dos fatos aqui relatados.
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