Eram os anos de 1997 a 2001 e a internet a todo o vapor mexia
com a cabeça de todos, ainda nem se falava na bolha e eu vendendo um canal
local em São Paulo, o 21.
Imagine, levei muita porrada! Mas foi lá que fiz e inventei
coisas que hoje fazem diferença na minha revolução interna, na minha reinvenção.
Estes dias, a Kaká, a Maria do Carmo Kozma, me disse no chat do Facebook: “Hélcio você deveria falar como é se
posicionar neste mundo diferente de hoje”. E, hoje, minha crônica vai falar um
pouco dos loucos por tecnologia e das histórias engraçadas que presenciei e
vivi na era digital, até agora, 2012. E nas entrelinhas falar um pouco sobre
este novo mundo que estamos vivendo, principalmente para aqueles que trabalham
nas chamadas velhas mídias – para as quais, muitas vezes, parece que o mundo
vai acabar mesmo em 21 de dezembro.
Vamos começar por 1998. A Adriana Carreiras, hoje, VP da TV+...
(Ah! Fui eu que montei a TV+ no ABC para o irmão dela que, com o Galeb do Shoptour,
me deu um balão. Depois, o Carreiras deu um balão no Galeb, e, aí, o Di Genio –
do Objetivo e Mix TV – deu um balãozaço nos dois, rsrsrs... Conto tudo isso em outra história.).Quando
isso aconteceu chamei o Rubens de Carvalho o Rubão para almoçar e quando acabei
de contar ele me disse “ mexer com dono de escola sua nota pode ser
zero”.rsrsrsrsrs
A Adriana era a atendente do telefone do Mesa Redonda da TV
Gazeta e irmã de um de nossos maiores clientes, sem falar no mulherão que ela
era. Tinham já passado muitos contatos no Canal 21, e eu experimentava tudo,
até, um dia, duas gostosas. Guerra é guerra! Eu nunca usei desses artifícios,
mas já fazendo terapia por causa da globalização, e eu vendendo localização,
contratei a Adriana e a Fabiana Baltazar – hoje, ela mora na Canadá e é nossa leitora.
Lógico que tinha experiência! O Alexandre Borttolai, o
Ricardo Viscondi e o Marcelo Capassi, um tempo, e o Marcio Loducca, o Zeca
Pinto. A Tatiana Carvalhinha e a Danielle Barros, meninas ainda na época. Foram
muitos executivos lá. A coisa era difícil, mas faturávamos.
Tentei de tudo e, como já disse, tivemos vitórias, muitas
delas só entendidas hoje, mas tivemos: a primeira ação de transmissão usando a
internet como link; cross mídia TV e internet; o ônibus do programa Circular
com as logos dos patrocinadores; os carros
do SP digital com as logos dos patrocinadores, transmitindo com um computador
da Apple.
E uma das grandes proezas foi a transmissão ao vivo da
campanha “McDonald’s Feliz”, de duas ou três lojas, com nossos jornalistas
cobrindo a chegada das pessoas e celebridades que passavam nas lojas na cidade,
de graça, sem dinheiro, em prol dos pacientes de câncer e suas instituições. Em
um almoço com o diretor do McDonald’s da época, ele me disse na frente do Juca
Silveira que seu presidente achava que o hambúrguer sairia do computador (brincando,
é lógico), mas que ele não sabia para onde ir. Outra, foi ali no circo do Beto
Carreiro, onde pusemos duas mil crianças de orfanatos no Natal de 1999, que
ganharam brinquedos da Estrela, lanches e um mega-show com a participação do
próprio Beto. Foram duas ações de chorar é todos que participaram choraram.
Há doze anos, já fazíamos o social, o tecnológico. Muitas dessas
ações trazidas pelo comercial; juntamente com Operações e Jornalismo, não
tínhamos limites e ciúmes, fazíamos acontecer, mas o mercado não enxergava e os
donos da emissora também não .
O que quero deixar claro aqui é que a vida continuou depois
do 21, e continua hoje com os diversos recursos novos que temos à disposição. Precisamos,
sim, entendê-los e não falar que nossa geração passou ou que entender as
tecnologias digitais é coisa para jovens.
Lembre que para um computador ou celular funcionar um ser
humano tem que ligá-lo; sozinho, ainda não funciona.
As ideias são nossas. O computador na era digital faz contas,
procura clientes, filma , fotografa , mas o indivíduo ainda é quem o programa.
Lembro de uma estada minha no Buscapé, o Romero Rodrigues tirando os moveis da caixa, eu como diretor do Canal
21. Quase fui mandado embora de lá; eles, meninos de bermuda, me falaram que
tudo iria acabar em cinco anos – isso era 1998 ou 1999, e eles estão vivos e eu
também.Eu acertei quantos anos iriam demorar mas ele acertou na grana.rsrsr
Ou de uma entrevista que dei para a revista da ABA
(Associação Brasileira dos Anunciantes), em 1997. Quando me perguntaram sobre a
TV Digital, falei que ela ainda ia demorar uns 15 anos – e ela ainda não está
na sua totalidade.
Amigos, voltando para o que a KaKá me disse dias atrás, a
publicidade não é mais a mesma, os profissionais se misturam entre as novas
mídias e as velhas mídias. E quem me diz que nós profissionais, que vemos essa
transformação na pele, não somos capazes de nos reinventar e fazer do
computador uma ferramenta maravilhosa para continuar pagando as contas de casa?
Eu mesmo, depois de 30 anos, fazendo mestrado em audiovisual (cinema)
e escrevendo. Ah, e o melhor, inventando ferramentas junto a muitos jovens
amigos, usando o computador e o digital sem a menor ideia de como se programa
uma máquina desta, do futuro que já vivo há uns 34 anos – desde 1978, quando
entrei na Globo São Paulo, na equipe do André Barroso, para implantar as
reservas digitais nos breaks da Rede Globo. Igualzinho as companhias aéreas já
faziam para reservas de passagens .Ali já eram dois setores da economia que
precisavam colocar no ar seus produtos.
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