Nem me lembro
do nome da história em que falei que pareço às vezes o personagem do filme
indiano “Quem quer ser um milionário”. Hoje, vi no facebook o Claudio Magnavita, o cara a quem dei minha
primeira entrevista na TV, e conversamos um pouco via chat. Daqui a umas
semanas vou contar algumas com ele, a quem conheço desde a revista Imprensa
1989 e com quem trabalhei na CNT/GAZETA – ele, com o José Carlos Martinez e eu, na
Fundação Cásper Líbero.
Mas o que me
lembrei desta vez são coisas como o Serginho Groisman na Gazeta. Eu ainda
trabalhava na Editora Globo, um dos lugares que mais amei na minha vida e já
até falei isso aqui. O Rogério Brandão me chamou para um happy hour numa sexta-feira
e, quando cheguei, vi na porta o Serginho, que eu conhecia dos shows do Equipe,
mas na época, 1991 ou 1992, ninguém quase o conhecia. Na sala do Rogério estava o Walter Silveira,
diretor de Programação e artista plástico dos bons, o Marcos Coelho, jornalista
e diretor de Jornalismo, e começamos a beber um wiskinho (eu ainda bebia). O
dono da sala tinha uma decisão difícil: se iria ou não colocar o Serginho na
apresentação no TV Mix nas manhãs de segunda a sexta na emissora – aquilo foi
uma revolução na mídia; com pouca grana o Rogério criou, com aquela decisão, um
marco na TV brasileira. Os cinegrafistas saíam sozinhos e foram batizados de Abelhas, invadiam a Jovem Pan no momento do Jornal
da Manhã, quando uma boa parcela dos paulistanos, indo para o trabalho, a
ouviam. Eu mesmo sei disso, pois um dia estava escutando e os apresentadores falaram.
Até a Câmara dos Deputados foi invadida, o que na época ainda era um tabu. O Sindicato
dos Jornalistas arrumou, pois só ia um para a rua com a câmera – e para o Sindicato
tinha que ser dois, imagine!
Era só para
tomarmos unzinho, mas matamos a garrafa. O Rogério, então, abriu a porta e comunicou
ao Serginho que ele ali iria virar “o cara”. Na segunda, seria o apresentador
do programa.
Eu estava
junto dos homens que decidiram uma coisa de nada, mas que hoje, um domingo, às
2h da manhã, entendo e me deu vontade de contar. Pois vi o Altas Horas cheio de
personalidades e a história entrou na minha cabeça – e só vou dormir se
escrever.
Depois de
dois anos voltei para TV pelas mãos do Rogério, mas quando cheguei ele já
estava em outra emissora, se não me engano, a Cultura. Mas fique atento, ainda
tenho diversas histórias com o mandachuva
da TV Brasil, que conheci em Belo Horizonte, em 1985.
Mas, como falei,
os acontecimentos passam na minha vida. Um mês depois da minha primeira separação,
aluguei um flat bem atrás do Café Photo. Meu escritório, para quem foi lá, era
do lado também. Minha filha Luciana Vieira chef de cozinha supercompetente
(comercial dela) foi até lá para jantarmos juntos e quando o elevador para no andar,
estava dentro a Cicarrelli com um cachorro no colo e minha filha fala: “Pai,
parece o filme que está no ar” (rsrsrs...).
Ou eu estar
na sala de reunião da gráfica da Editora Abril na reunião de inauguração da
ANER onde só havia donos. Mas eu estava lá com o Roberto Civita e todos os
empresários de revistas da época .
Ou na Bandeirantes,
na primeira reunião do CENP, onde conheci a Célia Fiasco, até hoje uma fiel da
balança do mercado de veículos/publicitário – que recentemente encontrei depois
de anos – e o Caio Barsotti , com quem trabalhei na Globo e no JB – eu era
menino, ele, um garoto – hoje, presidente do CENP. Estes dias, até me ligou,
pois mandei uma carta para a revista do CENP falando disso.
Nunca me
satisfiz com o que estava nas tabelas de preços dos veículos em que trabalhei.
São e foram os projetos e meu movimento via meu network que fizeram a diferença
na minha vida profissional. Às vezes acho que hoje muita gente no mercado não
quer confusão, e fazer projetos é confusão, mas são cases também. A tabela de
preços não vai levar sua ideia ao delírio ou a um Leão de mídia em Cannes. E
não são só os jovens. Estes dias apresentei o projeto da minha vida sobre WebTV
e os dois que escutaram não vão topar, pois vai dar trabalho e confusão .
Ainda estou
disposto a muitas histórias para contar. Minha astróloga disse que iria mudar
minha vida toda há dois anos, quando resolvi sair da Bahia e voltar para São Paulo.
Vou nela há uns vinte anos, de três em três anos mais ou menos, e numa das
vezes ela me disse que sairia naquele mês de um karma de barulho – é, um karma
de barulho. Morava na rua Periquito, em Moema, e quando compramos o apartamento
só havia um prédio. Hoje tem uns 20 prédios, só que a rua tem um quarteirão só.
Como ? Havia acabado de pôr janelas antirruídos em todo o apartamento .Não terminou por causa das janelas novas e
sim por que minha ex-mulher colocou o Rei do Coquetel (eu) para fora de casa.
Voltei para
a universidade e estou terminando mestrado em Cinema e Audiovisual e vou fazer WebTV.
Será que ainda aguento a barra com meus 55 anos, praticamente zerado, ou
melhor, sarado (rsrsrs...)? Tô ficando
bom nisso. Se São Pedro não me levar cedo, ainda apronto um monte.
Vamos lá Helcião.
ResponderExcluirVocê, nós ainda temos muita lenha pra queimar. A diferença é que o fogo é brando e constante e não mais aquela coisa que queima mas não assa. A gente sabe como fazer uma boa galinhada.
Abraços.
E detalhe. Não se anima não que você ainda tem muita conta pra pagar aqui e São Pedro não vai te levar tão cedo.